Café Pequeno-Pra não Dizer que não Falei de Flores

Impossível encerrar maio sem falar de flores ou de Paris. 

Em  “1968: O Ano que não Terminou” e ”1968: O Que Fizemos de Nós”  Zuenir Ventura nos instiga a pensar no assunto.

Também tive o meu 68 particular e apesar de ser um meia oito infantil, até que foi bem movimentado…

Para começar estudava na Escola Joaquim Abílio Borges, Humaitá, no cruzamento com a São Clemente, rua sede das embaixadas no Rio,  onde foi seqüestrado o embaixador americano Charles Elbrick.

Lembro vagamente minha mãe chegando agitada na escola, a rua interditada e logo mais a notícia nos telejornais.

Meu pai, que trabalhava na Presidente Vargas, toda noite chegava em casa contando os confrontos entre policiais e estudantes no Centro.

Notícias de prisões, cassações e visitas de  sergipanos “auto exilados “. Lembranças de fugas, silêncios e fogueiras de livros.

Mas nem tudo era tristeza tinham os festivais de música,  Pra não Dizer que não Falei de Flores, Tropicália…Leila Diniz e a primeira televisão nova  para assistir o concurso Miss Universo ninguém esquece.

Dez anos depois, em 78, no movimento estudantil tentaríamos reviver de forma romântica o clima heróico das grandes passeatas, comícios e por incrível que nos pareça, hoje, ainda se discutia  a luta  armada como possibilidade…

Bom, mas lá se vão 40 anos e fumaçinha,  e na rememoração do evento todos são unânimes em saldar a libertária revolução comportamental, especialmente para nós mulheres,  graças a Deus…

 A partir dali o mundo não seria mais o mesmo, ainda que na política tenhamos involuído.

 

Cristo Redentor-Foto Ana Libório

 

 

 

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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