Aracaju, 09 de março de 2010 Para C.A.O.R. Quem diria que iria cicatrizar, hein? Pois é, você passou e se hoje te escrevo é para contar que não ficou nada, a não ser a simples vontade de um dia escrever um conto ou quem sabe uma carta contando tudo o que vivemos. Mas não seria idiota de publicar e dar a você o prazer de saber que ainda penso em você de alguma forma, mesmo que seja superficialmente. Ficou uma tristeza tamanha eu sei e se hoje ignoro você é porque não posso perder meu tempo dando atenção a quem me fez tanto mal. Será que você algum dia conseguiu dormir direito depois de tudo que aprontou? Certamente que sim. Tenho provas disso. É só contar o número de pessoas que você se transou desde então. Xiiiii, que conta grande! Poucas verdades. Faz quanto tempo hein? Acho que uns quatro ou cinco anos, mas, mágoa é algo eterno e se não cuidamos vira câncer, pelo menos foi o que me disseram na época. Imagina só, depois de quase tentar me matar por sua causa, pelo seu abandono, depois de quase engasgar por ter que engolir suas ações calhordas, ainda ter como saldo final uma doença degenerativa. Assim não dá mesmo. Ninguém é detentor de tanto poder assim ao ponto de fazer mal a outra pessoa de forma tão primitiva. Se hoje alguém me perguntar se eu já te perdoei, responderia que não, mas, não quero guardar mais mágoas contra a sua pessoinha – que de tão pequena, daria no máximo umas duas páginas de um texto merda – qualquer. Cada vez que penso o quanto chorei em Fiat Uno branco, tenho vergonha de mim mesmo. Como se não bastasse tudo que de bom eu lhe ofereci naqueles dias, de graça, ainda tive que agüentar depois de tudo, você me pedindo desculpas e ensaiando um possível arrependimento, pra tempos depois fazer tudo de novo. Você é reincidente nas tragédias e isso é cansativo. Tenha amor próprio, por favor! Pois eu não tive e deu no que deu: Um banho de desgraças sobre minha vida. Mas lhe asseguro que para está onde agora estou só passando pelo que passei. Hoje é muito bom respirar profundamente sabendo que tudo o que fiz foi o correto porque você precisava de mim e me dei para você, instantaneamente, sem reservas. Até usai halls para lhe satisfazer na cama, isso hoje é de uma bobagem tremenda. Lembro que da primeira vez que brigamos me vi num redemoinho de sentimentos desconhecidos, pois não podia ficar com você da forma que eu queria, e assim derrapei num buraco fedorento inundado por suas lágrimas. Que hoje, por sinal, desconfio serem tão falsas quanto tudo em sua vida. Só queria mesmo olhar em sua cara e falar o quanto você desperdiçou a segunda tentativa de estarmos juntos, pelo menos como amigos, pois para sermos amantes, você teria que superar suas crises pessoais e compreender o quanto o amor pode facilitar as coisas. Você sabia que o amor é simples? Aprendi isso com você e nunca te contei e sabe por que nunca falei nada disso para você, em nossa segunda tentativa? Porque sabia que você iria fazer idiotices de novo. “Errar é normal, só que repetir o mesmo erro é comprovação de caráter”, essa frase, que me foi dita na época, caiu como uma luva para definir você. Se é que alguém define alguém nessa vida. Mas seu caráter é duvidoso e pernóstico. Quando lhe dei uma segunda chance, e você não soube aproveitar, deveria apenas me ter como alguém muito especial. E apenas assim concretizar nossa amizade. Ao voltarmos não queria mais ficar com você. Tinha enjoado seu cheiro, nada em você me satisfazia mais, pegava mal prosseguir. E olha que cheguei a essa conclusão em menos de duas semanas de nossa reconciliação. Só existia em mim um pequeno sentimento de admiração por sua pessoa. Apenas isso e você deveria ter aceitado esse sentimento e pronto! Não precisava chorar, pedindo desculpas. Naquele dia da festa, em que eu vi você flertando com outra pessoa não me assustei completamente. Algo estava me empurrando até sua direção para descobrir o que eu já sabia que iria acontecer. É impressionante como os Santos ajudam os justos. Não sou inocente em nada, mas tento diariamente ser capaz de não me convencer pelas influências alheias, anulando meus verdadeiros sentimentos e valores. É assim que estou vivendo agora: Sem você e com poucas recordações do nosso passado. Sabe aquele pequeno documento dos Correios comprovando que mandei lhe entregar seus pertences? Até hoje eu guardo e de vez em quando, nos momentos de faxina sentimental e também no quarto, olho e dou risadas do quanto deve ter sido constrangedor para você receber seus CDs, DVDs, livros pelo carteiro. Pagaria um ano de supermercado para uma família pobre só para poder assistir a cena acontecendo. Soube que você ficou com raiva de mim. E esbravejou que eu era “a pior pessoa do mundo”. Acho que foi isso que você escreveu na última mensagem, via celular, que me enviou: “Você é a pior pessoa do mundo. Amaldiçoo o dia em que lhe conheci”. Agora imagine só minha situação, se você escreveu tudo aquilo só por causa da entrega dos Correios, imagine só, o que eu lhe desejei por todas as traições que você me pregou? Se compararmos nossas ações, eu ganho medalha de ouro por um ótimo comportamento. Olha, raiva, ódio e rancor dão e passam, pode apostar nisso. Será que já passou? Bom, por sua cara, nas poucas vezes em que nos encontramos, acho que sim. Espero que sim, não quero ser alvo para seus piores pensamentos. Saiba que lhe agradeço pelas horas ruins, pois aprendi a me conhecer melhor. Li bastante. Fiquei mais inteligente, só não sei se posso dizer o mesmo de você. Ainda está estudando? Já terminou sua pós? Ingressou de novo na faculdade? Então é isso, vai lá e tenta ser alguém interessante também. Espero que um dia você consiga! É uma pena que tudo passou e não ficou nenhum vestígio de amizade. Acho que é melhor assim mesmo. “When you”re down and troubled and you need a helping hand and nothing, oh nothing is going right. Just close your eyes and think of me and soon I will be there to brighten up even your arkest nights, you just call out my name and you know where ever I am. I”ll come running, oh yeah baby to see you again. Winter, spring, summer, or fall, all you have to do is call and I”ll be there, yeah, yeah, yeah. You”ve got a friend”.* * Trecho retirado da canção “You”ve got a friend”.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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