O governador João Alves Filho (PFL) retornou a Aracaju na quarta-feira à noite. Ontem passou o dia despachando com alguns secretários e técnicos. Tratou sobre o projeto Jacaré/Curituba, mas não teve nenhum encontro político. Hoje o governador viaja a São Paulo, tratará de assuntos particulares. Estará de volta a Aracaju na próxima segunda-feira. Aí sim, para começar a se movimentar politicamente. Segundo revelou uma pessoa muito próxima a João Alves, ele retornou muito empolgado e se entusiasmou com resultados de pesquisas que equilibram a situação com Marcelo Déda (PT). Agora vai arregaçar as mangas para fazer política. É absolutamente certo que haverá mudanças na equipe de governo, independente das desincompatibilizações de auxiliares candidatos. O momento é de trocar o perfil de um governo técnico, por um que tenha forte tempero político. Isso será feito com a vinda de novos nomes e aproveitamento de alguns existentes, para dar força a uma equipe que acompanhe o ritmo de sua habilidade e agilidade. Evidente que o governador João Alves Filho analisa essa etapa decisiva de uma disputa difícil e está absolutamente consciente de que precisa reformular alguns segmentos para encarar um adversário inteligente, bom de televisão, rápido na formação de frases que atingem os objetivos e que adquiriu habilidade com os mandatos já exercidos. Além disso, tem um bloco oposicionista organizado, consciente de que não pode se dispersar. Está unido desde 2002. O prefeito Marcelo Déda foi quem conseguiu manter junto esse grupo que geralmente se dispersava a cada eleição, o que enfraquecia qualquer tipo de oposição em Sergipe. Não será um páreo de amadores, mas de dois homens públicos que chegaram à posição que se encontram exatamente pelo estilo de fazer política, cada qual dentro do seu modo e da forma que considera melhor para conquistar objetivos. João Alves está pensando em montar uma equipe de articulação política prática, inteligente e com muita experiência. Deve trazer o deputado federal José Carlos Machado (PFL) que, ao lado do chefe da Casa Civil, Flávio Conceição, vai demarcar um campo amplo de atuação em favor do candidato à reeleição. Há uma pergunta: o que Machado ganhará com isso, já que ficará fora das eleições para se manter na Câmara Federal? Resposta rápida: passa a ser o nome para integrar a corte do Tribunal de Contas do Estado, como conselheiro, em lugar do atual presidente Hildegards Azevedo, que se aposenta em outubro próximo. Evidente que, a princípio, Machado vai encontrar obstáculos de segmentos vinculados ao governo, que lhe fazem oposição em Itabaiana e adjacências. Mas quebrar arestas para formar uma equipe eficiente de trabalho é tarefa que o governador João Alves Filho vai fazer para entrar na disputa. E sabe fazer isso bem. Lógico, espera contar com a compreensão de todos que o apóiam e desejam a sua reeleição. Nesses últimos seis meses o governador João Alves Filho tem ouvido muitas reclamações de aliados importantes, principalmente no que se refere à articulação política. Tem absoluta consciência de que sabe como está e, com a experiência que tem nesse complicado jogo para formar composições, não vai deixar de tomar uma atitude que o fortaleça para tentar ganhar o pleito. Como disse ontem um aliado muito próximo do governador, quando foi perguntado qual a medida de aceitação para um acordo com o ex-governador Albano Franco: “tudo será feito, desde que não prejudique a candidatura de João Alves”. As dificuldades dentro de setores do governo foram sendo reveladas com argumentos fortes, principalmente levando em consideração que o adversário é um cidadão que conquistou o eleitorado mais jovem, se transformou em uma liderança indiscutível e o seu nome já ultrapassou as fronteiras de Aracaju com intensidade. É uma “guerra” de muitas batalhas, que dispensa vaidades e certos rancores. É uma hora que não se pode fazer fora do caco. VALADARES O senador Valadares (PSB) disse ontem que o bloco de oposição em Sergipe está unido. Segundo ele, a chapa majoritária será decidida dentro da coligação.