Segundo o mestre Aurélio Buarque, certo é: que não há erro; exato; preciso; que não falha; infalível; previamente determinado; convencido; persuadido; certificado; ajustado; combinado; certeiro; coisa certa; com certeza; certamente; de maneira exata; correta; com precisão. Errado é: ter erro; não seguir boa direção; mal comportado; que não é certo. Analisando estas definições, mais nos convencemos quão relativa é sua aplicação. Nas próprias ciências exatas, não é tão absoluta sua aplicação e à medida em que nos afastamos destas e nos aproximamos das ciências sociais, mais relativos são os conceitos de certo e errado. A aplicação destes conceitos, na realidade, está ligada a uma época, a um regime político, a uma religião… dependem, portanto, de diversos fatores. Para a religião, por exemplo, até quando o certo o è? Quantas pessoas hoje sacrificadas, amanhã santificas. A guerra é um erro! Também aí está uma afirmação que pode não ser absoluta. Se de um lado há de se lamentar destruição e morte, do outro louva-se invenções e descobertas que surgem para ajudar o desenvolvimento. Se para o derrotado restam humilhação e miséria, para o vencedor fica a glória e a riqueza. O mesmo fato. Se é certo ou errado depende do lado que se esteja. Da segunda guerra mundial, podemos extrair fatos que também demonstram a relatividade dos conceitos de certo e errado. Os alemães foram os perdedores, para eles Nuremberg. Os americanos, apesar de Nagasaki e Hiroshima, foram os grandes vencedores. Para eles o domínio financeiro, comercial e tecnológico do mundo pós-guerra. Assim, cada vez mais, parece ser bastante relativo o conceito de certo e errado. São, antes de tudo, conceitos que, no tempo, dirigem o comportamento de uma raça, de uma nação, de uma religião ou de uma massa. Eles guiam o trajeto de uma massa num hiato de tempo. Hoje, era da cibernética, da comunicação e da tecnologia avançada. Mudanças ocorrem a cada fração de segundo. A notícia se propaga imediatamente; hoje, entre o emissor e o receptor o tempo reduziu-se a zero. A distância de hoje para o amanhã é infinitamente menor que a de hoje para ontem. Ontem houve mudança de conceitos, hoje, mais rapidamente os há e amanhã… haverá diferença? É preciso que tenhamos em mente, que estamos vivendo na era da velocidade e que, portanto, cada vez mais, mais rapidamente poderemos mudar os nossos padrões de comportamento. O homem precisa, mesmo envolvido pelas transformações vertiginosas que se processam, preparar-se para mundo ainda não medido, mas certamente de comportamentos diversos daqueles que se conhece desde sua formação até os dias presentes. O homem está inseguro. A todo momento, dele mais rapidamente fogem as bases, pois os conceitos se alteram, misturam-se e se confundem. O QUE É CERTO?… O QUE É ERRADO?
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários