Depois de várias semanas de muita poluição na mídia, diante de tantos fatos “negativos” pipocando a todo momento, eis que maio deve chegar com ares mais saudáveis lá pras bandas do governo. Pelo menos, é o que se espera!
Nunca assistimos a tamanha sucessão de ações e estratégias equivocadas – uma após a outra – como as promovidas pelo Executivo, em questão de semanas… dias: primeiro, foram os R$ 55 milhões da inexplicável Carta Convite do Sergipe ParqTec; depois, a nebulosa licitação para a escolha das cinco agências que vão cuidar dos R$ 30 milhões da publicidade governamental e, finalmente, a malfadada reforma administrativa com o envio de seis projetos propondo a criação de quatro novas – e dispensáveis – secretarias e 204 novos CC’s (cargos comissionados). Foi o que se pode chamar de dose cavalar.
Talvez, seguindo os ensinamentos de Maquiavel em O Príncipe, de que o “mal” deve ser feito de uma só vez, enquanto o “bem” deve ser feito aos poucos, o governador João Alves Filho optou por concentrar boa parte das decisões “difíceis” – porém extremamente necessárias para as próximas eleições – nestes primeiros meses do ano. E assim o fez.
Ainda ontem, nos bastidores do poder, já havia quem advogasse que o mês de abril encerrava esse ciclo funesto. “A partir de agora só teremos boas notícias para a população”, disse um dos entusiastas do governo, ávido por uma agenda positiva.
Mas mal acabara de falar e, infelizmente, veio a ducha fria: a informação de que o MPF (Ministério Público Federal) pretende ajuizar uma Ação Civil Pública contra o Sergipe Tec. Os procuradores da República, Eunice Dantas Carvalho e Eduardo Botão Pelella, propuseram uma ação com pedido de liminar, visando anular o Contrato de Gestão celebrado entre o Estado e o Sergipe Tec, proibir o repasse de recursos federais para a associação e determinar que o projeto respeite a Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93) e se submeta à fiscalização por parte dos órgãos federais.
Não deu outra: silêncio e desânimo por parte de nosso interlocutor. O que nos levou, inclusive, a uma reflexão: será que Dr. João Alves suporta um quarto mandato?