Este é o título da autobiografia de Andy Grove, um dos fundadores da INTEL. O que o autor deseja chamar atenção é sobre a necessidade dos gestores estarem em continua busca, não apenas por oportunidades de inovação, mas também e principalmente pelos primeiros sinais de que qualquer inovação de outros poderá se constituir numa grande ameaça para si.
Além dessa observação o que Grove também quer chamar atenção é que as empresas precisam estar continuamente antecipando e analisando cenários para evitar serem pegas de surpresa e não conseguirem reverter o processo. Portanto, não resta a menor dúvida que a melhor ferramenta para isto é o pensamento criativo.
Atualmente, o que mais escutamos falar é sobre inovação; todavia, o que se percebe é que a maioria das pessoas e das empresas esquece é que o processo de inovação passa essencialmente por três estágios fundamentais: 1º – a geração de novas idéias; 2º – a seleção das melhores idéias e 3º – implementação.
Portanto, o primeiro estágio está fundamentalmente embasado no pensamento criativo e é fundamental nesse estágio que as pessoas tenham aprendido a exercitar o pensamento criativo e a utilizar todas as ferramentas disponíveis para que possam ser geradas muitas idéias – realmente – criativas. Assim sendo, empresas como a 3M, Procter e Gamble, Reuters, Siemens, Phillips e Rolls-Royce além da sua longevidade se caracterizam pela sua capacidade de inovar continuamente e por possuírem equipes que foram preparadas para trabalhar com o pensamento criativo. É bem verdade que isso não aconteceu da noite para o dia, mas é atualmente um grande diferencial de competência.
Todas as empresas falam que querem inovar os seus processos, produtos e serviços, mas apenas querer é muito pouco e isso não tem se mostrado suficiente. Mais do que querer e desejar é preciso saber gerenciar o processo de maneira ativa. Um exemplo bastante simples de tudo isto pode ser dado quando observamos a natureza e constatamos a contínua adaptação e mutação dos organismos vivos para poderem sobreviver. As espécies que melhor se adaptam ao sistema são justamente aquelas que mais sobrevivem. E, para se adaptar a um novo cenário muitas transformações se fazem necessárias nesses organismos vivos e, certamente, isto não acontece de um dia para outro.
Fazendo agora um paralelo com uma empresa, o primeiro passo seria estar ciente da necessidade de um aprimoramento contínuo no que se refere à sua eficiência, à variedade e qualidade dos seus produtos. Um segundo passo seria na invenção de produtos e processos radicalmente novos e que sejam capazes de desencadear novos tipos de valor.
O que muitas empresas teimam por fazer é apenas melhorar a eficiência dos seus produtos; todavia, num mercado altamente competitivo como o atual essa postura tem se mostrado pouco eficiente. É necessário que sejam criados produtos que realizam as mesmas funções dos antigos, porém de um modo novo e radicalmente mais produtivo. Eis o grande papel da inovação.
A regra é bastante clara. Se as empresas não mudam o que oferecem aos seus clientes na questão de produtos e serviços outras empresas o farão, portanto, na verdade, trata-se de uma questão de sobrevivência.
Por outro lado, quando falamos em inovação estamos automaticamente falando também em crescimento, em expansão, já que novas idéias poderão estar originando novos produtos e serviços e, consequentemente, novos negócios, novos empregos, e novas oportunidades. Por outro lado, sabemos também que a inovação transforma idéias e conhecimento em produtos e serviços, logo vale considerar que a inovação responde por uma fatia considerável do crescimento econômico.
Certamente vale considerar que um problema que surgiu para uma pessoa ou grupo, pode se tornar em oportunidade para outro. Daí podemos considerar também que há uma estreita relação entre a inovação e o empreendedorismo já que a capacidade de enxergar as oportunidades e criar os novas formas de explorá-las e transformá-las é fundamental para o processo de inovação.
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