Nada é mais importante para um político do que o bom senso. Discurso e prática não podem andar separados. O homem público inteligente sabe muito bem que com a evolução dos meios de comunicação e a universalização do ensino fundamental no país, hoje em dia, o mais simplório eleitor tem consciência do que é bom ou ruim para ele. Sabe perceber, como ninguém, quando está sendo enrolado.
Foi-se a época em que um punhado de palavras bonitas e de difícil compreensão funcionava como alavanca de uma carreira política de sucesso. Em outros tempos, discursos inflamados mexiam com os cidadãos de tal maneira que, mesmo sem entender bulhufas, admirados, votavam quase que inconscientemente naquele orador loquaz.
Mas as coisas mudaram. E como mudaram. Com o advento da televisão e, posteriormente, o surgimento do VT (videotape), quase todo mundo hoje assiste, entende e discute os acontecimentos com naturalidade. A informação chega fácil e repercute rápido. As imagens – muito mais fortes do que as palavras – mostram a realidade nua e crua. E estão cada vez mais presentes nos lares brasileiros.
Mas o que é que o VT tem a ver com tudo isso? Citei o VT por um simples fato. Nos últimos anos, vários governos foram documentados por meio de videotapes. E os arquivos estão aí, prontos para serem utilizados em profusão nas campanhas políticas. Imagine você, caro leitor, o desconforto que essas imagens não causarão quando confrontadas com o discurso de certos políticos. Projetos megalomaníacos inacabados, obras “grandiosas” de pouco efeito prático na vida dos cidadãos, dinheiro público jogado pela janela. As imagens vão desnudar qualquer farsa existente. Aliás, isso já vem acontecendo pelo Brasil.
Como Sergipe não é exceção, a próxima campanha eleitoral promete ser riquíssima em detalhes desse tipo. A quantidade – e a qualidade – dos VT’s que serão exibidos, com toda a certeza, deixarão certos candidatos em maus lençóis. É que, infelizmente, para eles, discurso e prática não batem com a realidade. E as imagens falam mais alto.