O ex-governador Albano Franco já confirmou que até a Páscoa vai finalmente decidir que caminho trilhar nas próximas eleições de 3 de outubro. Suspense desnecessário. Afinal, todos em Sergipe já dão como certo o seu apoio ao PFL de João Alves Filho, com exceção do prefeito da capital, Marcelo Déda, que prefere acreditar piamente nas boas intenções de Albano para com o PT. Uma prova inconteste de que não conhece o ex-governador e a sua forma de fazer política ou está completamente desesperado diante da possibilidade de uma fragorosa derrota para o atual governador, que quer ser reeleito para exercer um quarto mandato.
Mas essa credulidade de Déda, acredite, não tem raízes na ignorância ou inocência de um “jovem político”. O prefeito de Aracaju pode ser tudo, menos jovem ou inocente na arte de fazer política. Desde que se elegeu deputado estadual, em 1986, Marcelo Déda tem sido um aluno aplicado nessa matéria e, ao longo de 20 anos, já conseguiu anexar no currículo dois mandatos de deputado federal e dois mandatos de prefeito de Aracaju. Isso sem falarmos das experiências amargas com derrotas sofridas durante o percurso. Portanto, apesar dos seus 46 anos de vida, Marcelo Déda Chagas pode também hoje ser incluído no rol dos velhos políticos sergipanos, pois experiência é o que não lhe falta.
O problema em questão (a crença no apoio de Albano Franco a sua candidatura ao governo), portanto, não reside no fato de ser “ingênuo” e acreditar em estórias da carochinha. É questão de necessidade mesmo. Marcelo Déda sabe como ninguém que sem o apoio da velha raposa, dificilmente chegará aonde almeja: o Governo de Sergipe. E para chegar lá, prefere fazer ouvido de mercador para as ladainhas dos companheiros petistas, ignora as evidências de um possível acordo entre PFL e PSDB em Sergipe, e parte para o convencimento do “companheiro” Albano, a qualquer custo, desde que isso lhe possibilite vencer as eleições para João Alves.
O medo de Déda – em não contar com Albano no mesmo palanque – faz com que ele se apresente da forma que está: desfigurado e apreensivo. Com jeitinho de criança assustada por não saber se vai receber o seu chocolate na Páscoa.
Quem diria que Albano fosse virar um coelhinho! Coisas da política.