E FHC reaparece na mídia emprestando o seu nome e prestígio a uma causa da qual os políticos querem léguas de distância: a descriminalização do THC. E justamente ele que há exatos 24 anos perdeu uma eleição, considerada ganha, acusado de maconheiro e ateu pelas forças ocultas de Jânio Quadros, que acabou eleito, e o final da história todos já conhecem… Mas o fato é que alguém de peso e ele, hoje acima do bem e do mal, achou por bem jogar luz nas trevas dessa discussão que teimamos varrer para baixo do tapete, enquanto milhares de jovens nas favelas e periferias do Brasil, recrutados pelo crime organizado, morrem ou vão mofar nas cadeias até a próxima rebelião. A solução? Quem sabe?…Desde que o mundo é mundo que a humanidade busca substâncias para transcender ao real e celebrar, e o próspero mercado ilegal, alimentado pela ansiedade da vida moderna, hoje, está no cerne da violência urbana. As drogas, especialmente as sintéticas, há muito perderam seu status lúdico, recreativo e até sagrado para virar questão de saúde e, principalmente, de segurança pública. Quanto dinheiro público empregado na repressão, que produz mais violência, já foi investido sem resultados? Precisamos fazer essa conta e talvez campanhas de prevenção mais focadas nos malefícios, como as do tabaco, surtam mais efeito que a simples demonização de algo que faz tanto sucesso entre a galera. E quem diria que logo o FHC que, naquela eleição perdida, declarou que fumou mas não tragou haveria de ser o porta bandeira de uma nova atitude? É ver para crer. Mas no Rio, a cidade mais abalada pelo poder do narcotráfico, essa discussão já anda nas cabeças, anda nas bocas…políticas e no mais é só sentir a: Maresia.., .sente a Ma…re…sia, Maresia…, sente a Ma…re…sia!
Jardim Botânico-Rio de Janeiro-Foto Ana Libório
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