Falar de política em Sergipe, às vezes, faz com que sejamos um tanto quanto recorrentes nos temas abordados. As principais figuras públicas são as mesmas há anos. E isso nos obriga a, invariavelmente, falar a respeito delas em nossos comentários diários. Por essa razão, costumo dizer também que dificilmente algum político sergipano consegue nos surpreender com suas decisões. Afinal, eles também são “recorrentes” e previsíveis.
Se pararmos para avaliar os rumos de certas personalidades da nossa política ao longo dos anos, vamos observar que apenas dois fatos realmente surpreenderam: o primeiro foi a escolha de João Alves Filho como candidato a governador pelo então governador à época, Augusto Franco. Ninguém esperava aquela decisão. Valadares que o diga. Seria ele a “bola da vez” do grande líder político, mas foi preterido depois dos convincentes argumentos apresentados por Albano Franco ao pai governador. O resultado todos conhecemos: João tornou-se governador de Sergipe pela primeira vez. Realizou um trabalho impressionante e, de lá para cá, conseguiu se transformar nesse “monstro da política” que é hoje. Fato que ninguém pode negar, gostando ou não dele.
O segundo episódio que marcou de forma surpreendente a nossa política foi a decisão de Jackson Barreto se aliar ao então governador Albano Franco, seu arqui-inimigo, apoiando-o à reeleição em 1998. Jackson era uma liderança invejável. Seria governador de Sergipe de qualquer maneira e fez uma opção lastimável: preferiu candidatar-se ao Senado Federal. O resultado dessa aventura, você também conhece bem: uma derrota fragorosa. O povo, nem sempre sábio em suas decisões na hora do voto, resolveu dar-lhe uma lição nas urnas.
Além desses dois casos, a meu ver, nada mais fora tão surpreendente.
Nas próximas eleições de outubro, no entanto, não espere grandes novidades ou surpresas. As alianças partidárias serão feitas dentro de uma “lógica” pessoal. O quadro hoje existente está claro. E não permite grandes aventuras por parte dos prováveis candidatos.
Mas há quem goste de se iludir. Ontem, ouvíamos atentamente as elucubrações de um importante secretário da PMA, ao dizer que o ex-governador Albano Franco, se não apoiar Marcelo Déda, por conta da verticalização, será mesmo é candidato a deputado federal. Prova que: ou ele desconhece política ou não conhece Albano Franco… candidatíssimo ao Senado.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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