Destruir ecossistemas naturais, como a Floresta Amazônia brasileira, para dar lugar a cultivos destinados à produção de biocombustíveis agrava o aquecimento global, gerando, por muitas décadas, mais dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa, alertaram especialistas americanos. Deputados europeus e associações indígenas e agrárias latino-americanas exigiram uma moratória para o desenvolvimento dos biocombustíveis. Enquanto isto, o presidente do BIRD – Banco Mundial – Paul Wolfowitz, disse que a produção brasileira de etanol é de uma “eficiência excepcional”, mas frisou que o modelo brasileiro pode não ser bem sucedido em outros lugares. Um levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) comprova que etanol brasileiro não seria responsável pela alta nos preços dos principais alimentos e ainda aponta para o etanol americano e europeu como responsáveis por parte da inflação no setor. O etanol brasileiro não compete com a produção de alimentos. O Brasil não subsidia e tem terras suficientes. Já o etanol de milho e de grãos como existe na Europa e Estados Unidos é diferente. No caso da produção de milho, dois terços da alta nos preços desde 2005 é gerado pela expansão do consumo. No caso da soja, metade da alta também é gerada pelo etanol americano. Já o custo do trigo aumentou também e um terço é causado pelo etanol. Como vimos, a produção do etanol no Brasil nada tem a ver com o aumento dos preços dos alimentos e nem com o aquecimento global. A alta dos alimentos em geral é conseqüência da maior demanda por alimentos na China e Índia, redução de estoques e quebra da produção. O custo da energia também é importante. Os fertilizantes triplicaram de preço e os custos de transporte duplicaram. Na África, os alimentos e energia estão causando um déficit nas contas comerciais dos países africanos equivalentes a 3% de seus PIBs. O Presidente do BIRD disse acreditar que as condições presentes no Brasil para produzir etanol são semelhantes às de nações africanas. Pode haver países da África que contam com a combinação perfeita de clima, terras e chuvas que poderiam que poderiam fazer dos combustíveis uma possibilidade concreta. Concluindo, o Brasil não deve seguir uma “política vingativa” e promover desmatamento, como fizeram os países desenvolvidos. Por isso, cabe às nações desenvolvidas ceder tecnologia e oferecer compensações a países em desenvolvimento para que as florestas possam permanecer de pé. (Ambientebrasil)
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