E ontem o Rio desabou debaixo d’água. Só quem vive rodeado de encostas conhece bem o peso dessa expressão, e os acidentes se tornam a cada dia mais comuns pois as ocupações irregulares se alastram morro acima e país a fora. Antigamente, num Rio de poucas favelas, ainda, os moradores relatavam que uma das piores coisas dos morros em noite de chuva era o barulho ensurdecedor do lixo, principalmente latas, quando rolavam, ladeira abaixo, por cima dos telhados de zinco. Tempos românticos aqueles do velho barracão de zinco. Depois vieram as “eternit” e hoje proliferam as lajes, que só potencializam o desastre nos casos de deslizamento de encostas. O problema é nacional e comum a todas as cidades: o processo incontido e, às vezes, até estimulado de favelização em áreas de risco. No entanto soluções existem e, hoje, o presidente da Associação de Geologia de Engenharia e Ambiental, no Jornal das Dez – Globo News apontava um programa de gerenciamento de risco através de mapeamento cartográfico dessas áreas e orientação das populações a perceberem os primeiros sinais de perigo. E cita exemplos pontuais de bons resultados como em Santos. Mas no Brasil do jeitinho e do improviso parece que é mais fácil gerenciar morte anunciada, ops , gerenciar emergências. Afinal os políticos estão muito ocupados loteando cargos públicos entre eles.
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