Bacen resolve manter taxa juros
Na quarta-feira passada (16/05) o Copom (Comitê de Política Monetária), equipe econômica que decide o futuro da taxa de juros no país, resolveu manter a SELIC, em 6,5% a.a. Mesmo sendo um patamar de mínimas históricas, a manutenção dos juros foi uma surpresa, já que, era consenso para o mercado a queda de 0,25% na taxa.
Com a economia respondendo de forma tímida, a retomada do crescimento parece que acontecerá mais lento que o esperado. Para os agentes do mercado fazia sentido a queda da taxa de juros, entretanto, o cenário externo pesou na decisão da equipe liderada pelo Ilan Goldfajn.
O mês de maio está sendo marcado por aumento nas tensões geopolíticas, gerando elevação do risco de guerra e, consequentemente, fazendo o Dólar disparar frente ao Real, chegando a atingir R$ 3,77. Ao anunciar saída do acordo nuclear com o Irã, Trump trouxe medo ao mercado, fazendo as moedas de países emergentes como o Brasil se desvalorizarem.
Para evitar o pânico no mercado local, o Banco Central optou por manter a taxa de juros em 6,5% a.a. pegando de surpresa grande parte dos players. A manutenção da taxa fez a Bolsa de Valores brasileira desabar, o índice acumulou -5,45% em 3 pregões de baixa seguidos. O que parecia uma grande cartada para o investidor de Bolsa, acabou sendo comemorado pelos amantes da renda fixa. Para os investimentos, o tom mais cauteloso do Bacen significa CDI entre 0,5% e 0,6% ao mês, ao mesmo tempo em que dá uma leve freada nos ânimos dos mais agressivos.
Os recentes acontecimentos ejetaram bastante volatilidade, trazendo mais um mês de maio conturbado para o mercado financeiro. Os investidores com o perfil moderado/agressivo vêm sentindo na pele os eventos refletidos nos desempenhos das carteiras. Mas para momentos de incerteza, a melhor decisão é não fazer nada. É indicado que o investidor deve manter as posições e focar no longo prazo. Ao aceitar um pouco mais de risco, deve-se esperar por alguns momentos de resultados não tão bons, tendo até rentabilidade negativa no curto prazo, é preciso lembrar que a luz no final do túnel continua acessa e sair agora é pular do barco em meio ao maremoto.
A conjuntura, com juros baixos e retomada do crescimento econômico, continua favorável para a Bolsa brasileira e outros investimentos de risco. Precisamos apenas fazer o dever de casa e contar com um Trump mais polido para assistir o Ibovespa próximo aos 100.000 pontos, a volatilidade no curto prazo faz parte da caminhada.