Um problema de Saúde que está no esquecimento

Os Casos de HIV/AIDS na Terceira Idade

No Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, procurei um tema ligado a HIV/AIDS que estava no esquecimento: pouco se fala hoje sobre o HIV/Aids na terceira idade.

Fui observar no último boletim do ano de 2024 do Ministério da Saúde, uma série histórica dos casos de HIV/Aids no Brasil, na faixa etária de 60 anos e mais. Vejam o que encontrei: do ano de 2.007 até 2024, um dos sistemas de informação, apresentou 11.590 homens idosos vivendo com HIV e 7.464 mulheres idosas vivendo com HIV. Outro dado brasileiro foi que, no período de 1980 até o ano de 2024, houve o registro 31.050 homens idosos vivendo com AIDS e 18.446 mulheres idosas vivendo com AIDS.

Solicitei ao setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe, um levantamento sobre os casos de HIV e de Aids na terceira idade nos últimos 11 anos. Vejam os dados levantados: 101 Homens idosos vivendo com AIDS no período de 2014 até 2025 (resultado parcial) e 62 mulheres idosas também vivendo AIDS no mesmo período, totalizando 163 idosos vivendo com AIDS. Já com relação aos casos de HIV, os dados são os seguintes: no mesmo período de 2014, são 112 homens idosos vivendo com HIV, 76 mulheres idosas também vivendo com HIV Sergipe.

Os dados apresentados podem gerar importantes discussões entre profissionais de saúde: uma delas é por qual motivo é maior número de homens idosos do que mulheres, já que é a mulher é quem mais procura os Serviços de Saúde?

Lembrando que os termos HIV e Aids são diferentes: Ter HIV significa ter a infecção pelo HIV mas não apresentar Sinais e Sintomas; Ter Aids é ter a infecção pelo HIV porém com os sinais e sintomas das Doenças Oportunistas – Usa também a palavra Aids avançada. Hoje o Brasil está lançando o Programa de Eliminação da AIDS que visa realizar estratégias para que seja estimulado o diagnóstico precoce e que quem foi diagnosticado com HIV inicie o tratamento o mais rápido possível, tenha boa adesão para se tornar indetectável, o que favorece à pessoa tanto individual com coletivamente.

Como o HIV/AIDS chega na Terceira Idade?

Contraiu o HIV na relação sexual na Terceira Idade; Contraiu o HIV antes da Terceira idade e, com o tratamento eficaz, atingiu a Terceira Idade; Descobriu que tinha o HIV de forma tardia, na terceira idade.

Por que está aumentando o número de idosos vivendo com HIV/AIDS ?

Envelhecimento da população em geral, com aumento da expectativa de Vida com melhoria da qualidade de vida e tendo vida sexual mais ativa; Envelhecimento da população idosa que já vive com HIV/Aids; Mudança do Comportamento Sexual do Idoso: muitos estão vivendo sozinhos e procuram relacionamentos temporários ou uma nova companhia, e não usam preservativo nas relações sexuais; Aumento do uso de medicamentos para disfunção erétil; Aumento do uso de medicamentos para reposição hormonal; Deficiência de ações de prevenção com foco nas pessoas idosas; Preconceito com relação ao uso do preservativo; Preconceito com relação aos testes para diagnóstico do HIV nos idoso.

Atividades Importantes que vão ajudar os idosos

Usar os espaços de socialidade das pessoas da terceira idade para ações educativas, nos bares da terceira idade, por exemplo, passeios e outros eventos; Discutir as questões de sexualidade com grupos da terceira idade; Divulgar a importância do uso do preservativo masculino, feminino e gel lubrificante; Nas UBS e nas consultas médicas, estimular a testagem para o HIV, Sífilis e Hepatites Virais; Na UBS há a necessidade de disponibilizar os preservativos masculinos, femininos e gel lubrificantes, com entrega natural e sem preconceitos principalmente com relação a quantidade dos insumos de prevenção.