AMIGOS FRUSTRADOS

Nós temos que reconhecer a força da amizade. Aquela que vem do fundo do coração. E é exatamente sobre esse tema – amizade –  que vou tratar no meu comentário de hoje.

Em Sergipe, sempre soubemos que o governador João Alves Filho tinha como marca registrada a capacidade de fazer amigos… E de mantê-los. O que é algo infinitamente mais complexo. Essa sua característica, inclusive, era cantada em verso e em prosa por dezenas de fiéis correligionários que nunca se cansavam de bradar pelos cantos: “Com João é diferente. Ele é amigo dos amigos”, ao compará-lo aos demais políticos.

Mas depois de um longo período afastado do poder, neste terceiro mandato, algo de estranho paira no ar. Nunca se viu um João Alves com comportamento tão personalista quanto agora. Amigos de outrora – aqueles que se vestiram de verde em 2002 e foram às ruas para elegê-lo – sequer querem falar a seu respeito. Estão distantes da administração estadual e torcem os lábios quando questionados sobre o que está acontecendo. Em diversos casos, podemos até dizer, no popular, que “estão de mal”. Parece coisa de criança, mas não é bem assim.

O problema reside num simples fato: frustração. É que a expectativa em torno de João era muito grande. Os inúmeros amigos, conquistados ao longo do tempo, desde a prefeitura de Aracaju, ansiavam por demais o seu retorno. Tinham plena certeza de que iriam se somar a um governo de “grandes realizações”. Afinal, trabalharam para isso e confiaram na amizade do homem, não é mesmoMas o governador, pelo visto, nesse quesito, realmente se reciclou a partir da posse, em 01 de janeiro de 2003. Poucos foram os escolhidos para participar da administração. E dentre eles, somente alguns apaniguados permanecem até hoje nos cargos. Muita gente boa foi rifada. Não vou citar nomes para não melindrar ninguém.

Num primeiro momento, em tom de chacota, houve até quem dissesse que o problema era que o governo só queria amigos que se enquadrassem no slogan “Competência e Trabalho”, portanto, muitos teriam que ficar de fora, chupando dedo e frustrados.

Agora, a chacota aumentou. Os críticos do governo – que não dão mole – complementam a brincadeira com a seguinte indagação: “Como não deve andar a frustração desses abandonados, depois que souberam das diversas licitações realizadas e que o slogan mudou para… “Construindo o Nosso Progresso”?

Humm! Devem estar com ódio mortal.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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