Dia 22 de março foi o Dia Mundial da Água.
Vivemos no planeta Terra, mas, paradoxalmente, a água cobre cerca de ¾ de toda a superfície, sendo que desse total, 97% são mares e oceanos, portanto água salgada. Então, o que sobra disponível para utilização pelo homem é muito pouco.
Os presidentes dos países que participaram da ECO 92, no Rio de Janeiro, concluíram que a água deveria ser valorizada como um metal precioso.
Esta mensagem, porém, está muito longe de ser ouvida pelo ser humano, pois o que vemos são os altos níveis de consumo, desperdício e poluição dos mananciais. Assim sendo, se tudo continuar como está, uma grave crise no abastecimento de água potável, conforme prevêem as organizações mundiais envolvidas, deverá ocorrer no ano 2025.
Da água potável no mundo, 15% estão no Brasil, que equivale a 50% da América do Sul. Deste total, 68% estão na Região Amazônica, 16% no Centro-Oeste, 7% no Sul, 6% no Sudeste e 3% no Nordeste.
No que se refere ao desperdício, diversos países já adotaram medidas de racionalização do uso da água. Nos Estados Unidos, as casa construídas a partir de 1995 são obrigadas a ter descargas com litros mais econômicas. Além disso, a venda de peças de descarga convencional está proibida e quem for flagrado com uma dessas peças pode até ser preso. No Japão, as residências possuem um segundo sistema hidráulico, que recolhe e trata a água para reutilização.
Enquanto isto, a maioria de nós, brasileiros, continua utilizando a água como se ela fosse um bem inesgotável. É comum vermos, mangueira ligada para lavar carros, calçadas e pátios.
Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, 40 litros de água é suficiente para o consumo diário de uma pessoa. De acordo com os dados da ASFAMA – Associação dos Fabricantes de Materiais Sanitários, o brasileiro gasta em média 200 litros/dia, ou seja, cinco vezes mais do que o suficiente, segundo a OMS.
Desperdício, também, encontramos nas companhias estaduais de água e esgoto. Um recente estudo efetuado por um órgão ligado à Presidência da República revelou que das 27 companhias, apenas uma tem índice de desperdício abaixo de 20%. Cinco delas estão abaixo de 30% e três com índice acima de 70%. O índice médio de desperdício dessas companhias é 40%. Em Cingapura, o desperdício está em torno de 10%.
Para que não se corra o risco de tornar realidade, a possibilidade, de quando a água acabar, as pessoas tornarem-se bárbaras e se matarem por um gole de água, há que se concentrar esforços na revitalização dos mananciais, na luta contra a poluição e em pesquisa para reciclagem da água utilizada e, mesmo, para certificar-se de que a água do mar é, realmente, intratável.
É necessário que mudemos o nosso comportamento para compatibilizá-lo com o uso racional da água. Para isto, é vital que toda a humanidade seja conscientizada do problema.