Eu aqui ingenuamente chorando as pitangas da maré de março em Aracaju, que este ano foi bem forte, não consigo nem de longe imaginar o que, de fato, ocorreu no Japão. Terremotos, tsunamis e agora a terrível ameaça de radiação nuclear. Tragédia em série, só vista em filmes apocalípticos. Mas agora finalmente entendi o porquê de tsunami ser um termo japonês. Para terremotos eles, até então, estavam preparados mas para as avassaladoras tsunamis não há nada a fazer, a não ser se refugiar em lugares altos. Mas um fato me chamou a atenção nessa sucessão de acontecimentos: como num país com a cultura da prevenção como o Japão, composto por ilhas assentadas na junção de quatro placas tectônicas, numa brecha geológica passível de todo o tipo de catástrofe, se permitiu a implantação de 55 usinas nucleares? Principalmente o Japão que já sentiu na pele os efeitos devastadores da radiação nuclear no final da segunda guerra. Será que não estamos a brincar de deuses desafiando a natureza? Imaginando que a ciência e a tecnologia construtiva poderão garantir segurança em casos tão extremos como esse? Fica a reflexão principalmente para o Brasil, país do jeitinho e do improviso, sobre a utilização da matriz energética nuclear. País de sol radiante e ventos generosos…Não seria melhor investir em energias realmente limpas e renováveis? As notícias são aterradoras e fico abismada com o fato desses deslocamentos tectônicos alterarem o eixo da terra por duas vezes em 2006 e agora. É tudo muito gigantesco e assustador. Será mesmo o apocalipse?
Lírios da paz- Passarela das Flores-Mercado Municipal de Aracaju-Foto Gândara Jr.
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