O Banco Mundial (BM) advertiu que a temperatura global pode aumentar, até 2060, 4° C acima dos níveis do mundo pré-industrial se não forem tomadas ações imediatas. Caso isso não ocorra, deve haver consequências potencialmente devastadoras para cidades costeiras e países pobres.
“O tempo é muito, mas muito curto. O mundo deve enfrentar o problema das mudanças climáticas de forma mais agressiva”, disse o presidente do BM, Jim Yonk Kim, em uma coletiva de imprensa por telefone de Washington para divulgar o relatório feito pelo órgão.
O Banco Mundial também vinculou uma futura riqueza do planeta – sobretudo, das regiões em desenvolvimento – aos esforços imediatos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa das fontes de energia.
“Nunca acabaremos com a pobreza se não lutarmos contra as mudanças climáticas. É um dos maiores desafios para a justiça social na atualidade”, disse Kim.
Segundo o relatório do BM, a Terra pode aumentar sua temperatura se as promessas dos governos de combater as mudanças climáticas não forem cumpridas. Mas, mesmo se os países cumprirem os compromissos assumidos até a data, o estudo apontou 20% de probabilidade de aumento de 4º C para 2100, e afirmou que era muito provável um aumento de 3º C.
Os acordos sobre o clima liderados pela Organização das Nações Unidas (ONU) se comprometeram a limitar o aumento da temperatura a não mais que 2° C.
“Um mundo 4º C mais quente pode e deve ser evitado. Temos que manter o aquecimento abaixo dos 2º C”, ressaltou Kim.
“A falta de uma ação ambiciosa sobre as mudanças climáticas ameaça colocar a prosperidade fora do alcance de milhares de pessoas e fazer décadas de desenvolvimento retrocederem”, acrescentou.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou em comunicado que o relatório do Banco Mundial mostrou a necessidade de que os países mantenham seus compromissos assumidos no ano passado em Durban, na África do Sul, para colocar em andamento um novo acordo em 2015.
As temperaturas globais já aumentaram cerca de 8° C. O planeta registrou uma série de temperaturas recordes durante a década passada e experimentou freqüentes desastres que especialistas atribuem às mudanças climáticas, sendo o mais recente a supertempestade Sandy, que atingiu de forma devastadora a costa leste dos Estados Unidos, Haiti e Cuba. (Fonte: Globo Natureza)