Aracaju é oposição

Aracaju é oposição

 

Não é preciso estudos minuciosos para descobrir porque o governador Marcelo Déda (PT) perdeu em Aracaju. A cidade tem tradição de votar na oposição e pronto. É na capital, por exemplo, que está o maior número de servidores estaduais, sempre insatisfeitos com o governo. Foi beneficiado por este perfil do eleitorado, que Jackson Barreto (PMDB) ganhou todas as eleições que disputou ou apresentou alguém como candidato a prefeito, pois sua campanha rivalizava com o governador de plantão. Alguém vai perguntar: e por que, em 2008, Mendonça Prado (DEM) não derrotou Edvaldo Nogueira (PC do B), que era apoiado por Marcelo Déda? Porque o petista vinha de uma fantástica vitória sobre João Alves Filho (DEM) em 2006, e os aracajuanos não queriam fortalecer aquele que governou Sergipe por três vezes. Aliás, em todos os mandatos, o demista sentiu o sabor da derrota nas eleições municipais de Aracaju. Domingo passado, a capital voltou a ser oposição e votou em Alves Filho, não por ele ser o melhor, mas para derrotar o governador de plantão.

 

João já era

 

É tolice pensar que, pelo fato de ter tido mais voto do que Déda em Aracaju, João Alves Filho se cacifou para disputar a Prefeitura da capital. O eleitor aracajuano é muito seletivo e não entregaria o comando do município a quem já caducou politicamente. João está cansado, insiste com um discurso velho e sofre de megalomania, ou seja, se acha o melhor e cismou que construiu tudo em Sergipe. Depois de ser derrotado duas vezes seguidas para o governo, cabe a Alves Filho ter humildade suficiente para perceber que sem tempo já passou. Resta-lhe gozar da aposentadoria e contar histórias aos netos.

 

Com Serra

 

Por falar em João Alves, ele viajou ontem para São Paulo visando se reunir com o presidenciável José Serra (PSDB). Deve retornar hoje à noite e amanhã concederá uma entrevista coletiva, para falar sobre a derrota nas eleições de domingo passado. Como aconteceu em 2006, quando após perder a eleição para o governo resolveu apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) no 2º turno, João vai pedir votos para José Serra nessa segunda fase da campanha presidencial. É a última esperança que lhe resta para não ficar totalmente alijado do poder.

 

Branca de Neve

 

A Polícia apura o crime eleitoral praticado domingo passado por um candidato que teria fretado um carro visando transportar sete anões de Aracaju para Itabaianinha. Há suspeitas que, ao perceber a aproximação do carro policial, Branca de Neve fugiu, deixando os sete anões a ver navios.

 

Lixo eleitoral

 

Somente em Aracaju, foram recolhidas mais de 11 toneladas de lixo eleitoral. 12 equipes trabalharam pesado para retirar das ruas, praças e avenidas, grande quantidade de ‘santinhos’, bandeiras rasgadas e toda sorte de lixo produzida pelos eleitores a caminho das urnas. Alguém há de dizer que esse é o preço da democracia, mas não é. O lixo jogado nas ruas pelos candidatos e cabos eleitorais é falta de educação mesmo.

 

Carece descarrego

 

Um conselho ao deputado estadual Mardoqueu Bodano, derrotado nas eleições de domingo: procure a Igreja Universal do Reino de Deus para receber um bom descarrego, pois sua derrota pode ter sido coisa do Diabo. A coluna sugere que leve algum dinheiro, pois a turma da Universal só trabalha se o incauto liberar antes um bom agrado financeiro.

 

Contra pesquisa

 

A senadora Maria do Carmo Alves (DEM) pensa em apresentar um Projeto de Lei propondo que as pesquisas de intenção de votos sejam limitadas ao consumo interno dos candidatos e partidos. A informação foi dada pelo candidato derrotado João Alves Filho (DEM). Segundo ele, os resultados das consultas de opinião pública o prejudicaram, pois os empresários não colaboraram com sua campanha devido aos baixos índices de popularidade atribuídos a ele. Acabar com as pesquisas é o desejo de todos os derrotados. Ainda bem. Já pensou se eles quisessem acabar com os eleitores?

 

Horário eleitoral

 

A propaganda eleitoral gratuita dos candidatos a presidente da República pode começar a partir de 48 horas da proclamação dos resultados do primeiro turno, sendo o dia 16 de outubro a data limite para o seu início. No segundo turno serão veiculados dois períodos diários de 20 minutos, inclusive aos domingos, até o dia 29. Assim como no primeiro turno, no rádio, a propaganda será veiculada às 7 e às 12h. Na televisão, às 13h e às 20h30. O tempo de cada candidato ao segundo turno é dividido de forma igualitária.

 

Avexe não!

 

Entre os candidatos ‘nanicos’ ao Senado, o mais votado em Sergipe foi o verde Antônio Leite: 27.553, ou 1,48% dos votos válidos. Ontem, um eleitor de carteirinha do agitador cultural lhe dava um conselho: “Ligue não Tonho, se caranguejo votasse a coisa teria sido diferente”. É, pode ser. Com tantas patas, os crustáceos poderiam até votar mais de uma vez.

 

Do baú político

 

Lá pelos idos de 1970, quando se comprava votos em Sergipe, um prefeito do interior recebeu uma boa ‘grana’ para apoiar determinado candidato ao Senado. Finda a eleição e proclamado o resultado das urnas, o senador eleito organizou uma ‘baita’ festa em Aracaju para comemorar a vitória folgada. Todos os políticos que o apoiaram compareceram ao rega-bofe, inclusive o prefeito vendedor de votos. Ao abraçar o novo senador, este lhe disse baixinho: “Obrigado pela força, mas vá se preparando para me devolver a metade do dinheiro, pois lá só tive a metade dos votos que você vendeu”.

 

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O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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