“Na hora certa discutiremos a questão eleitoral”. Márcio Macêdo

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Entrevista – Sábado com Blog Cláudio Nunes

Márcio Macêdo em solenidade com os prefeitos ontem, 08, em Aracaju.

Mesmo com uma extensa agenda ontem, 08, em Aracaju, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Cláudio Nunes. Na entrevista ele faz um balanço dos primeiros 8 meses do governo Lula, fala da tarefa institucional que desempenha, destaca a relação no campo institucional com o governo Mitidieri, reforça que neste momento estou concentrado em cumprir a missão como Ministro de Estado e na hora certa discutirá a questão eleitoral.

Blog Cláudio Nunes – Qual o balanço que o senhor faz destes primeiros 8 meses do governo Lula?

Márcio Macêdo – São 8 meses que valeram por 8 anos. Foram retomados os programas de proteção à pessoa e ao cidadão, a exemplo do Bolsa Família, Mais Médicos, farmácia popular, Minha Casa Minha Vida, dentre outros. Foi retomada a política de valorização do salário-mínimo e o aumento real dos servidores públicos. O custo de vida baixou, a carestia foi enfrentada e os preços caíram. Veja o que ocorreu com a gasolina, o gás, a carne, e outros itens da cesta básica.  A democracia voltou a funcionar na sua normalidade. Voltamos a ter uma relação respeitosa entre os poderes do Brasil e o restabelecimento da relação republicana com os governos estaduais e municipais. E a democracia direta está viva novamente com a rearticulação dos conselhos cassados ou perseguidos no governo anterior, a volta das conferências, a criação do Conselho de Participação Social e o PPA-Participativo. E agora, nesse segundo semestre abre um novo ciclo de dotação de infraestrutura para o país com o Novo PAC.

E, no exterior, o Brasil passou a ser visto, de novo, com respeito e é protagonista, outra vez, de políticas ambientais. Fizemos este ano, em Belém, a Cúpula da Amazônia, com os chefes de Estado de todos os países da Amazônia legal, com grande repercussão internacional.

BCN- Como o senhor recebeu a importante tarefa dada pelo presidente Lula de cuidar da construção do Eixo 3 do Plano Brasil Sem Fome, com a mobilização da sociedade para o combate à fome?

MM – Com a responsabilidade de mais uma missão institucional e política que o Presidente Lula me delega. Vamos trabalhar em conjunto com os ministérios que compõem o Brasil Sem Fome, liderados pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e com a sociedade civil organizada para enfrentarmos esse que é um problema sério do nosso país: as famílias sem comida morando no país com imensa produção agrícola.  A fome voltou a assolar brasileiros e brasileiras. O nosso papel é, a várias mãos, a do Governo e a da sociedade retirar o Brasil do mapa da fome novamente. Na Secretaria Geral, além das ações para o Brasil sem Fome também estamos organizando a Conferência Nacional do CONSEA, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Estamos fazendo conferências nos municípios, territórios e Estados para elaborarmos, em dezembro, o novo Plano Nacional da segurança alimentar para o nosso povo. Para acabar com esse flagelo da fome a meta prevista no programa do governo do presidente Lula é 2030.  Isso deve ser prioridade de toda a sociedade e de todos os governos.

BCN – Como o senhor definiria o governo recebido do ex-presidente Bolsonaro? Principalmente na  gestão, quais foram os gargalhos encontrados?

MM – Uma tragédia. O presidente anterior abriu mão de governar. Entregou uma parte do orçamento ao chamado mercado e a outra parte ao Congresso Nacional através das emendas secretas, do orçamento secreto. Ele se apegou apenas a fazer política com temas identitários. Foram desmontados os programas sociais, a educação e a saúde. Voltaram a fome e o desemprego. O país passou a ser um pária mundial. Foram anos tristes. O Brasil não merecia isso.

BCN – Para o Estado de Sergipe o que o senhor destacaria nestes primeiros meses?

O restabelecimento de uma relação republicana, respeitando o pacto federativo. Foram liberados diversos recursos para o governo do estado, para a prefeitura de Aracaju e as prefeituras do interior do nosso estado, como para projetos do Minha Casa Minha Vida, por exemplo, foram desbloqueados para a prefeitura de São Cristóvão quase 11 milhões de reais para a construção das casas populares.

A prefeitura de Aracaju terá acesso a cerca de 500 milhões de reais de financiamento do banco dos Brics. E com os recursos se comprometeu a fazer obras de saneamento, mobilidade urbana e modernização da gestão. É o maior pacote de obras da cidade.

O Ministério da Justiça entregou viaturas para o combate à violência contra a mulher. E será implantada a Casa da Mulher Brasileira.

Várias obras foram retomadas, como por exemplo a BR-101. Para a duplicação, o governo federal já liberou, só este ano, mais de R$132 milhões. O trecho norte deve estar pronto no ano que vem.

Conseguimos também liberar RS5 milhões para a Codevasf aplicar no projeto Jacaré-Curituba, no sertão do nosso estado. De emendas minhas, quando ainda era deputado, foram R$2,4 milhões para o projeto. Com esse dinheiro será possível melhorar a infraestrutura de uso comum para 700 famílias do acampamento e ainda investir em assistência técnica e extensão rural para elas.

E ontem mesmo, aqui em Aracaju, fizemos o lançamento do Plano Safra 2023/2024, que é o maior de toda a história do país, com uma grande parte voltado para a Agricultura Familiar. Em Sergipe, conseguimos que o Banco do Nordeste destine R$1,01 bilhão para os pequenos, médios e também grandes produtores rurais. E mais R$ 30 milhões do programa Rural Conectado que vai atender 149 comunidades de 60 municípios de Sergipe. E nossa intenção é seguir nesse ritmo, trabalhando pelo povo sergipano.

BCN – Destes investimentos em Sergipe para o futuro o que o senhor destaca como o mais importante?

MM – O Novo PAC. Além de reestruturar a cadeia produtiva do petróleo e gás, fundamental para Sergipe, haverá investimentos em infraestrutura, educação, saúde, tecnologia, dentre outros.

 

BCN – E o relacionamento com o governador Fábio Mitidieri? É só no campo da parceria das duas gestões, ou podem ter um alinhamento político futuramente?

 

A relação com o Governador Fábio Mitidieri é no campo institucional. É respeitosa e centrada nos interesses do povo de Sergipe. Estou ajudando o estado, a Prefeitura de Aracaju e as demais prefeituras do interior, independentemente da orientação política do governador ou dos prefeitos. E, desta forma, continuarei ajudando, porque assim ajudo o povo de Sergipe. O debate de alianças políticas se dará na hora adequada, ouvido a direção do partido em nível nacional e estadual, a militância e a orientação do Presidente Lula.

 

BCN – O senhor falou em parceria administrativa e o blog lembra do legado do professor Marcelo Déda que sempre colocou em primeiro plano o interesse coletivo, deixando de lado o partidário. O republicanismo tanto defendido por Déda também é sua bandeira?

 

MM – Eu tive a honra, a felicidade e a sorte de na minha vida política ter tido grandes escolas. A escola do movimento estudantil, a do PT, a de Déda e Zé Eduardo Dutra e a de Lula. Sem dúvida nenhuma, Déda sempre sabendo qual o seu lado na história, fez política e governos republicanos para todos. E, em todos, a prioridade para os menos favorecidos, os desvalidos, os invisíveis, os que mais precisam do Estado. Essa foi uma grande referência para mim. Um projeto coletivo em que os interesses do povo brasileiro e sergipano são prioridade. É isso que me norteia nos tempos atuais. É nessa esteira que se dão as parcerias institucionais com os governos estaduais, municipais e os movimentos sociais. Em Sergipe não é diferente.

 

BCN – O senhor tem pretensões políticas para 2024? Disputar a prefeitura de Aracaju ou prefere continuar ajudando Sergipe como ministro e esperar para 2026?

 

MM – Neste momento estou concentrado em cumprir a missão como Ministro de Estado e ajudar o Presidente Lula a mudar a vida das pessoas para melhor. Tenho me dedicado a ajudar o Brasil e Sergipe. Estou trabalhando em defesa do Brasil e a serviço de Sergipe. Na hora certa discutiremos a questão eleitoral.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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