Seixas Dória tem uma biografia singular na história política de Sergipe. Sua vida, toda ela dedicada ao Estado e ao País, é um exemplo sem precedentes na vida partidária sergipana, acanhada e marcada pelos interesses subalternos dos chefes políticos. Assim como Fausto Cardoso tornou-se insurgente, levantando a sua voz contra políticos e acordos, ao tempo em que apresentava saídas democratas, como a do Partido Progressista, fundado em Sergipe nos primeiros anos da República, combatendo as oligarquias, e enfrentando o poder econômico organizado que ocupava o Governo e a representação parlamentar, Seixas Dória mostrou-se livre para fazer suas opções, locais e nacionais, com as quais escreveu páginas grandiosas de atividade política. Com dois livros publicados – Eu Réu sem crime, que teve várias edições, e Recortes de uma jornada – Seixas Dória integra, desde 1958, a Academia Sergipana de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 8. É presidente, desde 1991, da Fundação Oviêdo Teixeira, entidade mantida por empresas ligadas ao Patrono, principalmente a NORCON, que atua solidariamente com as entidades culturais e científicas do Estado de Sergipe, patrocinando as edições da Universidade Federal de Sergipe. Admirado e respeitado pelas gerações de políticos de Sergipe, com trânsito em todas as camadas sociais e ainda ouvido pela sua experiência técnica, no estudo dos problemas do País, Seixas Dória envelhece (em fevereiro de 2007 completa 90 anos) recebendo homenagens que ajudam a manter seu nome sempre destacado, em Sergipe. A Assembléia Legislativa do Estado, por ato do seu presidente, deputado Antonio Passos, deu o nome de Governador João de Seixas Dória à sua Escola do Legislativo, instalando-a no Palácio Fausto Cardoso, no qual, durante dois mandatos (oito anos) Seixas Dória deu brilho aos debates da Casa.A NORCON, uma das maiores empresas do ramo da construção civil em Sergipe, inaugurou um bonito prédio de apartamentos, na avenida Beira Mar, zona sul de Aracaju, com o nome de Seixas Dória, na série de homenagens a políticos sergipanos que contribuíram com a luta democrática de resistência política, quando o Brasil mergulhou nas brumas do autoritarismo militar. Concorre para o avivamento da história o gesto da NORCON, para que as novas gerações de aracajuanos tomem conhecimento da participação política de figuras como Arnóbio Patrício de Melo, sacerdote salesiano e professor, nascido em Pernambuco, ex-vereador à Câmara Municipal de Aracaju, Octávio Martins Penalva, sergipano de Própria, médico, ex-deputado à Assembléia Legislativa do Estado de Sergipe, Lucilo da Costa Pinto, médico pernambucano, professor do Ateneu Sergipense, da Faculdade de Medicina e da Universidade Federal de Sergipe, vereador e presidente da Câmara Municipal de Aracaju, dentre outros já homenageados.
De formação católica, democrata e nacionalista, Seixas Dória andou entre os radicalismos e construiu uma linha de atuação, identificada com os mais legítimos anseios nacionais, e com os interesses econômicos e sociais dos sergipanos. Trocando a peregrinação pelos gabinetes ministeriais, por pronunciamentos contundentes, que mobilizaram o Brasil dos anos 1950/1960, Seixas Dória soube honrar a legenda que representou, a União Democrática Nacional – UDN, e não apequenou seus mandatos com posições meramente partidárias. Como deputado federal foi maior que seu partido, procurando na Ação Democrática, fundada na Associação Brasileira de Imprensa, com a participação de seu presidente, Pedro Dantas (pseudônimo de Prudente de Morais Neto), Mário Pedrosa, contando com o engajamento de deputados, como Nestor Duarte e Pedro Braga, e de líderes sindicais, como Moura Maia, dos bancários, e Severino de Almeida, dos gráficos, e na Frente Parlamentar Nacionalista o espaço para defender as suas teses nacionalistas e super partidárias.
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