BRASIL E VIZINHOS CRESCEM EM 2005

O Brasil crescerá menos do que a média da América Latina e abaixo de países como o Chile, apesar de ser a maior economia da América do Sul. O avanço de 5,3% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2004 é tido por especialistas como pouco expressivo, principalmente se levada em conta a base comparativa para o cálculo, que é de um PIB de apenas 0,5% em 2003.


De acordo com as projeções da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), a região apresentará crescimento de 5,5 do PIB em 2005. Os destaques ficam por conta do Chile, que deve ter uma expansão de 5,8% e da Argentina, com elevação de 8,2%. O México também está bem situado. Apesar de só ter crescido 4% em 2004, o país teve em 2003 um avanço de 1,2%.

 

Dentro do contexto da América Latina, a Venezuela é o país que apresentou a expansão mais alta em 2004, mas também o que desperta maior preocupação por parte de organismos internacionais. O PIB do país apresentou uma expansão de 18%, resultado da forte cotação do barril de petróleo no mercado internacional. Como a Venezuela tem sua economia focada, basicamente, na exportação do petróleo, o resultado sofreu distorção. Em 2003, o país teve crescimento negativo de 9,7%.

 

A falta de investimentos no setor produtivo é apontado pelo diretor da CEPAL, Renato Baumann, como um dos maiores desafios para o Brasil durante os próximos anos, pois sem investimentos pesados em segmentos importantes como embalagens, logística e energia, o país terá problemas em manter um crescimento sustentado de seu PIB.

 

Segundo estimativas do FMI, o Brasil, em 2005, deverá crescer 3,7% em função, principalmente, da demanda externa. Estima-se que exportações no ano deverão atingir US$ 120,0 bilhões e o saldo da Balança Comercial deverá ser de US$ 35,0 bilhões.

 

No primeiro semestre, tendo em vista os indícios de uma inflação em alta, o governo foi obrigado a aumentar a Taxa Selic, que conjugado com as altas taxas de crescimento da economia no segundo semestre de 2004 fez com que fosse inexpressiva a taxa de crescimento no período.

 

Em junho, já convivemos com deflação e com o não aumento da Taxa Selic, resultando numa projeção de inflação declinante e estimativa da Taxa de Inflação projetada pelo governo ser alcançada. Se a crise política não tomar dimensões incontroláveis, certamente estaremos convivendo com o país em crescimento no segundo semestre, com possibilidade até de ultrapassar os 3,7% previstos pelo FMI.

 

Ainda de acordo com o FMI, os países latino-americanos devem aproveitar a expansão econômica para reduzir suas dívidas e ampliar sua base de arrecadação fiscal para ajudar a manter seus déficits públicos sob controle.

EdmirPelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
edmir@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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