O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem procurado encontrar a melhor forma para reduzir o teor explosivo da crise. Inicialmente apelo para o sentimentalismo, com referências aos pais analfabetos. É possível que não tenha se saído bem, porque é grande o número de brasileiros que têm pais nas mesmas condições e todos eles sabem que, como Lula, chegarão à Presidência da República. Ver-se agora que ele voltou-se mais para a classe trabalhadora e pratica um populismo retrógrado, ao tirar fotografias ao lado de operários, além de se jogar ao meio da população, como se estivesse em campanha. Até agora, entretanto, o melhor tema que os marqueteiros conseguiram expor foi a vulnerabilidade da economia. O que é uma verdade e Lula começou a dizer isso até a pessoas que não entendem bem o que seja isso, sabendo, entretanto, que está mandando um recado através da televisão. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Nelson Jobim, também está preocupado com tudo isso e deu início a uma rodada de conversas com líderes dos partidos políticos, advertindo-os que o país ficará ingovernável nos próximos dez anos se a oposição tentar derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O raciocínio do presidente do Supremo, segundo políticos que o ouviram, é que a eventual interrupção do mandato de Lula provocará uma radicalização política na sociedade devido a sua popularidade e carisma, apesar das denúncias e acusações que pesam contra o governo e contra o PT. Há um exagero no pensamento do ministro em relação a uma convulsão social com a queda de Lula, mas seguramente não seria bom para a democracia e serviria de antecedente para que o menor deslize de futuros presidentes tomasse uma demissão que o levasse a um afastamento do Planalto. Lógico que não é bom para ninguém. Evidente que a crise provocou um terremoto no pais. E, no momento, tem como epicentro o PT e o governo. Apesar disso sente-se um cheiro de pizza no ar, quando deputados corruptos tentam fazer acordos, como retirar denuncias ao Conselho de Ética, para salvar quem pegou o dinheiro sujo do mensalão. Além disso, percebe-se claramente que a oposição se retraiu muito em relação aos ataques ao governo e fala insistentemente em um acordo que assegure a governabilidade e se tenha uma agenda mínima para funcionamento do Congresso, o que determinaria o encaminhamento de reformas como a política e a tributária, de forma acelerada. Essa posição não caracteriza que a oposição a Lula seja boazinha, o problema é que lama quanto mais mexe, mais põe à tona o que está por baixo de toda a sujeira. Nesse chafurdar, foram enlameando as principais legendas, aparecendo mais autoridades e pondo em risco a falsa moralidade de meio mundo de gente que posa de vestais da moralidade. Como bem disse o editorial de ontem da Folha de São Paulo, “cardeais e parlamentares petistas estão envolvidos, bem como o séqüito de aliados que se beneficiou do mensalão. O PSDB e o PFL, que procuravam encenar o papel de vestais, já não podem aparentar que desconheciam por completo os serviços prestados por Marcos Valério. Por fim, as empresas que teriam recorrido aos préstimos do publicitário mineiro para remeter recursos não-contabilizados ao mundo político sabem que seus nomes cedo ou tarde devem aparecer e, com o caminhar das investigações e a publicação de novas descobertas pela imprensa, vai aumentando o número dos que em maior ou menor grau precisam apresentar explicações à nação”. Um ilustre sergipano, que exerce um cargo decisivo no país, considerou que “a digestão desse trauma já foi pior. Já se pode antever um entendimento para a administrabilidade do país. Mas isso não quer dizer uma leniência com a imoralidade com a imoralidade”. Aconselhou mais cuidado, “para não levar pessoas inocentes de roldão”. Uma coisa parece clara: a sociedade não vai aceitar que os corruptos saiam dessa livres, leves e soltos. Espera ver muitos deles na cadeia. Haverá uma reação incontrolável se isso não acontecer. OUTRA VIA O deputado federal João Fontes (PDT) tem conversado com lideranças políticas do estado, para formação de uma terceira via, com objetivo de disputar o Governo. Essa terceira via seria formada por nomes como o de Benedito Figueiredo (PMDB) e do senador José Almeida Lima (PSDB). As conversas estão avançadas. HELENA A busca por uma terceira via vem de vários estados e tem o objetivo de apoiar a senadora Heloisa Helena (Psol-AL) para presidente da República. João Fontes não fará composição nem com o prefeito Marcelo Déda (PT), nem com o governador João Alves Filho (PFL). PEDRINHO O secretário de Turismo, Pedrinho Valadares (PFL), almoçou quinta-feira passada com o deputado Arnaldo Bispo e o irmão Luciano, ex-prefeito de Itabaiana. São amigos. Pedrinho diz que vai cuidar de sua pasta durante a semana e iniciar um trabalho político pelo interior. É candidato a deputado federal. DÉDA O prefeito Marcelo Déda (PT) já deixou bem claro que se quiserem lhe derrubar terá que ser através das urnas: “não vou perder por WO”. Ensina que a política tem um começo e tem um fim, “o político passa, mas o homem fica”, Advertiu que quem fizer insinuações sobre ele “vai ter resposta”. PENTE-FINO Déda diz que “poucos políticos que se arvoram como baluartes da moralidade neste momento, passariam num teste de pente-fino”. “Não dá para saber como eles não têm receio de levar adiante este ímpeto de apuração”, disse para depois comparar: “está o rasgado falando mal do furado”. ERRAMOS Plenário errou ao trocar o nome do secretário Metropolitano André Moura (PFL), pelo radialista André Barros. O colunista foi traído pela memória. André Moura recebeu elogios do prefeito Marcelo Déda, que – entre outras coisas – o considerou um “democrata, que vai respeitar a autonomia do município”. OMISSÃO Do deputado federal João Fontes (PDT) depois de ouvir a entrevista do prefeito Marcelo Déda no programa do radialista Fábio Henrique: “Setenta por cento do que Déda falou é verdade. Nos trinta por cento restantes ele deu um show de omissão”. NEGOCIATA O presidente de uma associação comunitária desativada foi procurado por um assessor parlamentar, para negociar a contemplação de uma subvenção no valor de R$ 200 mil. Quando o dinheiro fosse depositado, o presidente sacava todo o valor e repassava R$ 180 mil para a campanha do deputado. Ficava com R$ 20 mil. CONSULTA Amedrontado, o presidente da associação comunicou o fato a uma pessoa de sua intimidade e foi aconselhado a denunciar a corrupção. Não o fez por falta de provas. Esse tipo de procedimento ainda está funcionando, embora se imaginasse que a subvenção, paga com recursos do orçamento, já tivesse acabado. SUSANA A deputada Susana Azevedo (PPS) teve uma boa surpresa ao retornar da viagem de férias em Nova Iorque. Soube que o ex-prefeito de Malhador, Dedé do Inhame, vai apóia-la nas eleições do próximo ano. Susana é candidata à reeleição. HENRIQUE O vereador Fábio Henrique (PDT) vai permanecer no partido e tem conversado muito com o deputado federal João Fontes. Fábio diz que aguarda uma definição da Reforma Política e considera que não dá para prever o que pode acontecer até lá. ALBANO O governador Albano Franco (PSDB) confidenciou a um amigo, no início da semana, que quis ficar com o senador Almeida Lima no mesmo partido: “ele que não aceitou”. Albano continua afirmando que é candidato, mas não diz a que, embora todos saibam que o seu objetivo é o Senado Federal. BATE FORTE O presidente Lula está batendo na mídia e nas elites, mas sabe que o empresariado deseja que ele permaneça à frente do Governo, se possível por mais quatro anos. Para a elite é melhor manter um operário com os juros altos, do que colocar um vice empresário que combate a política de juros. Notas ALMEIDA A posição esboçada pelo senador Almeida Lima (PSDB) surpreendeu a muita gente. Inclusive a alguns os seus aliados. Quem pensava que Almeida viria dócil, ele demonstrou que continua disposto a ir à luta para que a Direção Nacional do seu partido cumpra o que acertou com ele na filiação. Almeida não tem dúvida de que o comando da legenda será passado para o seu grupo e considera que o prazo já é pequeno para que isso aconteça, em razão do tempo para filiações e formação de comissões. CONTINUA O PSDB liderado pelo ex-governador Albano Franco não se surpreendeu com a manutenção da posição adotada pelo senador Almeida Lima, lembrando que ele nunca sinalizou para um entendimento, embora já tivesse ocorrido conversa entre membros das duas tendências tucanas. O pessoal ligado a Albano continua trabalhando para a realização das convenções municipais que acontecem amanhã e até comemora a adesão de dois prefeitos. O grupo defende a candidatura de Albano ao Senado. LIBERAL O deputado José Nilton de Zé de Dona já comunicou ao presidente do Diretório Municipal do PFL em Itabaiana, Edvan Amorim, que está se desligando da legenda para assumir a presidência regional do Partido Social Liberal (PSL). A convenção será realizada entre os dias 15 e 20 de agosto, e Itabaiana. Nilton já convidou o médico Carlos Magno para ingressar no PSL e ele ficou de conversar com o governador João Alves Filho. Convidou também o vereador suplente Fabrício Cardoso e o ex-deputado Ilzo Silveira. É Fogo O senador José Almeida Lima (PSDB) viaja segunda-feira a Brasília para conatos com a Executiva Nacional do seu partido. Almeida Lima já saiu do seu repouso, que durou 50 dias, e agora acha que 10 dias já é demais para que o PSDB passe para seu comando. O governador João Alves Filho desembarcou ontem à noite em Aracaju e falou a jornalista que estiveram no aeroporto. Amanhã, às 18 horas, João Alves encerra os festejos juninos da Vila do Forró, que duraram 50 dias e foi freqüentado por pessoas da terá e turistas. O prefeito Marcelo Déda (PT) está continuando o seu trabalho administrativo, mas sempre consegue algum tempo para fazer política. O deputado federal João Fontes (PDT) está trabalhado cm os seus advogados para entrar com processo contra seu colega Jackson Barreto (PTB). O vice-prefeito de Japaratuba, Hélio Sobral (PMDB) será o substituto de Goretti Reis na Funasa. Tomará posse na próxima semana. Hélio Sobral foi uma indicação do prefeito de Japaratuba, Gerard Olivier (PT) perante a cúpula do seu partido no estado. O secretário Emmanuel Cacho será candidato a algum mandato eletivo, mas primeiro vai conversar com o governador João Alves Filho. A prefeita de Itabaiana, Maria Mendonça (PSDB) tem dado prioridade ao ensino público municipal. Ela promoveu o encontro das unidades municipais de ensino. O deputado Antônio dos Santos garante que não tomou terras de sua tia. Ele está procurando documentos para provar isso. Sergipe terá o seu Encontro Estadual de Educação em Direitos Humanos no dia 08 de agosto. Acontecerá no Centro de Convenções. brayner@infonet.com.br
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