Ontem, em conversa com repórteres, o pré-candidato Marcelo Déda lembrou que já se ultrapassou a barreira da verticalização e, com isso, abriram-se caminhos antes tortuosos para o diálogo. Acha que já está na ante-sala das negociações e dá para sentir o pulsar de alianças em formação. Admite que ainda este mês, até o carnaval, “vamos ter muita coisa”, disse, através de um sorriso maroto. Falou sobre o ex-presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, e avisou que ele está tranqüilo, disposto a colaborar com o partido, sem fazer exigências. Admitiu que Dutra abre mão da candidatura ao Senado para o ex-governador Albano Franco (PSDB) e vazou que gostou do resultado da conversa que José Eduardo e o ex-prefeito Edvaldo Nogueira tiveram com Franco. Desde terça feira que Déda cumpre um roteiro de visitas a cidades que comemoram a padroeira. Esteve em Umbaúba, onde visitou o prefeito, e ontem passou a tarde em Capela e acompanhou a procissão. Segunda-feira passada, o prefeito Marcelo Déda teve uma conversa, por telefone, com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Pediu que ela falasse com o presidente para que ele venha a Aracaju antes de sua saída da Prefeitura. Lula pode vir para dar a primeira aula no núcleo da Universidade de Itabaiana – Déda não tem certeza se até lá está pronta – ou para abertura dos trabalhos do trevo e viadutos da BR-101. Tem ainda a inauguração do Hospital que a Prefeitura está construindo. Dilma ficou de dar uma resposta, mas até o momento não o fez. No próximo dia 13, Marcelo Déda vai a Brasília para participar de um encontro de prefeitos, onde o presidente Lula da Silva fará um discurso. Aproveitará para marcar com ele uma audiência reservada, com o objetivo de apresentar o vice-prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) e avisar que ele assumirá a Prefeitura de Aracaju a partir de 31 de março. Toda essa movimentação do prefeito Marcelo Déda demonstra que a campanha eleitoral para o governo do estado já está rigorosamente aberta, porque as negociações começaram a esquentar e há perspectivas de formação de composições mais amplas, tendo em vista a queda da verticalização. O governador João Alves Filho, candidato à reeleição, também está conversando muito e procurando buscar aliados novos, não apenas em termos de coligação, mas na atividade política. Acredita que esta é sua ultima eleição e quer passar o comando do estado para uma juventude que está surgindo com vontade de mudar. Disse isso claramente ao deputado federal João Fontes (PDT), ao relatar o que ainda tem muita coisa a fazer e precisa de mais alguns anos à frente do governo do estado. O pleito, inclusive, ferve mais cedo. Sinal de que será uma das disputas políticas mais acirradas, muito difícil para os dois lados. Embora se tentem previsões, se divulguem pesquisas e se veja movimentação do eleitorado em favor de algum candidato, é prematuro qualquer diagnóstico. João e Déda farão uma eleição em que só se pode admitir a vitória de um ou de outro, depois da abertura de todas as urnas. O governador João Alves Filho (PFL) não acredita que André Moura (PSC) esteja ameaçando fazer uma composição com a oposição. Acrescento que André Moura é uma liderança jovem muito importante no projeto político traçado por ele (João) para a reeleição e para Sergipe. EXPERIÊNCIA João Alves Filho disse, ainda, que tem experiência política suficiente para entender “quando existem pessoas querendo jogar um aliado contra mim”. André Moura afirma que é candidato a deputado estadual, mas não nega que seu nome esteja à disposição do partido para servir em outra posição. MUDANÇAS-1 O governador João Alves Filho já tem os nomes dos auxiliares que deve deixar o governo até o carnaval. Será uma mudança ampla. Além dos cinco secretários que sairão para disputar mandatos, mas quatro devem receber cartão vermelho. MUDANÇA-2 A primeira mudança no secretariado já está confirmada: Na Secretaria de Justiça sai Manoel Cacho e entra Georlize Oliveira, que deixa a Segurança. O advogado Flamarion D`Ávila vai mesmo para Secretaria de Segurança, como já fora anunciado nesta coluna. D. MARIA A senadora Maria do Carmo Alves (PFL) vai disputar a reeleição, isto está definido e não haverá alteração. A candidatura de vice-governador será oferecida ao PSDB, na conversa que o governador João Alves Filho terá com o ex-governador Albano Franco. REUNIÃO O PSDB vai se reunir hoje à tarde com presidentes dos Diretórios Municipais. O objetivo é ouvir as bases sobre as eleições estaduais. Serão postas à mesa algumas posições de cúpula, como composições com outras legendas ou lançamento de candidatura própria. RICARDO O empresário Ricardo Franco (PSDB) chega do Recife para participar da reunião e continua com o seu nome à disposição para disputa majoritária. Já disse que só aceita ser vice na chapa do PFL se o pai, Albano Franco, for candidato ao Senado Federal. PROPOSTA Revelou que a proposta feita pelo PT, através de José Eduardo Dutra, foi tentadora: “ofereceu o Senado a doutor Albano e outras posições”. Acrescentou: “até eu que não queria entendimento com o PT fiquei animado e, com a queda da verticalização, podemos ir para onde for melhor para a legenda”. GRACINHA A prefeita de Itaporanga D`Ajuda, Gracinha Garcez, tem recebido mimos da daputada Angélica Guimarães (PSC) e de Zezinho Guimarães (PSC), candidato a deputado federal. Os dois estavam em seu camarote, quarta-feira, vibrando com Harmonia do Samba e contabilizando eleitores. VOTAÇÃO Gracinha Garcez (PSDB) vota nos dois parlamentares e, para governador, já definiu por João Alves Filho (PFL). Entretanto, não deixará de votar no ex-governador Albano Franco (PSDB) para o mandato que ele se candidatar. De preferência o Senado. SUANDO O ex-governador Albano Franco acompanhou, ontem, a procissão em Itaporanga D`Ajuda. De tanto descer e subir ladeiras, chegou no final suando em bica… Um fato interessante: o médico Eduardo Amorim (PSC) também estava na procissão e se comportou como candidato a deputado federal. DISCURSO Ao contrário do que informou Plenário de ontem, a vice-governadora Marília Mandarino (PSC) discursou durante a inauguração da Farmácia Popular em Itabaiana. Em nota enviada à coluna, Maria Mendonça (PSDB) acusou o deputado José Carlos Machado (PFL) de “trabalhar o tempo todo para prejudicar a cidade serrana”. AGRADECEU Segundo, ainda, a nota, a prefeita Maria Mendonça, quando fez o seu pronunciamento, se referiu ao governador João Alves Filho (PFL). Ela fez questão de agradecer ao governador pela desapropriação do terreno, o qual servirá para a instalação da UFS-Itabaiana. Notas CRÍTICAS O analista do Banco Central (BC) Paulo Eduardo de Freitas, cedido à CPMI dos Correios criticou a nomeação política para os tribunais superiores: “a liberdade ampla e irrestrita do presidente da República de identificar alguém que posse ser bom para os tribunais cria a oportunidade de prática de corrupção”. A sociedade está vendo isso agora e fica perplexa, porque o Supremo passa a impressão que está protegendo pessoas que devem ser investigadas pelas CPIs, só porque podem estão diretamente ligadas ao presidente. SOCIEDADE Paulo Eduardo de Freitas teve a coragem de fazer uma crítica desse teor, mas ele deve ter sentido o que a sociedade começa a perceber em relação à mais alta corte de Justiça do país, que começa a negar qualquer pedido das CPIs, desde que possa chegar ao envolvimento do presidente da República, Lula da Silva. Está claro que, quando o Supremo Tribunal Federal impede a abertura de um amigo do presidente Lula que pagou contas particulares suas, dificulta à CPMI a chegar até onde o presidente está envolvido. NEPOTISMO A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) ajuizou uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), com pedido de liminar, em favor de Resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que proibiu a prática do nepotismo no Poder Judiciário, o qual sofre resistência de tribunais. A AMB sustenta que o CNJ tem competência para apreciar validade de atos administrativos praticados pelo Poder e que a proibição do nepotismo é constitucional, dentro do princípio da impessoalidade e da moralidade. É fogo O prefeito Marcelo Déda (PT) está intensificando seus trabalhos em Aracaju, para concluir algumas obras e entregá-las em março. Como não será possível inaugurar todas as obras, uma boa parte será deixada para o futuro prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB). O ex-presidente da Petrobrás, José Eduardo, continua em silêncio sobre sua candidatura em outubro. Tudo vai depender das composições. O ex-prefeito Armando Batalha voltou ao batente e articula o crescimento do Partido Verde. Também fortalece a coligação com o PTN e PSL. O vereador Carlos Pinna Júnior (PV) também trabalha a sua candidatura a deputado federal e percorre vários municípios. O deputado Marcos Franco (PMDB) tem cuidado de suas empresas e está em viagem de negócio em Santa Catarina. Hoje, no grupo das oposições, uma coisa é bem clara: Edvaldo Nogueira é considerado um político sério e inspira confiança total nos líderes de seu bloco político. O reajuste de 8% na tabela do Imposto de Renda deixa os prefeitos sergipanos de orelhas em pé. Serão menos recursos do Fundo de Participação Municipal (FPM). Na sexta-feira (10/02) a cidade de são Cristóvão continua sua seresta e trará o cantor mineiro Márcio Greyck. A cidade de Pirambu já começa a se agitar neste verão, preparando-se para o carnaval. É o mais animado do interior sergipano. Todos os produtores de higiene pessoal e cosméticos deverão estar identificados com códigos de barras até abril próximo. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, defendeu o boicote ao telefone popular criado pela Anatel e reforçou as críticas ao serviço. brayner@infonet.com.br Em junho do ano passado, o prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), teve uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi avisar e ao mesmo tempo consultar – “não como presidente, mas como compadre e amigo de muitos anos” – que estava pensando em deixar a administração do município para disputar o governo do estado. Ouviu o incentivo: “acho que na sua situação o difícil é continuar à frente da Prefeitura”, disse-lhe o presidente e acrescentou: “é uma demanda real e naquilo que você decidir eu lhe apoio”. Naquele dia Déda deixou o Planalto candidatíssimo ao governo do estado, mas soube controlar a emoção e evitou divulgar uma decisão dessa dimensão com imensa antecedência. Iniciou a dar sinais e com o resultado adquirido nas eleições municipais o seu nome entrou para a disputa com naturalidade. Hoje, Marcelo Déda trabalha sua candidatura e está preparado para deixar a Prefeitura no dia 31 de março.
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