No Dia Internacional da Mulher, aproveitamos para passar algumas informações importantes sobre a saúde sexual as mulheres.
A figura da mulher passou a ser algo extremamente importante na sociedade atual. Com o tempo, graças às lutas promovidas, a mulher vem conseguindo aumentar o seu espaço nas estruturas sociais, abandonando a figura de mera dona de casa e assumindo postos de trabalho, cargos importantes em empresas e estruturas hierárquicas menos submissas. No entanto, há ainda muitos avanços a serem conquistados.
Apesar de tantas conquistas, a mulher ainda está numa posição de inferioridade em relação aos homens na vida sexual, pois ainda lidam com algumas situações que as colocam em risco de infecção pelo HIV e outras DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis, principalmente aquelas doenças denominadas “silenciosas” com as hepatites virais B e C, a Sífilis e o HPV.
Com relação à AIDS, por exemplo, o número de mulheres com relacionamento estável infectada pelo HIV vem aumentando significativamente no Brasil. A crença de que as mulheres estavam imunes ao risco de contaminação pelo HIV, associada a diagnósticos tardios e errados, ou mesmo à ausência destes, contribuiu primariamente para a ampla disseminação da AIDS no segmento feminino.
Dos 3.854 casos de AIDS de Sergipe, cerca de 1.282 são em mulheres. Foram registrados, desde o ano de 1.987, 512 gestantes que apresentaram o vírus da AIDS (HIV). Já nasceram 100 crianças soropositivas.
Também são crescentes os casos de câncer do colo do útero relacionados ao HPV, vírus transmitido sexualmente e que, na maioria das vezes, o parceiro foi infectado em relações sexuais extraconjugais sem o uso da camisinha. Ainda é crescente o número de gestantes contraindo a bactéria da sífilis e, por falha no pré-natal, termina infectando a criança que ainda vai nascer. Em geral, as mulheres estão se infectando pelos seus parceiros estáveis.
Os homens casados ou com união estável precisam saber que toda vez que se relacionam sexualmente, com outra mulher ou com outro homem, sem o uso da camisinha, podem estar, irresponsavelmente, se expondo às doenças sexualmente transmissíveis, inclusive ao HIV e HPV, e também expondo a sua companheira, pois muitos casais estáveis abandonam o uso da camisinha, por confiar na fidelidade.
È fato que a questão do gênero favorece as relações desiguais de poder, o que contribui para o aumento da vulnerabilidade feminina ao HIV/AIDS e dificulta tanto a percepção de risco quanto a negociação sexual por práticas preventivas, através principalmente, pelo uso da camisinha masculina ou feminina.Infelizmente ainda persiste o baixo poder da mulher em negociar relações sexuais seguras, prevalecendo a vontade do parceiro e a credibilidade no amor e no casamento. Algumas aceitam engravidar para satisfazer seus companheiros, ainda que não desejem fazê-lo ou, inversamente, são pressionadas a evitar a gravidez, a interrompê-la e até mesmo a submeter-se à ligadura de trompas por imposição do homem ou por sua absoluta alienação frente às questões da anticoncepção.
A mudança de atitude é fundamental, para a diminuição dos casos das doenças sexualmente transmissíveis nas mulheres. A rejeição à relação sexual não consensual (às vezes a mulher não quer ter relações sexuais naquele momento, mas termina aceitando), evitar as situações que favorecem a uma violência sexual (por exemplo, namorar em locais considerados de risco), evitar o abuso das bebidas alcoólicas antes de uma relação sexual (perderá a noção do autocontrole e certamente, terá relação sexual sem camisinha e até uma prática sexual indesejada), evitar a prática do sexo anal não consensual (existem mulheres que não gostam de sexo anal e terminam aceitando, com medo de perder o parceiro), a decisão de usar camisinha em vez de usar os outros métodos anticoncepcionais como a pílula e injeções hormonais (os homens geralmente convencem as mulheres a usarem os métodos hormonais que previnem apenas a gravidez, mas não previnem as DST), são atitudes que contribuem para uma vida sexual saudável das mulheres e dos seus parceiros.