Blog Cláudio Nunes: a serviço da verdade e da justiça
“O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.
Um texto de Carlos Nascimento, Sergipaníssimo, Mestre em Gestão de Políticas Culturais, que merece uma reflexão profunda hoje, 24 de Outubro, Dia da Sergipanidade:
Que Sergipanidade é essa?
Quando décadas atrás Pinga e Walter, assim está gravado no compacto da Fonopress, compuseram “Sergipano Bom”, eles definiram o que, para eles, eram as características de um bom sergipano, e assim era cantado:
“Para ser bom sergipano
É preciso ser bacana
Não dar bolas para o azar
É torcer pelo SERGIPE
Bater papo lá no Chic
Ir à praia farrear
Sergipano bom
Sergipano legal
Tem que gostar de praia,
Futebol e Carnaval”
Naqueles tempos, a discussão sobre identidade cultural era restrita a uns poucos círculos acadêmicos. Não que hoje seja diferente, porém vez ou outra ela extrapola esses limites, e vem a inexorável pergunta: o que identifica um sergipano? Ou, muitas vezes, surge a afirmação: “Sergipano não tem identidade”.
A questão não é simples, até mesmo porque parte de dois termos abstratos e acadêmicos: identidade e cultura, os quais, juntos, expressam um conceito muito mais ideológico.
Quando em 2020 decidimos colocar no calendário cultural o Dia da Sergipanidade, o objetivo era muito mais provocar uma reflexão do que uma simples celebração em um só dia, ou semana. Assim estava no primeiro projeto que foi apresentado ao então Conselho de Turismo do Polo Costa dos Coqueirais. Hoje, a data se enche de discursos cheios de obviedades.
É preciso marcar que celebrar a sergipanidade é celebrar a contradição, pois a identidade de um povo não é monolítica. Ela é fluida, plástica, porém, em nome dessa fluidez, não se pode admitir que seja simplesmente diminuída por forças e interesses estranhos. Parafraseando Mahatma Gandhi: “Eu não quero que a minha casa seja murada por todos os lados e as minhas janelas sejam vedadas. Quero que a cultura de todas as terras seja soprada pela minha casa o mais livremente possível. Mas me recuso que ela seja derrubada por uma brisa qualquer”.
É necessário ter consciência que não existe cultura mais rica que outra, ou mais “certa” que outra, e que não podemos esconder o nosso modo de ser, porque há quem o ache mais pobre ou errado. Isso acontece especialmente no falar, que é mais mutável. Às vezes me estranham porque ainda falo palavras como “bola de assopro”, ao invés de “bexiga”, “sinaleira” no lugar de “semáforo”, “arraia” e não “pipa”, ou ainda “macacão” quando falam “amarelinha”. É sobre essa resistência que Gandhi falava.
Hoje, quando assisto aos programas locais de TV, muitas vezes não me reconheço na linguagem pasteurizada que é imposta pelas cabeças de redes às suas afiliadas, mas que nem todas aceitam, especialmente as do Sul e do Sudeste.
É o reconhecer-se, o sentido de pertencimento, independentemente do local de nascimento, que serve de amálgama para um povo. É ver-se refletido nos outros, compartindo modos de sentir e agir. É um conjunto de vários traços que define a sergipanidade, mesmo que nem todos eles sejam compartilhados em todos os rincões do estado, mas sempre haverá aspectos mais comuns que os outros que nos definem.
Perguntar não ofende Um parlamentar que não defende sequer sua própria mãe, será capaz de defender a quem, afinal? Bem, afora O Mito nem a mãe do extremista bolsonarista merece uma defesa… é triste! Como bem escreveu o amigo Leite…uma questão fulcral…
Aprovados Dois projetos do Governo do Estado que instituem programas de refinanciamento de débitos referentes ao IPVA e ao ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) foram aprovados na Assembleia Legislativa de Sergipe nesta quinta-feira, 23. O primeiro autoriza a renegociação de dívidas do IPVA até o exercício de 2024, com possibilidade de parcelamento em até 48 meses e descontos de até 90% sobre juros e multas. Já o ITCMD permitirá o refinanciamento de débitos gerados até 31 de dezembro de 2024, com parcelamento em até 60 vezes e os mesmos percentuais de desconto. A expectativa é que as medidas passem a valer no início de novembro, após sanção do governador e publicação do decreto regulamentador.
Direitos Humanos Foi aprovado também na Alese, o que institui o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH/SE). O texto, encaminhado pela Secretaria de Estado da Assistência Social, representa um avanço na estruturação da política estadual de direitos humanos, consolidando o compromisso do Governo de Sergipe com a promoção da dignidade e da cidadania. O novo Conselho será um órgão colegiado, deliberativo, autônomo e permanente, com composição paritária entre o poder público e a sociedade civil organizada.
Direitos Humanos II “A criação do Conselho é um passo fundamental para consolidar uma política estadual de direitos humanos mais democrática, integrada e efetiva. A Seasic tem trabalhado para ampliar os espaços de diálogo com a sociedade civil e assegurar que a defesa dos direitos fundamentais seja uma prática cotidiana, presente em todas as regiões do estado”, afirmou a secretária da Seasic, Érica Mitidieri.
Carreta da PRF até sábado em Lagarto A carreta da saúde da Polícia Rodoviária Federal (PRF) chegou ao município de Lagarto ontem, 23, após articulação do deputado federal Fábio Reis junto à PRF. A unidade móvel está instalada na praça principal do povoado Colônia Treze até o próximo sábado, 25, para ofertar diversos serviços de saúde para a população lagartense, como consulta com médico clínico, oftalmologista, dentista e exame de lâmina.
Serviços Através da parceria entre a PRF e a Prefeitura de Lagarto, os serviços foram disponibilizados das 8h às 18h, com o objetivo de ampliar e facilitar o acesso da população lagartense aos serviços de cuidado à saúde, principalmente de prevenção. O prefeito Sérgio Reis destaca a importância da parceria com o órgão federal. “A parceria com a PRF é fundamental para levar serviços de saúde de qualidade para a população. Com a carreta, conseguimos acelerar os exames, reduzir as filas de espera e garantir que mais lagartenses tenham acesso rápido e seguro ao atendimento que merecem”, pontua.
TCE celebra Dia do Servidor com entrega da Medalha do Mérito José Carlos de Sousa Em comemoração ao Dia do Servidor Público, o Tribunal de Contas do Estado de Sergipe, TCE/SE, realizou, a quarta-feira, 22, no auditório Lourival Baptista, uma solenidade especial marcada pelo reconhecimento e pela emoção. Durante o evento, foram entregues medalhas do Mérito José Carlos de Sousa a servidores efetivos que se destacaram pela dedicação e pelos relevantes serviços prestados à instituição e à sociedade sergipana.
Reconhecimento A conselheira presidente, Susana Azevedo, destacou, em seu pronunciamento, que a data simboliza muito mais que uma homenagem. “Esta é uma data que vai muito além de uma homenagem. É um momento de reconhecer o valor, o empenho e a dedicação daqueles que fazem o Tribunal de Contas de Sergipe funcionar com excelência e humanidade todos os dias. Servir ao público é uma escolha de vida. É trabalhar com o propósito de transformar realidades e fortalecer a confiança da sociedade nas instituições. E é exatamente isso que celebramos hoje: a dedicação de quem escolheu servir com ética, zelo e compromisso”, afirmou. A presidente também ressaltou o significado da honraria concedida. “Cada servidor homenageado nesta solenidade representa um capítulo importante da história do nosso Tribunal. A Medalha José Carlos de Souza é uma forma de reconhecer esse legado — um gesto de gratidão a quem ajudou, e continua ajudando, a construir uma instituição sólida, respeitada e comprometida com o interesse público.”
Emoção Entre os homenageados, a auditora de controle externo I, Eliana Mota, com 45 anos de dedicação ao Tribunal, emocionou-se ao agradecer pela distinção. “São 45 anos dedicados ao TCE. Pra mim é uma alegria muito grande, uma honra e um presente dos deuses, né? Agradecer, em primeiro lugar, a Deus, a família, porque sem família não existiria, a Dra. Suzana, na qualidade do Presidente do TCE, e a nossa conselheira, Dra. Angélica Guimarães. E eu digo pra vocês que é um sentimento… o qual a chave pra tudo isso? Amor.” Outro homenageado, o médico do TCE/SE, José Aragão, falou sobre a emoção de ter o trabalho reconhecido. “É muita emoção, muito comprometimento. Quero agradecer a todos. Porque você não é o vencedor só. O vencedor é com todos. Eu agradeço a todos os meus colegas de trabalho, a minha família. Eu estou muito feliz. Porque eu fui homenageado reconhecendo o nosso trabalho do serviço médico. Eu me sinto muito feliz. Meu muito obrigado.”
Agilidade A Prefeitura de Aracaju , por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), implantou o Acesso Avançado com o propósito de reduzir filas e o tempo de espera para atendimentos. Com o novo sistema, a marcação pode ser realizada a qualquer momento e o atendimento, conforme a disponibilidade de vagas, pode ocorrer no mesmo dia ou em até 72 horas, antes os usuários aguardavam até um mês para marcar uma consulta. Implantado em julho como projeto-piloto em seis unidades, o novo modelo de agendamento já foi ampliado e atualmente está presente em 24 USFs, e a previsão é de que o sistema chegue a todas as 45 unidades até o fim de outubro.
Cinema O Cinema Walmir Almeida, localizado no Centro Cultural de Aracaju — unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), vinculada à Prefeitura de Aracaju—, apresenta nesta semana a pré-estreia do filme brasileiro “O Agente Secreto” e a estreia do longa “Frankenstein”, dirigido por Guillermo del Toro, além de receber a Mostra Dia Internacional da Animação 2025. O cinema funciona de quinta a segunda-feira, com ingressos disponíveis diretamente na bilheteria. A programação completa é divulgada semanalmente nos canais oficiais da Funcaju, da Prefeitura de Aracaju e do Cinema do Centro.
Fundef O secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral, anunciou que o pagamento dos precatórios do Fundef aos profissionais da rede estadual começam a ser feitos a partir do dia 18 de dezembro. O total dos precatórios supera R$ 136 milhões, resultado de ação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-SE) reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os valores serão pagos em três parcelas até 2027, corrigidos pela taxa Selic.
Carira: prefeito Diogo Machado anuncia chegada de recursos destinados pelo deputado Fábio Reis para área educacional Durante agenda em Brasília, o prefeito Diogo Machado recebeu a confirmação da chegada de mais recursos para ampliar o investimento na educação. Foram liberados R$ 495 mil de emenda destinada pelo deputado federal Fábio Reis para a reforma, ampliação e modernização de duas escolas do município. “Essa foi uma excelente notícia que recebemos ao visitar o gabinete do deputado Fábio Reis, que garante mais recursos para Carira. Com esse valor, que já está na conta do Município, vamos contemplar as escolas Tobias Barreto, no povoado Descoberto, e Professora Maria Esmeralda Costa, no bairro Vila Nova”, afirmou o gestor.
Parceria e desenvolvimento O gestor agradeceu ao parlamentar pela parceria e por seguir contribuindo com o desenvolvimento da nossa cidade. “Com certeza, estas obras beneficiarão diretamente nossas crianças e adolescentes, proporcionando um ambiente de ensino mais adequado e de maior qualidade. Nosso sincero agradecimento ao Deputado Fábio Reis por todo o apoio e o compromisso contínuo com Carira e com a nossa educação”, salientou. O prefeito também esteve nos gabinetes dos senadores Laércio Oliveira e Rogério Carvalho e no da deputada Katarina Feitosa. “Sempre em busca de mais recursos para que Carira continue avançando, com projetos e ações que garantam a melhoria da qualidade de vida do povo carirense”, destacou. Diogo Machado aproveitou ainda para visitar o Fundo Nacional da Educação Básica-FNDE. “Buscando projetos que possam nos ajudar a melhorar cada vez mais a educação na rede municipal e proporcionar um futuro melhor para as crianças e adolescentes”, concluiu o prefeito, que também esteve na Confederação Nacional dos Municípios-CNM.
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Ricardo Souza, executivo que impulsionou iFood e Sympla chega a Aracaju para evento sobre crescimento empresarial; saiba como participar
Nos dias 6 e 7 de novembro, Aracaju será palco de um dos encontros mais aguardados do calendário empresarial sergipano. O executivo Ricardo Souza, nome de destaque no ecossistema de inovação do país e ex-chefe executivo do Grupo Movile, desembarca na capital sergipana para compartilhar experiências e estratégias que impulsionaram startups como iFood, Sympla, PlayKids, Wavy, Leiturinha, Maplink e Ingresso Rápido. As inscrições podem ser feitas através do site: https://lp.usebu.ai/imersaoiaaracaju
O Encontro de Crescimento Empresarial com Ricardo Souza é promovido pelo grupo MOBILi, por meio da empresa BÜ Smart, e conta com o apoio do BNI Sergipe. O evento é voltado a empresários, líderes e gestores interessados em acelerar resultados e transformar negócios locais em referências nacionais.
Com uma abordagem prática, Ricardo Souza apresentará cases reais de escala e inovação, relatando bastidores de sua trajetória como peça-chave no crescimento das maiores startups do Brasil.
“É um privilégio poder contribuir com o ecossistema empresarial de Sergipe. O Brasil tem um potencial gigantesco e vejo em Aracaju um polo de inovação em ascensão. Minha missão é mostrar, na prática, como modelos vencedores podem ser adaptados para a realidade das empresas daqui, gerando crescimento e relevância”, afirma Ricardo Souza.
O que o público pode esperar
Durante os dois dias de imersão, os participantes terão acesso a:
· Estratégias e bastidores do crescimento exponencial de grandes startups;
· Ferramentas de gestão, inovação e aceleração empresarial;
· Networking qualificado com empresários e formadores de opinião;
· Insights práticos para superar desafios e aproveitar oportunidades de mercado.
O encontro é recomendado para CEOs, diretores, gestores e empreendedores que buscam diferenciais competitivos e inovação aplicada ao dia a dia de suas empresas.
PELO E-MAIL claudionunes@infonet.com.br
OPINIÃO
A Rua Domingos Gordo (II)
Por Acrísio Gonçalves de Oliveira*
...Não temos conhecimento do ano da morte de Domingos Gordo, soldado da Guerra do Paraguai, se ocorreu em fins de 1860 ou nos inícios de 1870. Também não sabemos se foi seu ferimento no conflito que o levou à morte. Certamente, por conta de ter sido um Voluntário da Pátria é que Estância o homenageou (o que era praxe), dando seu nome à rua. Há indícios de que já tivesse morrido em 1872, pois o jornal local “O Mosaico”, surgido nos últimos meses do referido ano, estava instalado na “Rua Domingos Gordo”.
O segundo Domingos Gordo a que nos referimos anteriormente era jornalista, poeta, filólogo e dramaturgo. Acreditamos que tivesse algum grau de parentesco com o primeiro, podendo até mesmo ser sobrinho. É de admirar não ser ele um dos patronos da Academia Sergipana de Letras. O historiador Armindo Guaraná (1848-1924) diz que Domingos Gordo nasceu no ano 1882, mas é um equívoco. No inventário da morte de seu pai, Pedro Gordo da Cruz, disse sua mãe, Inez Cardoso da Cruz, em 1899, que ele tinha doze anos, o que nos faz concluir que tenha nascido em 1887, e não em 1882. Era sobrinho do também estanciano o renomado escritor, jornalista e professor Brício Cardoso (1844-1924).
Não se sabe muito de sua vida acadêmica. Segundo Armindo Guaraná, em Aracaju ele estudou humanidades e depois “foi sócio fundador do Clube Literário ‘Tobias Barreto’” e do ‘Clube Literário e Recreativo Comercial”, de Estância.
Em 1904, publicou, conjuntamente com seu irmão, Joaquim Maurício Cardoso, o livro “Alvoradas”, versando sobre contos e poemas. Sempre atuando incessantemente na imprensa, escreveu no jornal “Descanso” e depois no jornal “A Razão”, ambos da sua terra natal. No ano 1905, fundou em Aracaju o jornal “O Crisântemo”. Também escreveu nos diversos jornais dali, a exemplo do “Estado de Sergipe”, do “Correio de Aracaju” e do “A Primavera”. Admirador do poeta português Guerra Junqueiro (1850-1923), escreveu na A Razão o artigo “Em prol do Junqueiro”, se contrapondo ao que disse o também poeta e jornalista carioca Carlos de Laet, num escrito intitulado “Guerra ao Junqueiro”, quando censurou a possível vinda daquele poeta libertário ao Brasil.
Escreveu ainda monólogo, crônica, comédia e novela.
Tinha uma vida social ativa e foi adjunto de orador da Loja Cotinguiba, da capital, hoje ainda em atividade. Ajudou financeiramente e fez campanha em defesa do Asilo Santo Antônio, da sua cidade. Demonstrava interesse em práticas esportivas, pois em 1910, foi reeleito presidente do Clube Futebol Sergipano, também na capital. No ano seguinte, 1911, já era um empregado dos Correios, quando nesse período foi nomeado telegrafista de quarta classe.
O nosso poeta passou a viver fora do estado, indo residir no Espírito Santo, onde atuava como telegrafista, mas sem nunca se afastar da imprensa. Em 1932, assume nesse estado a direção dos telégrafos. Quando morava em Niterói (RJ), no ano 1935 lançou junto de colegas jornalistas o “Brasil Telegráphico”, uma revista, tida como moderna, que era editada no Rio de Janeiro, capital do país. Para o biênio 1936-1937, foi eleito secretário do Clube dos Telegrafistas do Brasil. Tudo leva a crer que se aposentou dos telégrafos nos anos 1940.
Quando faleceu, a imprensa carioca lamentou, dizendo, dentre outras coisas, que ele era “dotado de qualidades de inteligência e coração”. O jornalista sergipano Zózimo Lima (1889-1974), na mesma época se referiu à morte dele, chegando a dizer que “Domingos amava Sergipe do passado”. Que chegou a ter dias áureos em seu Estado e ali foi admirado.
O dramaturgo estanciano morreu na cidade de Niterói em 1951 e “com grande acompanhamento”, foi sepultado no Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro.
Quanto à rua, a estreita artéria, ainda nos anos 1970 se instalaria o histórico jornal “A Estância”, para ali, infelizmente, finalizar suas atividades.
Domingos Gordo foi mais uma das importantes mentes que a Cidade Jardim brotou. Todavia, como tantos outros renomados da sua literatura, ele é mais um que em sua terra natal é ignorado. A Rua Domingos Gordo em questão, abrigo de tendas jornalísticas estancianas, é uma homenagem a um homem da guerra. Em que pese as circunstâncias em que nela entrou. Em que pese a forma como dela saiu. Não é uma homenagem a um jornalista. Nem muito menos a um poeta!
(*) Escritor e pesquisador, professor do Estado e da Rede Pública de Estância
OPINIÃO

DIA NACIONAL DA DEMOCRACIA Por Clarkson Ramos Moura
25 de Outubro
“A democracia é a pior forma de governo, à exceção das demais.”
Winston Churchill
“Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra os outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados.”
Vladimir Herzog
Jornalista VLADIMIR HERZOG, “Vlado”, vítima da tirania militar brasileira, com apenas 38 anos de vida:
— 50 ANOS DE SAUDADE —
Um caso concreto para reflexão
Esse, sim, é “Herói da Pátria”!
Presa indefesa, truculentamente executada pela carniceira ditadura militar de 1964-1985.
Profissional de comunicação vocacionado, destemido, ético, erudito, autêntico, probo, eloquente e fervoroso ouvidor e defensor do Povo brasileiro.
Democrata nato, convicto, corajoso, incansável e combativo.
Amanhã (25), o Brasil celebra o “Dia Nacional da Democracia”. Essa data foi escolhida e instituída no calendário cívico-histórico, justamente, para que rememoremos a relevante, lamentável e emblemática efeméride consistente na deliberada, abjeta, perversa, perpetrada e precoce morte do jornalista, professor, dramaturgo e ativista Vladimir Herzog, ocorrida em 25 de outubro de 1975, nas dependências do carniceiro e inexorável DOI-Codi (órgão de repressão da, à época, vigente ditadura), na cidade de São Paulo. Militante da luta inerme pela Democracia e pelo fim da censura praticada pela ditadura militar, “Vlado” foi torturado e morto. Sua morte causou indignação popular e tornou-se um marco na cruzada cívico-cidadã pela redemocratização do Brasil, consolidada com a Constituição Federal de 1988.
Dessarte, esse compatrício de coração e naturalizado, nascido na cidade de Osijek, na então Iugoslávia, de onde emigrara, com a família, para o Brasil, fugindo da perseguição nazista, viria a se casar com a pesquisadora nativa Clarice Herzog, com quem gerou dois filhos, Ivo Herzog e André Herzog, bem como construiu exitosa carreira jornalística, tendo passado por renomados veículos de comunicação de messa, televisivos e escritos, brasileiros.
Exatamente, em 25/10/1975, Wladimir Herzog foi COVARDE, IMPIEDOSA E SUMARIAMENTE EXECUTADO, tornando-se, desse abominável modo, herói e mártir da desproporcional e sanguinária guerra pela retomada da democratização deste País, que havia sido brutalmente despojado do regime político cujos valores, princípios e fundamentos cardeais são sintetizados na definição-conceito gestada pelo singular filósofo grego, Aristóteles, bem como rematada e imortalizada pelo estadista estadunidense, Abraão (Abraham) Lincoln, dois gênios eternos e universais da Humanidade.
Ei-la:
“A Democracia é o governo do Povo, pelo Povo e para o Povo.”
A propósito, como é consabido, a palavra democracia tem origem grega e significa “poder do povo”. Cunhada na Grécia Antiga, ela, então, denotava o regime de governo que caracterizava a administração política dos interesses coletivos das primitivas cidades-estados, em que os cidadãos se reuniam em assembleias populares no renomado espaço público, vernacularmente equivalente à principal praça do aglomerado urbano-estatal respectivo — ágora — para a tomada de decisões relativas à comunidade local. Com o passar dos séculos, novas formas de democracia se desenvolveram, entre elas, a exercida pelo voto direto dos cidadãos em seus representantes políticos, a qual chegou, até agora, a muitos estados soberanos contemporâneos, a exemplo de nosso País.
Ora, enquanto um dos pilares cardeais do dominante e contemporâneo regime democrático, o direito ao voto direto, secreto, universal e periódico — “jus suffragii” é, também, em âmbito nacional, uma significativa conquista do bravo Povo brasileiro, resultante de muitos anos de batalha. Portanto, na data hodierna, podemos e devemos festejar a resiliente Democracia brasileira — a despeito de seus peculiares senões — refletindo sobre seu aperfeiçoamento, com o fortalecimento das instituições, aumento da representatividade dos diversos segmentos da Sociedade e valorização do Estado Democrático de Direito, para que a Soberania Popular — “Summa potestas populi” continue a ser cada vez mais respeitada, robustecida, longeva e exercitada em sua plenitude e higidez constitucionais.
De oportuno, em louvor à nossa valiosa e custosa Democracia e em desapreço ao seu nefasto regime diametralmente oposto, a impiedosa, abominável e não muito remota ditadura militar (1964-1985), transcrevo, máxima de minha modesta autoria:
“Anos de Chumbo.
Se os alienados pela mídia passional soubessem o que é uma ditadura sanguinária, não a defenderiam!”
Nessa mesma linha de raciocínio, faz-se oportuno e didático transcrever o suasório e pertinente adágio do festejado historiador, escritor e educador mexicano, José Manuel Lozano Fuentes, “in verbis”:
“Todo país tem duas histórias: a real e a oficial.”
De pedagógico lembrete, recordemo-nos, reflexiva e reciprocamente, dos reiterados, aberrantes e atrevidos “zurros” da “Besta-Fera”, ex-inquilino do Palácio do Planalto, diuturnamente desferidos contra a imparcial “Imprensa” deste País, o invejável, ultramoderno, seguro, célere e atestado “Sistema Eleitoral Eletrônico”, as confiáveis e invioláveis urnas respectivas, bem como contra a Constituição, a Ordem Político-Jurídica e o Estado Democrático de Direito, a Suprema Corte de Justiça, o Tribunal Superior Eleitoral e alguns de seus membros, desta — ouso continuar a crê-lo — “República Federativa do Brasil”, em explícita e inescusável afronta à nossa “Carta Magna”, ultimamente tão desnaturada, com vistas a atender a interesses escusos e eleitoreiros de politiqueiros e dilapidadores do Erário federal.
Deveras, desde então em diante, mais do que nunca, passou a nos assistir — a nós, brasileiros, concidadãos conscientes, bem-informados e bem-intencionados — mantermo-nos em estado de permanente vigilância, de sorte que possamos sair, de imediato, de uma tradicional zona de acomodação ou indiferença: indignando-nos, reunindo-nos publicamente, organizando-nos reagindo, indo às ruas em chusma, protestando, debatendo, reivindicando, etc.; enfim, contribuindo de modo civilizado, lícito e urbano — sempre que isso se fizer imprescindível — para que não se repitam os reprováveis, truculentos, asquerosos, nocivos, vergonhosos, vandálicos e/ou barbarescos cenários das abjetas datas históricas de 12 de Dezembro de 2022, 24 de Dezembro de 2022 e 8 de Janeiro de 2023″, na Capital Federal, tal qual o anunciado, sugerido, previsível, vexatório e desastroso “replay” ou “repeteco” capitolino no nosso País.
Nessa mesma toada — ressalte-se — depois de registrados os asquerosos, truculentos, abjetos e estarrecedores fatos retromencionados, que, além de enxovalharem a preciosa História do País, chocaram o “Mundo Civilizado”, atinentes e consagradas máximas populares, a exemplo das citadas adiante, devem ser trombeteadas diuturnamente, Brasil afora, alertando-nos, a todos nós, autênticos democratas, cônscios e assumidos cidadãos, dos recorrentes, persistentes, latentes, ressurgentes, insinuados e atrevidos acenos, ensaios e condutas de levante popular, dissimulados, maquinados, patrocinados e disseminados por grupos ilicitamente organizados que não desistiram nem ousam prescindir de nutrir, fomentar, difundir e pôr em prática, a qualquer custo e por qualquer meio, o escuso, sorrateiro e temível propósito de subverter as atuais ordens social e política do País e, por consequência, implementar a factível ruptura institucional, caso suas gananciosas, insaciáveis e futuras expectativas hegemônicas venham a ser frustradas no “fair play” democrático — eleições gerais ou locais — vindouro, com possível proclamação de resultados que não lhes aprouverem, à símile dos pleitos gerais do próximo ano (2026).
“Acordem, Irmãos, enquanto há tempo!”
“Depois, não me venham com chorumelas!”
“Soberania Popular, antes que seja tarde!”
“Summa Potestas Populi, ante quam sera!”
De mais a mais, peço-lhes licença para clangorar, de bom alvitre, a enfática e proveitosa advertência: a verdadeira mudança do modo de governar, administrar, fazer política, promover o bem-estar geral, enfim, de efetiva, justa e eficiente condução política dos negócios públicos — da “res publica” — caros “Concidadãos”, só e somente só, depende de nós, isto é, do exercício consciente, imparcial, gratuito do nosso sagrado direito de votar: “jus suffragii”.
Por síntese conclusiva, acorre-me à mente conclamá-los a refletir, comigo, sobre o recorrente extrato magistral do inesquecível Geraldo Vandré: “…vem, vamos embora, que esperar não é saber: quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”
Deveras, cá entre nós, não dá mais para esperar. Não há mais tempo a perder!
Em remate, achei por bem recomendar aos amigos virtuais e a tantos quantos, circunstancialmente, vierem a visualizar e ler este frugal texto, assistir ao relevante, interessante e pedagógico documentário, sobre 50 anos da morte de Vladimir Herzog, intitulado “A VIDA DE VLADO – 50 Anos do Caso Herzog, lançado pela “TV Cultura” de São Paulo, dirigido por Simão Schols e narrado por Chico Pinheiro, reconstituindo a trajetória pessoal e profissional de “Vlado”, assim como o impacto e a repercussão de sua encomendada e violenta morte, como decorrência da diuturna e veemente luta desse Herói da Pátria e Mártir da Democracia, em favor da redemocratização deste País. Tal produção audiovisual, também, contemplando o precioso legado preservado pelo Instituto Vladimir Herzog, em São Paulo, SP, será exibido na TV Cultura, a partir das 23 horas deste sábado (25).
Fora! arautos da pseudo-história deste País, estruturalmente escravocrata, racista, aristocrata, exclusivista e oligocrata.
Abaixo! potenciais e confessos neonazistas, fascistas, ditadores, democidas, golpistas, genocidas, republicidas, historicidas, ecocidas, tiranos, negacionistas, exploradores, imperialistas, beligerantes, sanguinários, sadistas e geopolíticos etc.
Viva! Vladimir Herzog, “Herói da Pátria” e “Mártir da Democracia Brasileira”.
Salve! as institiições estatais republicanas e as entidades democráticas da Sociedade Civil organizada deste País-Continente.
Parabéns! democratas, social-democratas, cidadãos legítimos, republicanos, autênticos compatriotas, natos e naturalizados!
Despertemos, ó Povo brasileiro!
A sobrevivência da nossa renitente, ameaçada, valiosa e afrontada “Democracia” está em nossas mãos!
Mãos à obra!
(Por Clarkson Ramos Moura)
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Frase do Dia
“Não há caminho para a Paz. A Paz é o caminho.” Mahatma Gandhi.