Este é um período de muita movimentação nos diretórios estaduais dos partidos políticos. Vive-se um clima de lançamento de candidaturas, onde todos que disputam querem eleger-se, o que é absolutamente legítimo. Nas discussões para fechamento de alianças acontecem vários desentendimentos, discussões internas e ameaças de desistência. Tudo para defender, com unhas e dentes, a chance de eleição. Todos que se candidatam a mandatos proporcionais têm objetivos únicos: chegar às Assembléias Legislativas e Câmara Federal. Só quem entra na disputa com espírito de aventura ou de conquistar meses de licença em seus ambientes de trabalho, é que não se preocupa com o destino que o partido toma. Quem quer mandato se mantém na vigilância e faz cálculos para avaliar se o seu partido terá condições para chegar a um coeficiente eleitoral, a ponto de elegê-lo. A mínima desconfiança de que não se chegará a nível de eleger candidatos, coloca os integrantes do partido em pânico e daí se inicia uma série de desentendimentos dentro do bloco que tenta fazer o maior número de parlamentares. Uma bem intencionada e influente personalidade do bloco de oposição fez uma observação que considerou sensata: “nós só vamos fazer dois deputados federais”. Selecionou entre Jackson Barreto (PT), Heleno Silva (PL) e Valadares Filho (PSB) para dizer que “um deles ficará de fora”. Esqueceu de citar Nilson Lima (PT) e Severino Bispo (PT), que também disputam a Câmara Federal e integram o partido do pré-candidato a governador, Marcelo Déda (PT). Será que no entendimento amplo, onde o Partido dos Trabalhadores é cabeça de chapa, não se inclui um único nome do PT com capacidade de eleger-se? Quem quiser anote para cobrar depois: isso está provocando insatisfação tênue neste momento de formação de coligação, mas tende a se agravar no decorrer da campanha. Nas disputas eleitorais, os piores adversários estão dentro das composições. Os atritos serão normais, embora aconteçam nos bastidores. Na aliança que começa a se formar dentro dos partidos que apóiam a reeleição do ex-governador João Alves Filho acontece a mesma coisa, porque esse tipo de inconformismo tem partido. Nos entendimentos que estão acontecendo entre o PFL e PSC há uma única exigência para que se feche a coligação: que o PSC apresente um único candidato a deputado federal. Como o partido chega forte e exige a formação de um chapão, os candidatos do PFL aceitam, desde que seja indicado apenas um nome para a Câmara. Só assim será possível um acordo, que dificilmente deixará de acontecer. O PSC tem dois candidatos: Eduardo Amorim e Zezinho Guimarães. Se for cumprida a exigência, Zezinho está fora. Ontem mesmo, perguntado sobre a manutenção da candidatura, Guimarães disse que é uma pessoa determinada, mas tudo pode acontecer. Não se mostrou animado e deixou nas entrelinhas que poderá retornar ao Sebrae, já que entrou de licença ontem, exatamente para tentar a Câmara Federal. Haverá muita disputa, um imenso número de brigas internas e nem sempre o que tem maior número de votos é que consegue o mandato. É preciso costas quentes e preferência de cúpula. Não pode se falar diferente: muita água suja rola nessa disputa interna por um mandato. AMEAÇA A JOÃO – Ontem pela manhã, o telefone do gabinete do deputado federal João Fontes (PDT) tocou. A secretária Graziela atendeu e do outro lado veio a voz cavernosa: “O deputado fala demais e vai morrer”. O bina identificou o número de chamada: 26890, do ramal interno, que fica na guarita da garagem do Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Graziela informou o fato imediatamente a João Fontes e houve um movimento de parlamentares. Imediatamente foram colocadas seguranças do legislativos e da Polícia Federal para acompanhar o parlamentar. Na terça-feira, João Fontes deu entrevistas à TV Bandeirantes e disse que tinha documentos que comprovam a existência de deputados entre os Sanguessugas. João está tranqüilos e ontem à noite comemorou com parlamentares amigos o seu aniversário, em um restaurante de Brasília. João muda de idade hoje. ELEIÇÃO O blog do Josias, na “Folha”, diz que um levantamento feito em segredo pelo PT indica que a engrenagem eleitoral do partido nos Estados roda em descompasso com a máquina nacional. Escorado em Lula, o partido considera-se franco favorito na disputa presidencial. Mas antevê derrotas a governo dos estados. SERGIPE Segundo, ainda, informação do blog do Josias, “em Sergipe, não se exclui a hipótese de o petista Marcelo Déda passar ao segundo turno”. E continua: “mas reconhece-se que ele tem menos chances de vitória que o governador João Alves Filho (PFL), que disputa a reeleição”. Josias retirou essa parte da noticia depois. DÉDA O prefeito Marcelo Déda (PT) telefonou, ontem, por volta das 14 horas para Josias de Souza para enviar-lhe algumas pesquisas que estão em seu poder. Déda diz que no momento o quadro lhe é favorável em todas as pesquisas, “embora possa acontecer que dentro de mais alguns dias o quadro eleitoral pode mudar”. TRABALHO O prefeito Marcelo Déda diz que os números das pesquisas não o envaidecem se estiverem bons e se forem ruins não o detém em busca do seu projeto. Acrescentou que o melhor rendimento para uma campanha eleitoral é o trabalho constante, em contato com o eleitorado. JOÃO ALVES De Brasília, o governador João Alves Filho (PFL) declarou que hoje tem uma assessoria que utiliza meios científicos. “É um pessoal muito eficiente”, disse. João Alves trabalha com pesquisas qualitativas e quantitativas e recebeu informação do pessoal que o assessora de que “o avanço foi extraordinário”. EXEMPLO Em agosto do ano passado, numa avaliação entre ótimo e bom, ruim e péssimo, João estava com 14 pontos negativos. “Hoje, só em Aracaju, os dados são de 20 pontos positivos”. A avaliação de tendências, segundo dados da assessoria, é que João Alves ganha no primeiro turno: “acho que Josias teve conhecimento disso”, disse o governador. SENADO O governador João Alves Filho confidenciou que até agosto do ano passado o seu objetivo era disputar uma vaga no Senado Federal. Mas depois de avaliações e conversas com aliados, foi que João Alves se convenceu a candidatar-se à reeleição. REUNIÃO O PSDB adiou a reunião que estava marcada para ontem, na sede do partido, quando os deputados seriam avisados da decisão definitiva sobre as alianças. Quanto ao anuncio público da posição do PSDB deve acontece na próxima semana – em plena lua crescente. O partido sairá independente, mas vai a busca de legendas menores. DECISÃO O ex-governador Albano Franco, depois de conversas com membros do bloco que apóia o ex-prefeito Marcelo Déda a governador, decidiu que o PSDB sairá sozinho. Uma informação sigilosa que surgiu, ontem, no final da tarde, revela que alguns candidatos acham difícil uma aventura política desse tipo, porque prejudica o partido. ZEZINHO José Guimarães pediu licença ontem da Superintendência do Sebrae em Sergipe. Afasta-se para disputar o mandato de deputado federal pelo PSC. Assume Emanoel Sobral A partir de agora fica à disposição do partido. No seu entender, só depois de fechar as coligações é que o jogo começa. Sua candidatura depende das alianças. COLIGAÇÃO Zezinho Guimarães diz que o PFL só aceita um chapão com o PSC apresentando apenas um candidato a deputado federal. A luta interna no partido será intensa. Zezinho deixa no ar a hipótese de não ser candidato: “sou um cara determinado, mas tudo pode acontece. Não sou obcecado pelo mandato, mas vou lutar pela minha candidatura”. CANDIDATURA O senador José Almeida Lima (PMDB) avisou ontem que o seu colega Pedro Simon mantém a candidatura a presidente da República. Agora vai iniciar uma batalha judicial. Simon quer trazer a convenção para o início de junho. Entende que não se pode fazer convenção estadual antes da nacional. POR FORA Almeida Lima disse que não está se envolvendo na discussão do diretório regional, para alianças políticas que sirvam melhor à legenda. Almeida vai permanecer no partido e, a partir do próximo ano, iniciará um processo de reaproximação para colaborar com o fortalecimento do PMDB no estado. Notas JOÃO E ALBANO-1 João Filho acha que os membros do PSDB “precisam se resolver internamente”. Em uma das conversas que teve com Albano Franco, o clima estava ótimo para um entendimento, mas no dia seguinte leu manchete onde Bosco Costa dizia que a chance de coligação era de 0,01%. “Sinceramente não entendi”, disse. João não vai mais procurar o PSDB e, de parte do PFL, teve longas e pacientes conversas com o partido, que hoje está 99,9% decidido a não fazer mais essa coligação. “Não perdi 30 segundos de sono com as cifras de Bosco”. JOÃO E ALBANO-2 Numa das conversas com Albano Franco, João Alves colocou uma condição sine qua: “época de casamento forçado já acabou, só interessa a união por amor. Se não houver isso, não interessa porque não dá certo”. O governador João Alves admite que “vindo de cima para baixo é ruim para os dois”. Na última conversa, João Alves disse a Albano que a bola estava com o PSDB e ele podia chutá-la como quisesse. Não aconteceu. Lembrou que o PFL deixou de dar entrevistas contra o PSDB, porque “decidi que seria assim”. INSOLÚVEL Ao formalizar a chapa com o PFL para concorrer à Presidência, Geraldo Alckmin (PSDB) passará a ter prazo de 30 dias para resolver um problema que extrapola a troca de farpas entre as cúpulas dos dois partidos: um mapa de alianças estaduais que não fecham em pelo menos dez Estados do país. Sergipe está entre os estados em que ainda não há acordo e nem perspectiva de acontecer, em razão das divergências entre os dois partidos. Como Sergipe, mas seis estados são dados como insolúveis para alianças. É fogo Uma pesquisa do Instituto Datafolha mostra que 25% dos eleitores que votariam em Lula, caso as eleições fossem hoje, fazem pelo desempenho na área social. Já entre os eleitores que votariam no candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, 32% afirmaram que o escolheriam pela sua imagem pessoal. Servidores do INSS em Sergipe iniciam paralisação e cobram acordo do governo, que ameaça descontar salário. Claudia Andrade, ex-candidata à vice-prefeita ao lado de Susana Azevedo, tem trabalhado muito sua candidatura à deputada estadual. Uma aliança com o PDT, na avaliação de Bosco Costa, não é difícil, desde que o senador Cristóvam Buarque (DF) não seja confirmado como candidato a presidente da República. Bosco Costa diz também com o PFL não é impossível, mas dificílima. Diz que com ele não tem esse negócio de aliança branca. Depois de várias conversa com o PSDB, que se fizeram estéreis, agora é o PMDB que vem sendo contatado pelo PT, PFL, PSDB. O governador João Alves Filho apoiará Geraldo Alckmin com ou sem acordo com os tucanos em Sergipe. O deputado estadual Fabiano Oliveira (PSDB) diz que o seu partido não barganha cargos, mas quer fazer alianças. Depois de uma negociação sem avanços com os bancos, o governo decidiu fixar um teto para as taxas de juros praticadas nos empréstimos consignados a aposentados. Desde ontem que Sergipe vive o clima de São João. Muitas festas já estão programadas e o mês será de Copa e forró. Nada mais.
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