O tema Hospital João Alves vem despertando o interesse dos leitores. A coluna abre o espaço para discussão numa maneira de ajudar a encontrar soluções para melhorar o atendimento na unidade hospitalar que é referência no Estado. Sobre o artigo “Por dentro do Hospital João Alves”, um médico – daqueles abnegados que fazem da profissão um sacerdócio – enviou alguns detalhes sobre os bastidores do hospital que merecem uma analise diferente da sociedade sergipana. Vamos a eles. 1 – Com relação aos salários, eles tinham a base de trezentos e poucos reais, ou segundo me explicaram, quando o indivíduo se aposentasse aquele seria o valor que ele receberia acrescido de mais alguma coisa. Acho que no ano passado após a assembléia aprovar a mudança houve uma melhoria salarial pequena, pois antes o plantão era semanal de 12 horas e nós acompanhávamos os doentes operados e agora passamos a trabalhar 20 horas semanais (incluindo aí um ambulatório de retorno de pacientes – diga-se de passagem, um serviço muito bem organizado com agendamento e local super agradável que fica no Centro de Imagem do Estado, atrás do Centro de Referência da Mulher). A maioria dos médicos não deseja ganhar fortunas do erário público, mas sim poder estar sempre em dia com os avanços da ciência e não precisar ficar mendigando a um laboratório, por exemplo, para “patrocinar” a ida a um congresso ou a assinatura de uma revista médica. Isso sem falar da responsabilidade de lidar com a vida humana, de valor incalculável, em hospitais sem condições estruturais. 2 – Um problema que remonta há muito tempo é a imobilidade da estrutura administrativa. Muita reunião, muito papo e pouca ação – isso nos 8 anos do governo Albano e nos 4 de João. Só para você ter uma idéia um colega médico passou 7 meses (quase uma gestação) para liberar uma sala onde realizávamos o atendimento dos pequenos procedimentos (suturas, drenagens, etc) onde tínhamos 2 macas para outro com 4 macas ! Os motivos alegados: falta de enfermagem…parece brincadeira ! 3 – Outro aspecto e a estrutura física e o aporte dos doentes ao Hospital. Não há o mínimo controle na confecção das fichas de atendimento. Uma pessoa com unha encravada entra nas dependências do nosocômio, muitas vezes tumultua o ambiente enquanto doentes que realmente necessitam de atendimento emergencial aguardam sua vez ! É preciso urgentemente controlar a entrada de pacientes no complexo hospitalar. Aproveito este longo e-mail e lhe digo mais uma coisa que acho intrigante no João Alves: O estacionamento do hospital, sempre lotado, serve para o mesmo e para a rodoviária e para quem, por algum motivo, quer deixar o carro em um lugar com vigilância (que não é boa nesse aspecto de segurança dos automóveis). Várias pessoas já viram pessoas deixarem o carro no estacionamento e se dirigirem à Rodoviária para tranqüilamente seguirem viagem aos seus destinos… 4 – Com relação aos supersalários se falava muito nos corredores do hospital. Até o pessoal da gestão tinha ajuda de custo (para táxi, refeição, etc). Dá para o jornalista confeccionar mais umas vinte colunas. 5 – Já tive a oportunidade de trabalhar com Dr. Jilvan Pinto e as suas posições e a maneira de dirigir a entidade sempre me passaram uma imagem de lisura e respeito pelos bens públicos. Os adjetivos desrespeitoso e tirano não lhe cabem. Quanto aos demais diretores, pelo menos os das áreas médicas, não sei de atitudes deste tipo. 6 – Plantão em final de semana sem Raio X, enfermagem e médicos que desaparecem, superlotação do Centro Cirúrgico, setores com poucos funcionários (um dia desses estávamos com quatro cirurgiões, quatro anestesistas e apenas 2 funcionários no centro cirúrgico !!!! Espaço físico insuficiente, sistema de refrigeração impotente, segurança falha dentro e fora da unidade, enfim muitos problemas O Hospital Governador João Alves Filho é uma enorme e potencial fonte de aprendizado para acadêmicos, residentes e profissionais da área médica. A maioria dos colegas têm um grande prazer em exercer as suas funções neste hospital e desejam que “Albanos, Joães e Dédas” apenas cumpram o que prometeram em palanques e melhore as condições desta e das demais unidades de saúde de nosso querido estado. Os nomes passam e Sergipe continua a sua trajetória. Em qualquer momento eu, você, nossos amados filhos, parentes e amigos podem precisar deste Pronto Socorro e tenho certeza que gostaríamos de encontrar um hospital organizado, limpo, com profissionais capacitados e aptos a exercerem uma das mais belas atividades humanas: ajudar ao próximo ! Em relação à matéria sobre erro médico I Outro profissional do Hospital João Alves enviou o seguinte e-mail sobre uma matéria publicada num jornal local referindo-se a erro médico: “A enfermeira chefe citada não é enfermeira, ela á Cordenadora do PS, cargo de confiança indicado pelo antigo diretor Dr. Jilvan Pinto e que Dra. Gicelma, do MP Federal já teria questionado a servidores que foram fazer denúncias, a condição desta pessoa em gerir aquele setor do hospital. Não estou questionando méritos nem deméritos, cito os fatos apenas. A nossa realidade de transferência hospitalar a noite é esta citada pela profissional os hospitais universitário, Cirurgia e São José não recebem transferência de pacientes à noite. O HGJAF faz a qualquer hora e também recebe, mas estes outros não. Os plantonistas se recusam a receber.Transferência de paciente é responsabilidade que não é do enfermeiro. O HGJAF tem uma ambulância que não tem condições de nada, é um carro com maca e um suporte de soro e uma sirene. Acredito que possa ter havido erro na passagem da sonda do paciente Aniceto, primeiro por que nem sempre é tão fácil passar a sonda, segundo por que no HGJAF vários profissionais fazem procedimentos que não lhes compete e inclusive faltam meios básicos no HGJAF para fazer teste de confirmação da localização da sonda”. Em relação à matéria sobre erro médico II Continua o profissional: “O número de enfermeiros não condiz com as atribuições impostas pela antiga direção com o aval do MP Estadual e com omissão do COREN e por este motivo, auxiliares e técnicos muitas vezes realizam tarefas dos enfermeiros. 90% dos enfermeiros de lá são identificados por seus nomes e função no próprio jaleco, realmente poucos usam crachás, que para nós é mais um meio de contaminação e não há qualquer cobrança em seu uso pela direção do hospital. Auxiliares e técnicos mais antigos usam mais os crachás e os mais novos nem crachá e nem nomes nos jalecos, assim como vários médicos que aboliram até a farda, a roupa branca. Surpresos ficariam os pacientes, que às vezes são atendidos não por médicos, mas por estudantes que não são autorizados pelo hospital, não têm liberação da universidade e sequer estão sob supervisão do profissional que os levou para o hospital. Final de semana, feriados e à noite sempre tem estudante nestas condições clinicando, Ali, nestes dias muitos gatos são pardos”. Estamos de olho… A coluna está de olho numa pousada que já está quase concluída no bairro Coroa do Meio, de propriedade de uma ex-autoridade que resolveu pedir um empréstimo para iniciar a obra. A coluna está de olho se este empréstimo sairá mesmo. Aliás, não tem nem justificativa já que a ex-autoridade é dita como um mega-investidor da área de petróleo. SSP terá assessoria de jornalista da TV Sergipe Ontem, por telefone, o secretário da Segurança Pública, Kércio Pinto, informou que está tentando levar para comandar a assessoria de comunicação da SSP uma jornalista da TV Sergipe. O nome será anunciado assim que o martelo for batido. A coluna errou ontem ao afirmar que o radialista Fred Ferreira tinha sido nomeado assessor de comunicação da Polícia Militar. O nome do mesmo não foi aprovado junto ao comando. Nota de Desagravo da diretoria do Sinduscon I O empresário Luciano Barreto, mais uma vez teve um gesto de completo desprendimento ao pedir licença da presidência do Sinduscon-Se (Sindicato da Indústria da Construção Civil) para que a diretoria apurasse a denúncia formulada pela empresa Norcon de perseguição contra a mesma porque o sindicato estava cobrando o pagamento da contribuição sindical. A diretoria do Sinduscon publicou a seguinte nota de desagravo: “Desafortunadamente, o intempestivo ofício da Norcon, subscrito por seu Diretor Financeiro, endereçado a cada um dos membros titulares da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal do SINDUSCON-SE, contendo termos irados e caluniosos, vazou, tornou-se o tema especulativo da semana, chegando aos noticiários e noticialistas.O grande Rui Barbosa definia a imprensa como a alma de uma nação e acrescentava que, por seu intermédio, a sociedade acompanha o que se passa ao perto e ao longe, enxerga o que malfazem, devassa o que ocultam e tramam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam…”. Nota de Desagravo da diretoria do Sinduscon II Segue a nota: “A infâmia magoou o Engº Luciano Franco Barreto por ser injusta, mentirosa, atingindo cavilosamente todos os vice-presidentes, participantes do colegiado que, com isenção e sob a liderança do ilustre Presidente, contribuem para o soerguimento deste Sindicato. Registre-se porém, o fato de que, o recado do arrivista, ao invés de semear discórdia, mais nos uniu e a construção civil sergipana, todos em defesa da honra do nosso Presidente. De pronto, num movimento espontâneo e coeso, externamos à Norcon o nosso repúdio às levianas acusações, e, simultaneamente, hipotecamos irrestrita solidariedade ao companheiro ultrajado. Proclamamos que jamais, no curso de sua profícua existência, o SINDUSCON-SE encontrou um timoneiro tão dedicado à sua causa, em particular ao fortalecimento das pequenas empresas, à igualdade de direito e de dever, como agora, mercê do eficiente trabalho do Engº Luciano Barreto. Nunca, como agora, o SINDUSCON-SE esteve tão considerado e respeitado, ocupando o lugar de destaque que lhe era devido. Permanecemos inabaláveis ao seu lado, reconhecendo-lhe grandeza e importância”. Nota de Desagravo da diretoria do Sinduscon III Conclui a nota: “Valorizou cristâmente as relações de trabalho com o Sintracon-Se, estabelecendo um relacionamento compreensivo, cordial, humano. Despertou-nos para a educação profissional dos jovens, filhos dos operários da construção civil.Sem transparência mal se vive. Vida sem transparência é vida no escuro, morte em vida. Luciano Barreto acatou o nosso apoio, todavia manteve os seus pedidos de licenciamento da presidência e de instalação de uma Comissão de Ética a fim de vasculhar seus procedimentos e, antecipando-se, a cumprir, se culpado, a punição que lhe for imposta. Exige, por óbvio, o mesmo procedimento para a empresa detratora.Neste dia triste para todos os que fazem o Sinduscon-Se, a sua Diretoria Executiva estará designando a Comissão de Ética requerida, dentre quantos associados ilibados. De novo, inspiramo-nos no inesquecível Rui: “só onde os povos se acostumaram a tomar conta aos seus administradores, e estes a lhes dar, é que os homens públicos apreciam as vantagens dos regimes de responsabilidade”. Aracaju, 16 de janeiro de 2007. A diretoria do Sinduscon-Se. CREA se manifesta sobre nota de leitor I A assessoria do CREA enviou a seguinte nota rebatendo acusações publicadas na coluna por um leitor que é engenheiro: “Sobre a nota publicada em sua coluna, questionando a atuação do CREA em Sergipe, temos a esclarecer que o leitor desconhece tanto a legislação quanto o papel do Conselho, que é uma autarquia pública federal. A missão institucional do CREA é a fiscalização do exercício profissional para impedir que pessoas não habilitadas, leigas, que não têm a formação profissional adequada, executem obras e serviços que são estritamente da competência legal do engenheiro, do arquiteto, do geólogo, do agrônomo e dos demais profissionais que têm profissões regulamentadas e integram o nosso espaço de ação. Essa fiscalização objetiva garantir serviços prestados de qualidade para a sociedade”. CREA se manifesta sobre nota de leitor II Prossegue a nota: “Há um equívoco quanto às empresas que pagam o salário mínimo profissional. Na Paraíba, ao contrário do que diz o leitor, existem inúmeros engenheiros que recebem R$ 350,00 por mês,conforme informações do CREA-PB. Os Conselhos entraram com ações na Justiça Federal e ela entende que não é papel dos Conselhos a questão da defesa do salário mínimo profissional, atribuição de competência dos sindicatos. Mesmo assim, o CREA de Sergipe deu início à fiscalização do cumprimento do salário mínimo profissional com base em Resolução editada pelo Conselho Federal, notificando e aplicando penalidades às empresas cujos profissionais sejam regidos pela CLT. Essa é a doutrina do STF.Quanto às anuidades e taxas, essas são fixadas anualmente pelo Conselho Federal. Os regionais não têm competência para tal. Já a ART online em breve estará sendo disponibilizada a todos os profissionais pelo site do Conselho, como também certidões, boletos de pagamentos e tantos outros serviços. Estamos trabalhando no sentido de melhor atender o profissional. Esse trabalho é coletivo e qualquer profissional pode participar, através de suas entidades de classe, dando a sua contribuição”. Frase do Dia A humanidade transformou-se em uma grande família, tanto que não podemos garantir a nossa própria prosperidade se não garantirmos a prosperidade de todos. Se você quer ser feliz, precisa resignar-se a ver os outros também felizes. Bertrand Russel.
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