AS CARICATURAS DA SOMESE – PARTE 2

A administração de William Soares à frente da  Somese, ocorrida de 1997 a 1999, foi de extrema proficuidade. Não só manteve as principais atividades da gestão anterior como, ainda melhor, incrementou-as, partindo então para um ousado projeto de ampliação de sua área física,  conseguindo o seu intento graças à parceria com uma instituição bancária. Ainda no seu mandato, criou o tradicional almoço das quintas-feiras, mantido até hoje e ampliou a atividade do Departamento de Convênio, com a realização de convênios com diversas instituições públicas.

Com rara sensibilidade, convocou mais uma vez o artista plástico Belém e a ele encomendou outro painel, para simbolizar a união das entidades médicas. De mãos dadas, os presidentes do Cremese, Sindimed, Somese, Academia e Unimed, foram caricaturados por Belém.

Em seguida, encomendou outra obra, uma réplica bem-humorada da famosa tela “Primeira Operação com Éter”, de autoria de Robert Hinckley, bastante conhecida. Curiosamente, a famosa tela do  pintor americano somente foi realizada 40 anos após o fato histórico. Ele tentou fazer com o pincel um flash daquilo que de fato aconteceu em 16 de outubro de 1846, no anfiteatro do famoso Hospital Geral de Massachusetts, em Boston: “A primeira apresentação pública de uma cirurgia com éter, realizada por um médico cirurgião, o Professor Dr. John Collins Warren”. A cena deixou de ser documentada no momento porque o fotógrafo contratado, Josiah Hawes, desmaiou durante o ato cirúrgico.   

 

No entanto, a primeira cirurgia a utilizar o éter como anestésico, foi realizada por um médico da cidade de Jefferson, na Geórgia (USA), o Dr. Crawford Williamson Long que, em 30 de março de 1842, extirpou uma tumoração cervical, de um amigo seu de nome Venable, utilizando um pedaço de pano embebido em éter. Coincidentemente, tanto Dr. Long, em 1842,  como o Dr. John Collins Warren, em 1846, fizeram suas intervenções cirúrgicas na mesma região anatômica: a região cervical. 

 

No painel do artista sergipano Belém, pintado em 1999, o anestesista é Cleômenes Barretto, então presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe. O cirurgião é Carlos Alberto Mendonça, cirurgião de cabeça e pescoço e presidente da Unimed. Monitorando-lhe o pulso do paciente o médico Lucio Prado Dias (Presidente da Academia), sob o olhar  de William Soares (Presidente da Somese). Como assistentes do ato operatório, vemos ainda Henrique Batista ( com o estetoscópio) e Atilano Godinho. Presenciam a operação os médicos Cleovansóstenes Aguiar, Saulo Maia, Josias Passos e João Alberto, além do Sr. Aloísio (secretário da Somese) e o próprio artista Belém, no topo da figura, cortado pela metade. A seleção do paciente não foi difícil. O funcionário mais antigo da Somese, Gileno dos Santos, sofria naquela oportunidade de um cisto do tireoglosso e ele foi escolhido para representar o paciente sendo operado, na versão de Belém. 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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