A partir de agora a campanha está nas ruas e é para valer. Mesmo que algumas composições ainda não tenham sido fechadas e até o dia 05 muita coisa pode ser modificada, a partir do dia 06 já se pode trabalhar em termos de concepção de campanha, programa de governo, contatos com os eleitores e a busca pelo voto, tudo isso sem nenhum problema. Embora os programas de televisão só comecem a partir de agosto, os candidatos podem utilizar qualquer outro tipo de publicidade, com o objetivo de conquistar votos. Certamente o eleitorado será melhor atendido, bem tratado, com os seus problemas sendo parcialmente solucionados e uma certa sensação de que o dinheiro começa a circular. Agora é para valer… Evidente que cada candidato vai tentar mostrar que é melhor, buscando exatamente a falha do adversário. É o discurso amplo, as promessas abundantes, projetos de salvação, melhorias nos bairros e até emprego para quem anda há muito tempo sem ter a obrigação de um expediente. A campanha é um período florido, para quem tem o poder do voto e cada família vale pelo peso do voto que tem. Lógico que há, também, uma animação grande nas comunidades mais carentes, porque repentinamente a água e energia atrasadas serão regularmente pagas e não faltarão botijões de gás. Aparecem chances de emprego nos comitês ou nas ruas. São seguradores de bandeiras, coladores de cartazes, os bocas de urnas e várias outras tarefas que valem alguns poucos reais. É uma época abundante, sim senhor! Na capital, nas grandes e pequenas cidades do interior, até no sertão paupérrimo, a vida melhora para todos. Em termos de ganhar alguma coisa, até que eleição não é tão mau assim… Evidente que ninguém pode rejeitar nada. É a hora que se faz uma pequena redistribuição de rendas. Mas é bom que cada um dos eleitores, as pessoas mais politizadas de cada região e que não sejam candidatas, tenham a consciência que o dinheiro do voto não é bom para o seu futuro, para a vida de sua família, para o sucesso dos seus filhos e netos. É preciso, já a partir deste momento, todos fazerem uma observação de quem trabalhou nestes últimos quatro anos e o que é melhor para a comunidade. Nas suas cidades, entre os candidatos a prefeitos e vereadores, é necessário que se faça uma avaliação da utilidade de cada político para cada cidadão. O que ele trouxe de bom para sua cidade ou o mal que fez durante o período que esteve com mandato. Independente do que o eleitor receber, é fundamental, é de responsabilidade de cada um, procurar eleger o melhor. Fala-se muito em políticos corruptos. Acusa-os até de ladrões.Vê-se um ou outro canastrão, manhoso, falso e que só aparecem a cada quatro anos. Sabem quem faz esses políticos? Quem incentiva a corrupção? Quem favorece a mentira, o engodo e as promessas vãs? O senhor e a senhora, que votaram no primeiro malandro que conseguiu lhes convencer que era bom. E sua família caiu nesse golpe eleitoral, pensando que ia melhorar de vida. Qual o quê? Tudo vai piorar, os senhores continuarão como estão e esses cidadãos vão enriquecer, ou aumentar seus patrimônios, às custas de alguns malandros. Os senhores assistem noticiários de televisão, muitos lêem jornais e revistas, já são espertos o suficiente para distinguir quem realmente trabalha, daquele que quer apenas tirar a sua parte e fazer o do seu voto o instrumento das ilicitudes, da indignidade, da roubalheira e do enriquecimento rápido. O senhor que vota, fica como está, na mesma situação, atrasando água, energia e sem dinheiro para botijão, ou sem remédios, sem óculos, sem dentadura. Se suportar manter-se assim por mais quatro anos, terá tudo de volta pelos mesmos malandros que lhe enganou. Nesse momento é bom ficar atento: receba tudo que lhe derem, explore o máximo, mas não venda sua consciência. Mantenha a esperança de que sua cidade precisa ficar melhor, com mais emprego para todos e a sua família dignidade. Mas isso depende de você, do seu voto, para que se torne realidade. O político é desonesto através do seu voto. Se o senhor quiser que um dia isso mude, escolha bem o seu candidato, veja seu passado, seu trabalho e sua vida familiar. Vote em quem pode assegurar mudanças e seriedade. Só assim o leitor estará contribuindo para uma cidade, um estado e um país mais felizes. CONVENÇÕES As convenções se realizaram ontem, obedecendo ao prazo eleitoral. Os nomes dos candidatos majoritários foram homologados, ao lado dos proporcionais. Ninguém se espante, caso a dança dessas coligações continuem até 05 de julho, data limite para entrega das atas. IDEOLOGIAS É num momento como este, de trocas de coligações, que as ideologias são trocadas pelos números que saem de uma máquina de calcular. Eles mostram o melhor caminho de se manter na ativa, fazendo a política de quem lhe abriu os caminhos para o mandato.Esta é a realidade cruel da política de hoje… AS MULHERES Uma chapa de mulheres foi homologada, ontem, com Susana Azevedo (PPS) para a Prefeitura e a pastora Claudia Andrade como vice. Susana esta animada e diz que a oposição terá que lutar contra a força feminina. É uma espécie de “chapa do batom”. ANGUSTIADO O senador Almeida Lima (PDT) diz que continua angustiado, porque o seu partido não tem candidato próprio na disputa pela Prefeitura de Aracaju. Diz que hoje é senador e gostaria de ter um nome do partido para disputar com o PT e mostrar que a legenda é forte na capital. INDICAÇÃO Almeida Lima chegou a indicar o nome do deputado Luiz Garibalde, e conversou com ele na noite de anteontem, por telefone, para tentar convencê-lo. Não conseguiu, até porque Luiz Garibalde se encontra na Espanha e só vai retornar ao Brasil no dia 25 de julho. Ficou impossível. ASSINATURA O senador Almeida Lima retorno, ontem pela manhã, de Brasília. Participou de reunião do Diretório do PDT e se recusou a assinar uma nota do partido, que seria divulgada ontem. A nota, endereçada ao público, dizia que o partido continuava com os mesmo princípios defendidos por Leonel Brizola, que manteria a unidade e a tendência trabalhista. RAZÕES Almeida diz que não assinou, porque o PDT não tem mais Brizola que chegava nas reuniões e ditava a linha do partido, “felizmente corretas”. Acha que a partir de agora o PDT precisa se reunir com todas as suas lideranças, para discutir o que vai adotar. O partido tem que se organizar. SAMPAIO Depois de dois anos do partido parado, sem reuniões e sem formar uma chapa de vereador, o advogado José Renato Sampaio se lança candidato a prefeito de Aracaju. O ex-deputado Nelson Araújo diz que pode votar nele, desde que ele mostre o programa partidário, tendência ideológica e a questão financeira da campanha. DESISTÊNCIA O deputado estadual Gilmar Carvalho (PV) deixou de disputar as eleições porque não tinha estrutura para fazer uma campanha capaz de concorrer com os demais candidatos. Apesar de contar com coligação proporcional do PDT e ter a simpatia do PL, Gilmar Carvalho não recebeu a resposta da proposta financeira que havia feito ao partido. PEDIDOS Gilmar Carvalho considerou que o governador João Alves Filho queria apenas sua figura como candidato a prefeito, mas tinha o objetivo de desgastá-lo. Deu como exemplo o fato de João ter pedido a Almeida Lima e a Heleno Silva que não fizessem coligação com o PV e preferissem o PPS de Susana Azevedo. HELENO O deputado federal Heleno Silva (PL) conversou algumas vezes com o governador João Alves Filho, entre terça e quarta feiras. O problema é que Heleno não queria fazer uma composição diretamente com o PFL, para não se chegar agora, mas com o PV, PDT ou PMDB. MUDANÇA O PSB, que antes tinha fechado sua chapa proporcional, já está à procura de parceiros para coligação. Ontem suas lideranças tiveram encontro com Gilmar Carvalho. O PSB também quer incluir o PSDB na coligação, mas há vetos de setores do PT. Há um imenso imbróglio, que só deve ser desatado dentro de mais 72 horas. NOVELA Acaba a novela do Partido Liberal. Ele fechou mesmo a coligação com o PTB, PSDB e PTN, mesmo que alguns candidatos dos outros partidos tivessem protestado. O prefeito Marcelo Déda entrou em cena e pôs um ponto final no último capítulo. Agora a coligação só será confirmada com o fechamento da ata, até o dia 05 próximo. FENAJ O jornalista Beto Almeida, de Brasília, chega hoje a Aracaju para lançar sua campanha à Presidência da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) Beto Almeida participa de debate sobre a ética no jornalismo e no sindicato. Será à noite no auditório da Associação Sergipana de Imprensa (ASI). Notas ESTRUTURAS Com a redução de mais de 8 mil vereadores em todo o país, mexendo com as estruturas das Câmaras Municipais, há uma certa correria nos partidos, inclusive aqueles que já fizeram suas convenções, para rever suas posições, porque ficou muito complicado a eleição de candidatos para uma boa bancada. Até mesmo as legendas que estavam querendo sair com chapa proporcional única, estão procurando reformular tudo e formar uma chapa mais ampla, que lhes dê condições de manter a bancada de vereadores. QUOCIENTE Por volta das 10 horas de ontem, o deputado federal Heleno Silva (PL) declarou que tudo era possível nesse momento. A determinação do STF mexeu com o número de vagas e aumentou o quociente eleitoral, o que está fazendo muita gente repensar as coligações. Até aquele momento, Heleno Silva não sabia com quem ia ficar. A partir da decisão de manter a redução dos vereadores, tudo será novidade, porque a maioria dos partidos apostou que o Senado Federal aprovasse a PEC, que favorecia a um maior número de vereadores. MUDANÇAS O deputado federal Heleno Silva previa mudanças na coligação que fizera com PSDB, PTB e PTN e insistiu que tudo é possível a partir de agora, inclusive as coligações que antes ele estava tratando, com partidos vinculados ao Governo do Estado, serem retomadas, porque está em jogo a eleição dos vereadores do partido. Heleno diz que não é falta de coerência ideológica, mas por necessidade de eleger uma bancada mais expressiva. Está certo, de qualquer forma, também na política, vale quem tem mandato e um partido só é forte pela bancada que tem. É fogo O secretário da Justiça, Emanuel Cacho, passou por maus momentos, ontem, quando um agente penitenciário lhe deu um tiro. Por sorte a bala não atingiu a Manoel Cacho, que seguiu para o Palácio dos Despachos e, logo em seguida, pra sua casa. Um membro do PSB lamentou, ontem, que os partidos aliados não tivessem disposição para lançar um candidato à Prefeitura de Aracaju. A candidata a prefeita pelo PPS, Susana Azevedo, está animada com a sua vice, pastora Claudia Andrade, pela sua influência nos meios evangélicos. O deputado Gilmar Carvalho (PV) anunciou que tomará uma nova posição a partir de agosto deste ano. Deputado federal José Carlos Aleluia (PFL) recebe a medalha “Governador José Rollemberg Leite”, amanhã, na Câmara dos Diretores Lojistas. O deputado Belivaldo Chagas (PSB) se desentendeu politicamente com Laelson Menezes (PTdoB) e não vai mais apóia-lo em Riachão dos Dantas. Os deputados estaduais não tiveram sessão plenária, ontem, para participar das convenções municipais em todo o Estado. Animado com o êxito do São João, o prefeito Marcelo Deda tem certeza que a festa em Aracaju entrou para o roteiro turístico do país. O empresário Macedo Brilho (PSB) pode apoiar a candidatura do prefeito José Franco à reeleição, em Nossa Senhora do Socorro. O prazo para sacar o abono do Programa de Integração Social (Pis), correspondente a um salário mínimo, terminou ontem. O Brasil subiu, em 2003, apenas um degrau no ranking mundial das maiores indústrias de fundos de investimentos do planeta, assumindo a 13ª posição. Por Diógenes Brayner brayner@infonet.com.br