Três tendências poderosas têm influenciado a evolução das empresas como organizações de aprendizagem: * As pessoas estão entendendo, cada vez mais que precisam investir no seu desenvolvimento pessoal. Por isso, estão mais abertas às oportunidades de aprender na empresa, em sessões em sala de aula ou por outras formas de desenvolver seu conhecimento; * As condições segundo às quais as empresas precisam se adaptar está mudando cada vez mais rapidamente, o que significa que a necessidade de maior “expertise” surge a intervalos cada vez menores; * Embora as empresas tendam a centralizar os processos decisórios sobre questões que afetam o seu estratégico, existe, ao mesmo tempo, uma forte tendência à descentralização da autoridade para as operações cotidianas. Com o aumento dessa autoridade, cresce também a responsabilidade pela garantia de que a “expertise” necessária esteja disponível. Todas essas tendências têm como conseqüência levado a uma reinvenção das atividades tradicionais de treinamento nas empresas. Por um lado, a responsabilidade por educação e aprendizagem deixa de ser atribuição exclusiva da área de treinamento e passa a integrar o conjunto de papéis de todos em posições gerenciais. Por outro lado, as tradicionais áreas de treinamento assumem um novo papel que enfatiza mais seu caráter consultivo, com responsabilidade por assegurar que a educação e a aprendizagem estejam evoluindo positivamente no todo da empresa. Nesse novo cenário, um dos papéis mais importantes das pessoas que estão envolvidas em tempo integral com a educação e a aprendizagem na organização é se assegurar efetivamente da qualidade dos processos de aprendizagem organizacional. Portanto, cabe a esses indivíduos estar seguros de que os programas de educação organizacional que estão sendo aplicados estão sendo bem planejados e executados e, ao mesmo tempo, estão favorecendo com que as condições para esse aprendizado sejam as melhores possíveis. Esse novo movimento dá às equipes de treinamento muita flexibilidade e responsabilidade, pois se eles podem – muitas vezes – contratar os melhores especialistas do mercado para treinar as equipes das suas empresas, ao mesmo tempo eles precisam se assegurar e garantir que esse conhecimento que está sendo adquirido está sendo realmente absorvido e aplicado pelos participantes dos treinamentos por eles organizados. Nesse contexto, o objetivo da área de treinamento passa a ser duplo: – Proporcionar aos participantes dos programas educacionais a oportunidade de assumir uma responsabilidade individual por seus próprios esforços e, assim, por sua própria aprendizagem; e – Ajudar continuamente os participantes a aprenderem mais sobre seus próprios processos de aprendizagem, para que possam desenvolver uma capacidade permanente de assumir essa responsabilidade. * Fernando Viana é diretor presidente da Fundação Brasil Criativo presidente@fbcriativo.org.br