Base invocada

O governador Marcelo Déda (PT) pode se surpreender com os resultados das votações de projetos do Executivo que tramitam na Assembleia. É que, embora não revelem publicamente, alguns deputados da base governista estão muito chateados. Alguns reclamam que os compromissos assumidos pelo petista foram colocados no esquecimento. Na reunião que teve com Déda em Brasília para permanecer na base governista, o deputado estadual Zé Franco (PDT) reivindicou a indicação do secretário da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia, porém o escolhido foi Salmíneo Nascimento, da cota pessoal do petista. O deputado Paulinho das Varzinhas (PT do B) também não foi consultado sobre a indicação do advogado Fernando Noronha para a Secretaria Especial de Articulação Política. Estes são apenas dois exemplos que atestam como a base governista anda invocada com o governador.

Baú de mortes

Este é um dia muito importante para os brasileiros, particularmente aqueles que tiveram familiares mortos pela ditadura militar ou simplesmente “desaparecidos”. Nesta quarta-feira serão empossados em Brasília os sete integrantes da Comissão da Verdade, que objetiva esclarecer os crimes praticados pela ditadura militar. O grupo vai aproveitar as informações produzidas há 16 anos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, e há 10 anos pela Comissão de Anistia.

Sem recados

Após ser empossado ontem no comando da Polícia Militar, o coronel Maurício Iunes disse que não iria mandar recados para os marginais. Afirmou, contudo, que vai continuar atuando nas ruas com a tropa e que quem estiver à margem da lei pode se preparar para ser preso e entregue à Justiça. Os bandidos com um pouquinho de juízo já estão arrumando as malas para cair fora de Sergipe.

Desconfiados

Nada menos do que 77% da população com renda até dois salários mínimos não confiam na polícia. Quando a remuneração é maior que 10 salários mínimos, a rejeição cai para 59%. A pesquisa Índice de Confiança na Justiça mostra que, na população com nível de renda entre dois e 10 salários mínimos, o grau de desconfiança varia entre 65% e 63%. Apenas 36% da população declararam estar satisfeitas ou muito satisfeitas, ante 63% que responderam estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos com a Polícia.

Outras instituições

A pesquisa também avaliou a confiança da população nas demais instituições do estado. As Forças Armadas lideram o ranking, com 73% das respostas positivas, seguida pela Igreja Católica (56%), Ministério Público (55%), grandes empresas (45%) e a imprensa escrita (44%). Depois aparecem o Judiciário, com 42%, e o governo federal, com 40%. Completam o quadro as emissoras de TV, com 33%, vizinhos, 30%, Congresso Nacional (22%) e partidos políticos (5%).

Sem festa

Os prefeitos que pensavam em receber uma ajudazinha financeira para custear as festas juninas já podem tirar o cavalinho da chuva. O governador Marcelo Déda disse ontem que o dinheiro do Estado é para ajudar os flagelados da seca. Quem não gostou nadica de nada foi o prefeito de Capela, Manoel Sukita (PSB). Ele acha que o governo não se programou financeiramente para bancar a festa mais popular de Sergipe.

Problema antigo

“Sem chuva na terra/ Descamba Janeiro,/ Depois Fevereiro/ E o mesmo verão/ Meu Deus, meu Deus/ Entonce o nortista/ Pensando consigo/ Diz: ‘isso é castigo/ não chove mais não’/”. Da lavra de Patativa do Assaré e gravada por Luiz Gonzaga em 1964, “A Triste Partida” permanece atual, principalmente porque os governantes brasileiros jamais se preocuparam em dotar o Nordeste de obras estruturantes. Ao sertanejo só resta clamar aos Céus. Uma lástima!

Ato petista

O PT promove no próximo dia 24, em Aracaju, um ato público para apresentar aos aracajuanos as sugestões para o programa do governo do prefeiturável petista. As propostas foram colhidas junto às comissões setoriais do partido, associações de moradores e outras entidades de classe. Embora o PT não revele oficialmente, o ato também visa fortalecer a pré-candidatura de Rogério Carvalho.

Quem avisa…

Propagandas eleitorais irregulares podem levar candidatos a receber multas, sanções e resultar na cassação do registro ou do diploma do candidato. Ao fazer o alerta, a Justiça Eleitoral também orienta que as inserções dos partidos na TV e rádio, neste momento, podem apenas divulgar as ideologias partidárias e não fazer propaganda para os candidatos que concorrerão às eleições de outubro. Bom, quem avisa, amigo é!

Marca do pênalti

Não convidem o presidente da Federação Sergipana de Futebol, Carivaldo Souza, e o deputado estadual Venâncio Fonseca (PP) para a mesma tribuna de honra. O parlamentar deseja ver o desportista longe da Federação. Ele promete denunciar na Justiça as despesas feitas pela entidade nos últimos anos. Quer saber, inclusive, como foram gastos R$ 4 milhões repassados à FSF pelo governo de Sergipe. Essa briga promete!

Do baú político

Em que pese tenha vencido as eleições para a presidente da República em 1955, Juscelino Kubitschek (PSD) não obteve um único voto no recém criado município sergipano de Cumbe. Não que o candidato da UDN, Juarez Távora, fosse tão popular entre o eleitorado daquela pequena localidade, mas porque o líder político Clovis Rollemberg achou que tinha de ser assim. Udenista de quatro costados e fundador de Cumbe, Clovis decidiu que todos os votos dados a Juscelino deveriam ser anulados. Para testar se a determinação era mesmo para valer, um filho do líder político resolveu votar em Juscelino, porém caiu na tolice de espalhar o feito. Resultado: Clovis Rollemberg mandou anular o sufrágio do herdeiro e ainda lhe deu um baita puxão de orelhas. A ausência de qualquer voto em favor do candidato mineiro chamou a atenção da imprensa do sudeste. A revista Cruzeiro, por exemplo, dedicou um generoso espaço para a acachapante derrota de Juscelino Kubitschek na pequena Cumbe.

Resumo dos jornais

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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