Nesses meus vinte e poucos anos de dona de casa me deparo sempre com a mesma situação: secretárias do lar com maridos desempregados que administram o seu salário, as orientam nas questões trabalhistas e no final das contas assumem a negociação do emprego. Foram muitas as estórias e um traço em comum: nenhum dos rapazes estudou, não conseguem se encaixar em pequenos serviços e o que é pior se acostumam a viver assim. Muitas dessas mulheres não vêem sequer a cor do seu salário entregue, na sua totalidade, ao marido. Curioso é que o fenômeno, rapazes sem estudo, se repete em todas as classes sociais, especialmente nas mais abonadas. É grande a quantidade de rapazes que param de estudar para cuidar dos negócios dos pais ou simplesmente zanzar. Enquanto isso…o avanço feminino é fato. As mulheres estão dominando o mercado de trabalho e ocupam vagas qualificadas ou não, basta dar uma olhadinha no judiciário. Temos fome de saber afinal precisamos superar anos de ignorância e submissão. É natural! Mas não é sobre isso que quero falar.O estranho, nesse caso, é a dificuldade dos rapazes em se manter na escola e se ilustrar. Desinteresse? Deficiência educacional? Essa realidade é flagrante aqui no Nordeste. O que aconteceu com os homens nordestinos? Entregaram os pontos? Pelos inúmeros casos acredito que a situação requer , no mínimo, atenção, reflexão ou quem sabe um estudo sociológico. E são justamente esse rapazes, sem estudo, que engrossam as estatísticas da criminalidade, e morrem ou estão presos entre os 18 e 24 anos.
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ-Ícone do Modernismo-Foto Ana Libório
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