AMANHÃ DUVIDOSO

Demograficamente, a idade média da população mundial está aumentando. Os governos, que já têm sérias dificuldades para fazer política monetária num mundo em que o dinheiro se movimenta na velocidade da luz através de computadores e fibras óticas, terão problemas para controlar a política fiscal e conter os déficits do sistema de aposentadorias e pensões.

Com a livre movimentação de capital e tecnologia é possível produzir qualquer coisa em qualquer lugar e vender em qualquer outro. As empresas irão para países e regiões onde puderem produzir com maior eficiência ao menor custo possível. A British Airways, uma das maiores companhias aéreas do mundo, transferiu seus centros de computação ara Bombaim, na Índia, onde há mão de obra altamente qualificada, mas de baixo custo.

Cabe aos governos, para o economista Lester Thurow, preparar o caminho para o futuro, defender os interesses que estão além do imediatismo das empresas; investir em educação, pesquisa e infra-estrutura. Como exemplo, diz que o governo americano investiu 30 anos em biotecnologia, antes que o produto chegasse ao mercado. O mesmo raciocínio vale para infra-estrutura.

Hoje a conseqüência da nova ordem econômica é um aumento da concentração de riqueza em quase todo mundo e uma queda na renda real da imensa maioria, Nos EUA, depois de 1945, o americano que entrasse numa empresa bem sucedida tinha garantia de emprego vitalício, com aumentos reais anuais. Isto não existe mais.

Na aristocrática Inglaterra, uma típica sociedade de classes, a concentração de renda ainda é menor do que nos EUA, mas voltou aos níveis de 50 anos atrás. Dezesseis anos de thatcherismo acabaram com décadas de social-democracia.

Praticamente em todo mundo existe o risco do surgimento de uma subclasse de marginalizados, desempregados, subempregados e sem teto. A África, um continente afundado em guerras civis brutais, na fome, miséria, corrupção, drogas, ditaduras, doenças endêmicas como a Aids e devastação ambiental, sem esperança e abandonada pela comunidade internacional.

O economista Lester Thurow compara o mundo pós-moderno com a Idade Média: Cidades cercadas de muralhas, violência nas ruas, gangues de jovens, desabrigados, quase todo mundo acreditando na pena de morte, fundamentalismo religioso, falta de confiança numa vida melhor, aumento do analfabetismo e redução da leitura.

Se este é o mundo de hoje, o que será o amanhã?

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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