Uma casa pequena, com parentes fora da realidade, onde mora um pequeno cidadão chamado…
Na verdade é o irmão de uma pessoa. Irmão do Jorel. Morador do subúrbio, provavelmente do Rio de Janeiro. Uma cidade em que policiais são palhaços, e as pessoas mais velhas vivem num passado que parece não ter existido. Onde, também, a opressão é latente em quase todas as relações – principalmente para uma criança moradora da periferia. Que, enfim, não aceita nenhum cenário desolador.
A série idealizada e produzida por Juliano Enrico, ator da última série louca da MTV (O último programa do mundo), em sua fase mais elitizada – indo para a TV fechada – , e tem a presença de pessoas na estirpe do delírio atual de uma comédia non sense. Como a do ator e produtor Daniel Furlan. Eles começaram com histórias em quadrinhos, ainda como estudantes no Espírito Santo. Passaram logo para o audiovisual – pois é aí onde a visibilidade mora.
Não se trata só de um grupo que atua no “mercado do audiovisual”. Esse grupo da TV Quase está desvendando novos caminhos desse nicho. São aventureiros, a partir do gênero chamado “cômico”. Não estamos falando só de comédia. Nem, só de desenhos animados.
O Irmão do Jorel parte do absurdo. Caminha pelo suspense, pela violência e pelo terror. São mencionados muitos desastres, muitas falhas psicológicas, muitas relações de poder prejudiciais, muitas, enfim, paranóias. Isso num mundo esquizo. A proposta ali é mergulhar no delírio de Jorel, e encarar todos os descontroles. Algo que pode ser dito dos projetos da TV Quase, aliás.
Esse terror é real. Essa paranoia é das entranhas. Ser observados por patos, por exemplo…
A opressão desmedida de um espetáculo fake, alimentado pelas elites brasileiras, pode ser desmentida. Da maneira dessa precariedade aparente, do Irmão do Jorel, que estimula o mergulho na falta de sentido atual do Brasil.
Ver blogs –
https://www.verberenas.com/article/reflexoes-sobre-universalidade/
http://www.mercyzidane.org/2016/04/irmao-do-jorel-ditadura-militar-e.html