CEM ANOS DE CRIAÇÃO… Dia 7 de julho tia Zefinha completou cem anos, celebrados, sábado passado, pela família numa grande festa com direito a D.J. e tudo mais, inclusive o lançamento do seu livro de receitas: Delícias da Vovó Zefinha. Dádiva concedida a raríssimos privilegiados, também completam cem, este ano, Dercy Gonçalves, já emplacados com a contumaz irreverência e, em dezembro próximo, o mestre Niemayer, ainda, no auge da sua plenitude criativa. Que maravilha completar cem anos assim, produzindo com saúde e lucidez. E que monstro o Niemayer que, além da obra arquitetônica ímpar, ainda, notabiliza-se como o último, e convicto, comunista, e humanista incorrigível. Ele costuma repetir que “ a arquitetura não importa, o que importa mesmo é a vida, as pessoas, os amigos”…Como nos soam doces essas palavras em tempos tão bicudos, e o mestre prossegue filosofando: -“O sujeito tem que conhecer a vida. Saber que somos uma partícula do universo. O homem fica um minuto por aqui. Cada um conta a sua história e aquilo passa, vai embora…” -“Um sujeito que está na rua fazendo um protesto, tem um trabalho mais importante que o meu.” Ditas recentemente em entrevista para a revista Casa & Jardim, edição de julho, ele ainda brincou com o seu século de vida: -“Esse negócio de centenário é uma merda. Não há vantagem alguma em fazer cem anos. Eu me sinto como se tivesse 60. Igualzinho a 60. E pronto.” E aí me vem a lembrança Pedro Nava que, quando indagado, por uma jovem repórter, sobre como se sentia ao completar 80 anos e com tanta experiência, disparou: –“Eu preferia ter os seus 24 e experiência nenhuma”
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