AQUECIMENTO GLOBAL

Segundo Steve Sawyer, conselheiro político do Greenpeace Internacional, “Os piores impactos da mudança climática só podem ser evitados se os governos agirem agora”. Afirmou ainda: “As futuras gerações não nos perdoarão se demorarmos”.

 

“As obrigações legais, morais e políticas dos países ricos são claras: Eles precisam reduzir dramaticamente suas emissões e, ao mesmo tempo, estar preparados para apoio maciço para ajudar os países mais pobres se adaptarem”, acrescentou.

 

Ao lado dos países industrializados, como os Estados Unidos e Austrália, que se recusaram a ratificar o Protocolo de Kioto para controlar as emissões de gases causadores do efeito estufa, a China e a Índia têm que reduzir suas emissões. O Brasil precisa assumir a responsabilidade como um dos maiores emissores do mundo de CO2. O governo precisa combater o desmatamento e promover a energia limpa e renovável, bem como a eficiência energética.

 

O Brasil, o Mediterrâneo e o oeste dos Estados Unidos estão entre as regiões que mais vão sofrer as conseqüências do aquecimento global, indica uma nova projeção que prevê secas prolongadas, chuvas intensas e ondas de calor mais longas nas próximas décadas, O estudo, feito pelo Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos EUA, prevê também fenômenos contrastantes, como quedas drásticas de temperatura e uma maior temporada de crescimento vegetal.

 

Alguns lugares, como o noroeste do Pacífico, devem sofrer com uma praga dupla: Secas longas pontuadas por chuvas intensas. Com o mundo mais quente, haverá mais chuva no Pacífico tropical, o que mudaria o fluxo do ar em algumas áreas de maneira semelhante à que ocorre no El Nino, mas atingindo mais áreas.

 

Até o final do século 21, o aquecimento global provocado pela emissão de gases de efeito estufa poderá transformar o Brasil em um país com desertos no Nordeste, tempestades violentas no sul e no Sudeste, mais casos de dengue, febre amarela e encefalite e sem algumas de suas principais áreas costeiras, incluindo a cidade do Rio de Janeiro, engolidas pela elevação do nível do mar.

 

Para que a Amazônia não seja acometida por intensas transformações no seu bioma, seria necessário que até 2060 os níveis de emissão dos gases provocadores do efeito estufa fossem reduzidos em 50%. O Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, no fim de 2006 divulgou um estudo em que afirma que a floresta tropical mais rica em biodiversidade do mundo pode ter uma parcela transformada em savana nos próximos 70 e 100 anos.

 

De acordo com Carlos Nobre, pesquisador do Inpe, há duas conseqüências de correntes do processo de savanização da Amazônia, que têm efeitos no âmbito global, como local. A perda de floresta tropical contribui para o efeito estufa, aumentando o problema do aquecimento global. A razão disso é que o bioma da Amazônia tem capacidade para armazenar mais gás carbônico do que os demais. Com a perda da floresta há perda da biomassa e, consequentemente, aumenta-se o gás carbônico na atmosfera. O segundo efeito é a perda de biodiversidade. Florestas tropicais, especialmente a Amazônia, contam com uma grande diversidade de espécies da fauna e da flora, muitas delas, até hoje desconhecidas. “O cerrado tem um terço da biodiversidade da floresta. Se a Amazônia se savanizar, teremos uma erosão da biodiversidade e uma perda enorme de material genético. Muitas espécies entrarão em extinção para sempre”, afirma o pesquisador do Inpe.

 

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no lançamento do GEO Brasil, relatório que indica o histórico do manejo dos recursos hídricos do País e orienta como deve ser construída uma agenda de sustentabilidade para os próximos anos, chamou a atenção para o problema do aquecimento global e sua grave conseqüência  para a gestão dos recursos hídricos.

 

“As mudanças climáticas podem afetar em até 20% o Produto Interno Bruto Mundial e seus efeitos atingem todas as pessoas, particularmente as que têm mais dificuldade para se proteger”, afirmou a Ministra Marina Silva. (Ambientebrasil)

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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