As recentes declarações do deputado federal Mendonça Prado (PFL) defendendo uma aliança entre o governador João Alves Filho (PFL) e o ex-governador Albano Franco (PSDB) nas eleições deste ano deram um sinal claro do que se passa nos bastidores do PFL sergipano: o partido está coeso em torno dos interesses de sua liderança maior que é João Alves. Se o governador quiser caminhar lado a lado com o PSDB – e houver reciprocidade – com toda a certeza isso irá acontecer. Aliás, esse filme é velho e com final bastante conhecido. Nunca na história de Sergipe o PFL de João Alves agiu de forma contrária aos seus interesses políticos. E agiu certo. Afinal, a grande cabeça pensante da legenda nunca deu com os burros n’água ao longo de sua vitoriosa trajetória política e não seria agora que iria colocar os pés pelas mãos.
João Alves conhece Sergipe como ninguém, sabe aglutinar lideranças e não precisa de bola de cristal para reconhecer a força de Albano na grande maioria dos municípios sergipanos. João sabe que os dois juntos, com o cabedal de serviços prestados à população nos últimos 25 anos, formariam uma dupla de peso em qualquer palanque, com amplas chances de vitória.
Albano Franco por sua vez também é fã de carteirinha de João. E no fundo, no fundo, há um respeito mútuo, apesar de existir grande dose de desconfiança dos dois lados. Mas quem conhece Albano e João sabe muito bem que isso não será empecilho para que haja sintonia de interesses. Os objetivos dos dois nessa eleição são distintos. João quer ser reeleito para um quarto mandato de governador e Albano quer ser senador, portanto, nenhum obstáculo pela frente. Basta apenas que se cuide dessa crise de confiança.
Mas por falar em confiança, o que seria mais fácil para Albano neste momento, confiar no PFL de João ou no PT de Déda? O que você acha? Será que os petistas sergipanos vão ficar honrados em votar nesse novo líder da esquerda, o ex-governador do PSDB, Albano Franco?
Óbvio está que nenhuma decisão será tomada agora. Este é o momento das conversas de pé de orelha, das negociações de bastidores, das entrevistas inflamadas de correligionários. É hora de se fazer valer o passe.