Alguns comentários

Plenário recebe um e-mail, do leitor Édson Junior, que faz inteligentes e bem pensados comentários sobre análise política publicada nesta coluna, dia 5 passado, sob o título “show de incoerências”. Edson começa lembrando que “a Guerra Fria foi, durante anos, um temor mundial, alimentada pela desconfiança e na crença de que o sistema capitalista era melhor que o socialista e vice-versa. Ninguém duvida que o sistema capitalista produziu fantásticos avanços, seja na medicina ou no entretenimento, mas que também é o responsável por uma exacerbada concentração de renda. Como resolver essa questão? Acabando com o sistema ou buscando interagir com ele?” E continua: “pois bem, o fato de figuras descendais no poder, como ACM, Sarney, Martinez, Roberto Jefferson estarem ‘apoiando’ o Governo, não quer dizer que um lado ou outro tenha rendido princípios. Não é enfiando uma Bíblia petista ou neoliberal debaixo do braço, que os homens públicos deste País resolverão os sérios problemas de nossa inanição social. É bom lembrar que, se não fosse pelo diálogo, talvez Nelson Mandela estivesse encarcerado até hoje. Vemos no diálogo, uma promissora paz entre Israel e Palestina. Tantos e tantos casos poderiam ser citados, mas que fiquemos apenas nesses dois, mais contemporâneos”. Edson vai mais adiante: “Lembro-me que, no passado, o PT era justamente criticado por ser fechado demais para almejar governar um País tão plural quanto o Brasil. A reforma da Previdência tem produzido um enorme barulho em alguns segmentos, mas é bom lembrar que nos EUA e na Inglaterra a reforma da Previdência foi feita, sob pena de insolvência do sistema. Na França, berço do Iluminismo, ela também provoca protestou com a lógica de que ‘farinha pouca, meu pirão primeiro’. Mas num sistema distributivo, como é o previdenciário nacional e desses paises, esse postulado provoca a quebra do sistema. Claro que há os fraudadores, os devedores e tantos outros problemas, mas não se pode esperar que o devedor pague imediatamente para se produzir os efeitos desejados. E se o devedor não paga? Arrestam-se bens. Mas o Estado tem justamente que deixar de ser patrimonialista. Como disse Thomas Jefferson: ‘O Estado não é solução. O Estado é o problema”. Edson prossegue: “Se a previdência quebra, órfãos do sistema serão mais numerosos que alguns segmentos que hoje defendem seu pirão primeiro, tenha certeza”. E continua: “Sobre a questão da taxa de juros, é bom lembrar que no Governo FHC ela chegou a 18% e nem por isso o cenário microeconômico foi positivo, pelo contrário. É uma questão complexa em que interesses particulares se sobrepõem ao coletivo. Vemos o caso dos combustíveis. O Governo baixou os preços e o que ocorreu na ponta do consumo, ou nas bombas dos postos? O Fato é que, em nosso País, juros baixos significam inflação alta e ela, sabemos, é a que mais afeta os mais pobres de nosso país e que não são poucos. Sobre o vice, José Alencar, quem o chamou de abilolado foi o líder do PSDB no Senado, senador Artur Virgílio”. Para finalizar Edson diz que “as soluções para tornar nosso Brasil mais justo, não sairão exclusivamente do PT. É tarefa de comunhão, de solidariedade e de percepção. No regime democrático, vence a maioria. Contrariar essa verdade é ditadura. Ora, se não aceito a decisão da maioria do meu grupo, procuro um outro que me acolha, não é verdade? Falo isso em relação aos ‘radicais’ e aqui, sem qualquer pecha negativa. É legítimo reclamar, mas também é legitimo acatar. Ademais, a reforma da previdência vai para votação e poderá ser emendada, porque tanta gritaria?”. O leitor Edson Júnior faz algumas colocações importantes, que têm sua validade dentro de uma ótica partidária que aceita o contraditório, esquecendo que o PT não está considerando legítimo um grupo não aceitar a imposição daquilo que combatia antes. De qualquer forma, Plenário volta ao assunto amanhã para mostrar que, para se ganhar uma causa, nem sempre se tem que se juntar aos mais fortes, como pregava Maquiavel, basta que ela seja bem aceita pela sociedade. CONVERSA O governador João Alves Filho considerou positiva a conversa que teve com a governadora Rosinha Garotinho, com relação à mudança na Reforma Tributária. Durante o encontro os dois concordaram que a reforma Tributária deveria cobrar tudo no destino ou na origem. Também participou da reunião a governadora do RN, Vilma Farias. REUNIÃO Hoje pela manhã o governador João Alves Filho e os demais governadores terão reunião com a bancada dos seus Estados, Em Brasília. Depois terão conversar com o presidente da Comissão Especial, Mussa Demes (PFL), e com o relator da Reforma Tributária Virgílio Guimarães (PT), para daí tomarem uma posição. ARACAJU O relator da reforma Tributária, Virgílio Guimarães (PT) vem a Aracaju, na próxima sexta-feira, conversar com o governador João Alves Filho e deputados. O seu objetivo e analisar a emenda para a Reforma. Pelo que João Fontes conversou com ele, com uma pressão muito forte é que conseguirão mudar a reforma. MOVIMENTO O deputado estadual João Fontes considerou, ontem, apoteótica a movimentação dos servidores públicos contra a Reforma da Previdência. João acha que mexeu com os brios dos deputados e pode haver uma alteração na reforma por força do movimento, que é contra a taxação e a transformação em Fundos de Pensão. FOTOGRAFIAS Os manifestantes exibiram, em cartazes, a fotografia dos 44 deputados que votaram em favor da Reforma. De Sergipe havia apenas o deputado Mendonça Prado (PFL). Os outros dos deputados sergipanos que integravam a Comissão tiraram o corpo fora. Foram eles: Heleno Silva (PL) e Cleonâncio Fonseca (PP). BASE João Fontes disse que o pessoal vaiou todos os parlamentares e lideranças que tentaram falar em defesa da reforma ou do presidente Lula: “as bases do PT sempre foram assim”. O parlamentar acrescentou que hoje os servidores se manifestam com a Reforma Previdência, amanhã poderá ser contra o autor dela. DISPUTA Está havendo uma disputa interna entre segmentos do Governo. Tem secretário com ciúmes e se queixa que está aparecendo menos que outros. O que aparece mais favorece ao Estado. Este assunto será levando esta semana à cúpula pensante do Governo. Com ciúmes, quem perde é Sergipe. DISCURSO A Executiva do Partidos dos Trabalhadores vai enviar, dia 23, o processo do deputado federal João Fontes (SE) para ser analisado pela Comissão de Ética. A partir daí, João passa a se incorporar aos demais membros dos petistas dissidentes. Serão analisadas a fita do discurso de Lula e a posição do parlamentar. EXPEDIENTE O deputado João Fontes (PT) está com sorte. No dia 24 ele estará no grande expediente da Câmara Federal, em Brasília, onde discursa, antecipando a defesa para todo o Brasil. É raro um deputado ser sorteado duas vezes em pouco tempo para o grande expediente. Aconteceu com João exatamente no momento que ele mais precisava. HÁBEAS O advogado José Cláudio, que defende o ex-deputado Antônio Francisco, deu entrada, segunda-feira passada, a pedido de hábeas corpus para relaxamento da prisão do seu cliente. O desembargador Gilson Góes é que julgará o pedido e o resultado pode sair nestas próximas quatro semanas ou em julho, em razão do recesso judiciário. MUNGANGA O advogado José Cláudio diz que não tem nada contra o indiciado Carlos Munganga, mas acrescenta que só ele pode explicar a barganha e a pressão que sofreu para falar. E continua, só ele sabe os motivos que o levaram a preencher exatamente o que estava faltando no processo. Cláudio considera que tudo isso deve ser apurado. TEMPO José Cláudio acha que a polícia age correto em não está muito empenhada na captura de Antônio Francisco, porque tem certeza que ele vai se apresentar. O advogado que se trata apenas de problemas de saúde, que, quando for resolvido, ele chegará para responder pelas acusações. É só questão de tempo. À JUSTIÇA José Cláudio também deixa claro que Antônio Francisco não vai falar na polícia. Por questão de segurança se apresentará ao Cope, que o levará à Justiça, para depor. Cláudio, inclusive, vai entrar com solicitação para o ex-deputado seja conduzido a uma clínica. Notas DENUNCIA Por e-mail uma leitora denuncia que a prefeita de Pacatuba e o sr Alexandre Martins, para fazerem suas inscrições no vestibular da Universidade Estadual Vale do Acaraú (Uva) solicitam do secretário municipal da Educação que lhes fornecessem declaração de que os dois exercem atividades pedagógicas. A mesma fonte diz que os dos passaram no vestibular e já fizeram matrículas ilegalmente, porque nenhum deles exerce atividades pedagógicas, um dos requisitos para a inscrição no curso de pedagogia em regime especial. VALE Ontem pela Manhã, no Rio de Janeiro, o governador João Alves Filho esteve com o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli. O objetivo foi discutir a ampliação da companhia em outros municípios, já que a Vale do Rio Doce está em Sergipe há vários anos, integrada ao processo econômico do Estado. João Alves Filho também sugeriu ao presidente da Vale do Rio Doce a construção de uma malha ferroviária ligando para o Porto de Sergipe e o Distrito Industrial, para que atendesse ao escoamento da produção da Companhia. COMISSÃO O caso do deputado João da Graça (PMN) terá o mesmo destino de ex-deputado Antônio Francisco Garcez, que é a Comissão de Ética. Ele será investigado, com todos os envolvidos sendo intimados a depor, para que depois se chegue a um entendimento da gravidade do que acorreu em Gracco Cardoso. João da Graça, em uma discussão, atirou no seu adversário Ezequiel Andrade e a Comissão vai analisar as razões e avaliar a gravidade. A punição pode ser a punição, a suspensão das atividades por determinado tempo ou a cassação. É fogo Os governadores da Bahia, Paraná e Alagoas não foram à reunião no Rio de Janeiro, mas autorizaram a confirmação de que apoiavam o movimento. O deputado federal João Fontes está convencido que se não houver uma mobilização forte para mudar a reforma Tributária, ela não será alterada. Os governadores de todos os Estados são favoráveis à reforma da Previdência, porque também favorecem a eles. O secretário da Fazenda, Max Andrade, acompanhou o governador João Alves Filho ao Rio de Janeiro e Brasília. São Paulo ameaça comprar gasolina da Argentina caso o Governo inclua petróleo e energia com cobrança do ICMS nos Estados produtores. O ex-vereador Alcivan Menezes está investindo pesado para disputar a Prefeitura da Barra dos Coqueiros. A Prefeitura de Aracaju, com as atrações que contratou para o São João, vai sufocar os festejos juninos do interior. A cidade de Areia Branca pode ser uma das mais prejudicadas. É possível que faça o São João à base dos trios pés de serra. Embora Sergipe faça um bom São João, tem muita gente se deslocando para as cidades de Caruaru e Campina Grande. O deputado estadual Gilmar Carvalho participou da manifestação dos trabalhadores em Brasília e até fez discurso. Foi muito aplaudido. Apesar da queda na inflação, divulgada por alguns institutos, o consumidor ainda não sentiu a diferença nos bolsos. O deputado Mardoqueu Bodano (PL) faz advertência sobre o crescimento da violência no Brasil. Acha que a população tem que refletir e pensar mais em Deus. O deputado Belivaldo Chagas vai insistir para com a Educação, para saber quantos profissionais existem contratados pela Pasta. brayner@infonet.com.br

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