Comparando Aracaju com as demais cidades brasileiras, não dá para deixar de traçar um incômodo paralelo sobre o modelo ainda adotado para o nosso crescimento. Desde que, em 1976, a lei do Espigão abriu o precedente para que se construíssem edifícios de doze andares em qualquer parte da cidade, andamos na contra-mão, diferentemente do que acontece na maioria das cidades, nas quais já existem restrições de altura, pelo menos para algumas áreas. Depois do acidente ocorrido em Copacabana onde os altos e colados edifícios da Av. Atlântica acabaram com a ventilação do bairro, passou-se a ter mais cuidado com os parâmetros urbanísticos. O fato é que essa opção de altura generalizada para uma cidade de lotes pequenos, perpetuada nos parcelamentos mais recentes, é completamente inadequada. Até bairros projetados, como o Jardins, padecem do mesmo e grave vício histórico: lotes pequenos com calçadas, ruas e avenidas super estreitas. Uma estrutura urbana deficiente para a excessiva concentração de torres e automóveis. Agora, talvez, com a proibição pela SMTT, de estacionamento ao longo da Av. Dep.Sílvio Teixeira usuários e moradores do moderno bairro sintam na pele a extensão do problema. Nosso Plano Diretor aprovado em pleno início do terceiro milênio, sabe-se lá Deus como, foi extremamente pródigo em posturas prejudiciais à cidade e bastante liberal para os grandes edifícios, o que nos leva a algumas indagações: Será possível que logo agora quando o mundo inteiro debate-se com os problemas das grandes concentrações urbanas, e conhecendo as mazelas das outras cidades, persistamos no modelo? Mas voltando às demais capitais uma delas tem me chamado atenção ultimamente, pelo menos no que se refere à ocupação à beira mar, é a nossa vizinha Maceió com seus belos e recuados prédios, largas calçadas arborizadas e uma agradável escala humana de edifícios mais baixos. Dá gosto de ver e, apesar de não conhecer a legislação adotada, sentir os reflexos para a cidade no futuro. Em certos trechos nos lembra os saudosos tempos em que Ipanema era só felicidade. Quem sabe agora na revisão do Plano Diretor de Aracaju nossos legisladores não escolham o melhor para o cidadão, o pedestre? E que a população Aracajuana não passe ao largo dessa discussão.TUDO É QUESTÃO DE OPÇÃO…
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