Lisboa, 23 de março de 2008
Caros amigos de Sergipe:
Conversando com um velho amigo, o Leovaldo Albaralhão tomei conhecimento das maléficas conseqüências do sexo solitário. Albaralhão é um sexólogo notável aqui em Portugal, foi com sua assessoria que conclui a minha ousada tese sobre os “Conflitos de Identidade nas Relações Sexuais com Pôneis e Congêneres.
Ele acaba de lançar o seu mais novo livro intitulado “Sarapitola, a gênese do homossexualismo” que, aliás, tem causado muita controvérsia nos meios acadêmicos.
Também pudera. Na tal broxura, o polêmico amigo defende a tese de que todo praticante da chamada sarapitola é um paneleiro enrustido.
Não sei se os senhores aí no Brasil conhecem a tal prática com este nome. Mas, a sarapitola por aqui é como se chama aquela verdadeira ioga sexual que dispensa a presença de um segundo elemento.
O problema é que o estudioso das saliências fundamenta a sua tese em argumentos bastante convincentes. Senão vejamos:
Vamos supor que o caro leitor fique excitado com a visão da loura do 301 bronzeando-se na praia. No que seus países baixos se alvoroçam e na impossibilidade de resolver ali mesmo a questão, o que faz o nobre amigo? Isso mesmo! Procura um lugar discreto e, solitariamente, lança mão dos trabalhos manuais. E é aí que mora o perigo!
Segundo Albaralhão, tanto faz se você toca seu próprio bilau ou o de outro homem. São órgãos idênticos, com pequenas diferenças de espessura e comprimento. No que você acaricia a sua pequena bimbinha, está tendo um contato íntimo com um membro masculino. O que está em jogo aí, caro amigo, é satisfação de sua fantasia camuflada de tocar o pinto do outro, tudo é claro, disfarçado pelo estímulo visual da louraça belzebu. Confesse, é ou não é preocupante?
Albaralhão vai mais além. Diz que a atitude de tocar em um pênis (seu ou de outro, não importa) seria uma espécie de inveja inconsciente do corpão da fêmea, uma deslavada vingança que de certa forma compensaria a sua falta dos dotes femininos, uma atitude rebelde que teria como retribuição, o orgasmo não compartilhado. É seu inconsciente mandando a seguinte mensagem à tal mulher: “Fique aí, bonita, que eu não preciso de você!”. De fato, amigos, uma frase altamente gay.
O autor alerta ainda para os gritinhos e olhinhos fechados com a aproximação do clímax, por que não dizer, boiolístico. O fato é que a leitura do compêndio e o papo com Albaralhão, me fizeram rever alguns conceitos. Não digo que abandonarei de todo a prática do onanismo, pois na hora do aperto ele realmente me traz algum prazer. Mas, decidi que doravante contratarei um serviçal apenas para fazer o trabalho sujo em meu próprio e avantajado membro. E limitarei a prática em somente três vezes ao dia após as refeições.
Espero assim, estar agindo como um espada convicto na defesa das minhas convicções anti-paneleiras. De quebra, espero também ter lançado a dúvida sobre a sua própria sexualidade, caro leitor.
Até semana que vem.
Um abraço do
Apolônio Lisboa