AUGUSTO FRANCO

Cidadão, Empresário, Político

 

Augusto do Prado Franco nasceu nas terras da Usina São José, no povoado Pinheiro, em Laranjeiras, em 4 de setembro de 1912, filho do coronel Albano do Prado Pimentel Franco e de D. Adélia do Prado Franco. Passou parte da infância entre a casa grande da usina e o Colégio Salesiano, em Aracaju. Depois foi estudar no Colégio Antonio Vieira, dos jesuítas, em Salvador, na Bahia, de onde saiu para fazer o curso médico, na Faculdade de Medicina da Bahia, graduando-se na turma de 1937. O ano de 1938 passou no Rio de Janeiro, especializando-se em otorinolaringoscopia, no Hospital São Francisco Xavier.

 

Voltando a Sergipe no final de 1938, preparou seu consultório, comprou equipamentos, mas não chegou a atender como médico. Os negócios de família, que eram tocados pelos irmãos mais velhos – José do Prado Franco, o Zezé do Pinheiro, e por Walter do Prado Franco, que depois foi senador e deputado federal – requeriam sua presença e contribuição. Assim assumiu uma direção da fábrica de tecidos – Companhia Industrial São Gonçalo -, em São Cristovão, seguindo-se uma diretoria do Banco Comércio e Indústria de Sergipe, com sede em Aracaju, e com filiais em Propriá, e em Alagoinhas, na Bahia. As atividades empresariais cresceram ainda mais com as mortes de seu irmão José do Prado Franco, em 1949, da sua mãe Adélia, em 1954, e do irmão Walter Franco, em 1957.

 

Além das usinas de açúcar, que cresceram em quantidade e em produção, do Banco e da fábrica de São Cristovão, Augusto Franco adquiriu a fábrica Sergipe Industrial, em Aracaju, a mais velha do Estado, fundada em 1882 e instalada em 1884 e o Engenho Central, em Riachuelo, que pertenceu ao seu irmão Antonio Franco (do primeiro consórcio do coronel Albano Pimentel Franco), onde depois foi instalada uma central de acabamento de tecidos. E continuou investindo no Estado, liderando os usineiros na Cooperativa e depois no Sindicato, enquanto participava de outras pequenas empresas, como a Agro-Pastoril Caraíbas, Indústria e Comércio Franco, e participava, na Bahia, da gestão de um Banco.

 

Casado com D. Maria Virgínia Leite Franco, filha do médico e político Augusto Leite, Augusto Franco é pai de 9 filhos – Albano, que foi deputado estadual, senador, governador, e presidente da Confederação Nacional da Indústria -, Walter, que foi deputado estadual, Amélia, funcionária pública federal, Augusto César, empresário, falecido, Antonio Carlos, deputado federal constituinte, prefeito de Laranjeiras, já falecido, Marcos, empresário, Maria Clara, empresária, Osvaldo, empresário e Ricardo, empresário.

 

Ampliando e diversificando as suas atividades empresariais, com a aquisição na fábrica da Coca-Cola em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, o único investimento feito fora de Sergipe, a  instalação da TV Atalaia, das rádios Atalaia AM e FM, da Rádio Cidade, em Simão Dias, do Jornal da Cidade, em Aracaju, aquisição da TV Sergipe, instalação da fábrica de tecidos Nortista, à época uma das mais modernas do Brasil.

 

Visita de João batista Figueiredo a Aracaju em 25 de outubro de 1978
Entrando na política pelas mãos de Leandro Maciel, da UDN,  chegando a ser vice presidente do Diretório Estadual, foi eleito pela ARENA deputado federal para a legislatura de 1967-1971, depois senador, 1971-1979, governador, (eleito indiretamente) de 1979-1982 e novamente deputado federal, de 1987-1991, já pelo PDS.  No compacto de exatos 20 anos que militou politicamente, Augusto Franco defendeu a exploração dos minérios de Sergipe, a construção do Porto, e realizou um grande acervo de obras com o qual marcou sua gestão no Governo.

 

Construiu milhares de casas populares, incluindo o conjunto que leva o seu nome, na zona sul da capital, centenas de quilômetros de estradas principais e vicinais, asfaltadas, adutoras, dentre elas a Adutora do São Francisco, inaugurada em 1982, pelo então vice presidente da República Aureliano Chaves, que considerou que aquela obra valia por um Governo,  escolas, prédios públicos, inclusive os primeiros do Centro Administrativo, no bairro Capucho, e outras obras e serviços, atendendo aos reclamos de todos os municípios sergipanos.

Enfrentando tensões no campo, entre posseiros e proprietários, o governador Augusto Franco dialogou com as lideranças do Estado e interferiu em vários conflitos, chegando a desapropriar as terras da ilha de São Pedro, entregando-as a FUNAI para servir, definitivamente, aos descendentes dos índios Xocó.

 

Ao deixar o Governo, em maio de 1982, para ser candidato a deputado federal Augusto Franco recebeu 102. 006 votos, num universo de cerca de 320 votantes. Mesmo fora do Governo (foi substituído pelo vive governador Djenal Queiroz), Augusto Franco patrocinou as candidaturas de João Alves Filho, para governador, e Antonio Carlos Valadares, para vice governador, derrotando os demais candidatos: Gilvan Rocha, Marcélio Bonfim e Manoel Ferreira. João Alves Filho – Antonio Carlos Valadares obtiveram 256.385 votos, Gilvan Rocha obteve 77.965 votos, Marcélio Bonfim 1.354 e Manoel Ferreira 1.133 votos.

 

Enquanto cumpria mandato na Câmara Federal, Augusto Franco assumiu a presidência do seu partido, o PDS, substituindo a José Sarney que assinou o Manifesto da criação da Frente Liberal, em apoio à candidatura de Tancredo Neves, contra a candidatura oficial de Paulo Maluf. Com o fim do mandato afastou-se das atividades políticas, passando a acompanhar a ascensão do filho Albano Franco, desde 1980, presidente da CNI e, desde 1982, senador da República e os mandatos de Antonio Carlos Franco como deputado federal, em 1986 e prefeito de Laranjeiras, em 1988.

 

Augusto do Prado Franco morreu em Aracaju, aos 91 anos, em 15 de dezembro de 2003.

Permitida a reprodução desde que citada a fonte “Pesquise – Pesquisa de Sergipe / InfoNet”. Contatos, dúvidas ou sugestões de temas: institutotobiasbarreto@infonet.com.br.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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