“A dança da deputada petista, Ângela Guadagnin (SP), no plenário da Câmara dos Deputados, comemorando a absolvição de mais um companheiro (João Magno/MG) envolvido no esquema do mensalão, chocou boa parte dos brasileiros que assistem televisão e lêem jornais. Mas, com toda a certeza, passou despercebida da grande massa da população que está preocupada mesmo é com o pão nosso de cada dia. A turma do Bolsa-Família não está nem aí para esse tipo de coisa. O que importa são os R$ 85,00 pagos religiosamente em dia pelo governo federal mês após mês. E pronto”.
Essas pérolas foram disparadas por um deputado do PT, no Aeroporto de Brasília, no último sábado, e refletem o falso clima de otimismo que voltou a reinar no seio petista com o desempenho de Lula nas pesquisas, após os recentes escândalos que abalaram as estruturas do partido.
A turma do PT vive hoje um clima de euforia, semelhante àquela vivida por pacientes com depressão, sempre oscilando entre angústia e felicidade profundas. O problema é que, até agora, nem mesmo a medicina encontrou remédios 100% confiáveis para o chamado mal do século, a depressão. Imagine, você, caro leitor, o que não dizer dessa triste doença petista (pesquisite aguda) que assola a capital federal e os estados brasileiros. Há remédio?
Em Brasília, o que se vê entre os “companheiros” é um misto de confiança no potencial de Lula e, ao mesmo tempo, preocupação com o resultado das eleições, diante do crescimento de Alckmin (PSDB) e das novas dores de cabeça envolvendo o todo-poderoso Antônio Palocci, da Fazenda.
Nos Estados, é claro, essa “doença” não poderia ser diferente. Em Sergipe, por exemplo, falar sobre eleições com certos integrantes do PT é de dar dó. As analises e reações são as mais estapafúrdias possíveis. E como resultado, observamos que a euforia registrada num dia, dá lugar à mais profunda depressão no outro, a depender das pesquisas divulgadas e de sua influência na cabeça dos pobres companheiros.
Calma, pessoal, pesquisa reflete apenas um determinado momento. Não dá para tirar conclusões precipitadas agora, quando sabemos que 63% dos entrevistados na última pesquisa ainda não tinham decidido em quem votar. Ainda está muito cedo para festejar… ou chorar.