Riqueza cultural de Itabaiana: nas pegadas de Santo Antônio Fujão

                           Blog Cláudio Nunes: a serviço da verdade e da justiça
                 “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.

Desde que o titular deste espaço, ao lado da esposa, se preparou e resolveu percorrer o Caminho de Santiago Compostela (Espanha), de lá para cá, após a experiência única, procurou (e procura) conhecer outros caminhos, principalmente no Brasil.

Neste período, teve a grata surpresa de conhecer Ancelmo Rocha, um engenheiro e empresário sergipano radicado em Salvador. Um peregrino que conhece muitos caminhos pelo mundo, inclusive o de Santiago de Compostela, e também no Brasil. Ancelmo, ao lado de outros peregrinos, deixaram suas lembranças no belo Livro “Uma década no Caminho de Santiago de Compostela.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caminho de Santo Antônio Fujão

Ancelmo Rocha é o responsável, pela recuperação da lenda do Santo Antônio Fujão em Itabaiana, que teve os primeiros passos na gestão de Valmir de Francisquinho (com o plantio da 1ª quixabeira) e hoje, na gestão de Adailton Sousa, é uma realidade consolidada atraindo peregrinos de várias partes, não só de Sergipe. Ancelmo Rocha e Massilon Silva eternizaram a lenda na literatura de cordel “A Saga de Santo Antônio Fujão”.

Ontem, 11, foi realizada mais uma Caminhada saindo da Capela no Vale do Jacarecica em Itabaiana, passando pelo povoado Agrovila (uma área linda onde os itabaianenses produzem hortaliças) e, depois de percorrer pouco mais de 10 km, chega a Igreja Matriz de Santo Antônio, na sede do município. Ontem também foi replantada (em frente a Igreja Matriz onde tem um monumento de Santo Antônio Fujão) uma Quixabeira, mais uma das lendas da fundação de Itabaiana. Ao lado da esposa, o titular deste espaço fez toda caminhada e comprovou, não só a grande participação dos fiéis, mas também a beleza do caminho.

Um resumo da lenda do Santo Antônio Fujão:

“Com a ascensão de duas povoações – o arraial de Santo Antônio e a Caatinga de Aires da Rocha, em 1665 surge a Irmandade das Santas Almas do Fogo do Purgatório da Capela de Itabaiana, adquirindo a posse do terreno conhecido como Caatinga de Aires da Rocha que antes pertencia ao vigário Sebastião Pedroso de Góis, vigário geral de Sergipe e da Matriz de São Cristóvão à época.  Em 09 de Julho de 1675, compra-se o terreno na Caatinga de Aires da Rocha por 60$000 (sessenta contos de réis) e a igreja passa ao status de Matriz da Freguesia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana com fundação no dia 30 de Outubro de 1675. Por conta disso, a imagem de Santo Antônio é transferida da Capela (atual Igreja Velha) a nova Igreja.

A lenda do Santo Antônio fujão explica-se no fato de que todas as noites a imagem do santo saia da Capela e vinha em direção a Caatinga de Aires da Rocha, se mantendo no tronco de uma quixabeira situada ao lado direito do local onde existe a Matriz. Os fiéis encontravam a imagem pois, segundo contam, os rastros dos passos de Santo Antônio eram vistos em todo o caminho até o pé da quixabeira. Todos os dias o levavam de volta em procissão a capela, mas no dia seguinte, o santo estava novamente embaixo da quixabeira. Com a construção do novo templo, o santo nunca mais fugiu.”  Fonte: Wanderlei de Oliveira Menezes.

 Caminho da Irmã Dulce dos Pobres: De Itabaiana a Salvador

O andarilho Ancelmo Rocha é um baluarte da cultura através do turismo religioso. Sabendo da ligação da Santa Irmã Dulce, com Itabaiana e o trabalho social realizado em Salvador, ele criou um caminho para homenagear Santa Irmã Dulce dos Pobres, que percorre pouco mais de 400 km de Itabaiana a Salvador.

As trilhas ligam os estados da Bahia e Sergipe e têm início na Maternidade São José, na cidade de Itabaiana, local onde aconteceu o primeiro milagre da Santa brasileira, inclusive onde foi erguida uma enorme estátua da Santa. Inspirado no Caminho de Santiago, o Caminho da Irmã Dulce também tem totens e setas indicando as trilhas para os peregrinos. Sobre este caminho o blog vai discorrer em outro artigo.

O ponto de chegada, em Salvador, é o Santuário de Santa Dulce dos Pobres, situado no Largo de Roma. Um grupo de peregrinos de vários Estados brasileiros já percorreram, no ano passado, todo o roteiro nas trilhas baianas e agora, no final deste mês, mais um grupo vai fazer o Caminho pelas trilhas sergipanas.

Segundo Ancelmo da Rocha, criador do Caminho Santa Dulce dos Pobres, ele está totalmente baseado nos quatro pilares que nortearam a vida e as obras da Santa. Ancelmo destaca o Poder da Fé; a força transformadora do Amor; o servir aos marginalizados da sociedade, com a sua Caridade e a porta sempre aberta da Hospitalidade, como esses pilares. (Fonte jornal A Tarde).

Itabaiana e o turismo religioso

Parabéns a Prefeitura de Itabaiana e a Igreja Católica do município por abraçarem o turismo religioso algo que cresce em todo o mundo. E um aplauso especial do blog para ao destemido andarilho Ancelmo Rocha que não mede esforços para colocar na prática as palavras de Cervantes que ele sempre destaca:

“Quando se sonha sozinho

é apenas um sonho.

Quando se sonha juntos

É o começo da realidade”.

 

Saúde, vida longa e recuperação Uma conhecida sergipana da coluna entrou em colapso psíquico na última sexta feira em Brasília, devido ao desgaste matrimonial. O marido, médico, que anda cheio de demandas na capital federal, confessou que está exaurido da situação, mas vai ser solidário ao momento da moça. Por respeito à saúde mental das pessoas o nome do casal será preservado. O blog deseja saúde, vida longa e pronta recuperação, pois quando se trata de saúde as diversidades ideológicas passam longe. O nome disso? Empatia.

 

 

Um exemplo de relação institucional Pela segunda vez este ano o prefeito Adailton Sousa esteve com o governador Fábio Mitidieri. No encontro do registro acima, fez questão de ir pessoalmente convidar Mitidieri para a Festa dos Caminhoneiros. Dois jovens que  estão fazendo a boa política. Adailton tem se destacado a cada dia que se passa pela boa política que tem feito, tanto com aliados quanto com adversários.

 

 

 

Lagarto: MP investiga Rafaela Ribeiro por suposta prática de uso indevido da máquina pública Deu no RegionalSE: O MP Eleitoral investiga uma denúncia de utilização da máquina pública para fins eleitorais em Lagarto. A investigação está ligada ao agrupamento da prefeita de Lagarto, Hilda Ribeiro. O promotor eleitoral Maurício Gusmão iniciou a investigação após receber uma denúncia encaminhada pelo Ministério Público Estadual. De acordo com a denúncia, a sobrinha do Deputado Federal Gustinho Ribeiro, Rafaela Ribeiro, atual secretária chefe de gabinete da prefeitura de Lagarto “está usando da máquina pública para fazer campanha antecipada para prefeita”, conforme diz o trecho da denúncia.

Campanha antecipada E continua a matéria: “A denúncia ainda relata que “Rafaela estaria participando de ações que não condizem com a função e que funcionários fantasmas da prefeitura estariam sendo pagos para fazer campanha antecipada, divulgar e debater a imagem da secretaria em redes sociais (WhatsApp e Instagram), o que pode ser considerado uso indevido da máquina pública. Se as condutas praticadas forem comprovadas e suficientemente graves pode ensejar a inelegibilidade da pré-candidata do agrupamento. Uma fonte ligada a gestão confirmou que a Prefeita Hilda Ribeiro, já foi notificada oficialmente.”

Japaratuba 164 anos: inauguração da sede da Prefeitura com uma justíssima homenagem E ontem, 11, no fim da tarde, foi inaugurada a sede da Prefeitura Municipal de Japaratuba, com uma justa homenagem ao político e conselheiro do TCE/SE, já falecido, Reinaldo Moura, que foi um dos que mais fizeram não só pelo município, mas por toda a região. A inauguração fez parte de uma programação repleta de eventos em comemoração aos 164 anos de emancipação política de Japaratuba. Parabéns a prefeita Lara Moura, ao esposo dela André Moura e a deputada federal Yandra Moura. Toda homenagem ao “Rei” é justa e benvinda. Ele fez muito por Sergipe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O magistrado, escritor e poeta Anselmo Oliveira prepara mais um lançamento de mais um livro para a próxima quinta-feira, dia 15. O Poemário Boêmio, é uma homenagem a primeira obra do imortal da Academia Sergipana de Letras, lançado há 42 anos. A Editora Colosso é responsável pela coletânea. O lançamento acontece no Restaurante do Quality Hotel Aracaju, a partir das 19h.

PELO ZAP DO BLOG CLÁUDIO NUNES – (79) 99890 2018

 Sustentabilidade e Responsabilidade Social! Estácio Sergipe realiza I Semana do ESG de hoje, 12, até o dia 15  De hoje, 12, até a quinta-feira, 15, o Centro Universitário Estácio em Sergipe promove a I Semana do ESG, evento que englobará o tema do ESG sob as diversas áreas do conhecimento. A sigla ESG é um acrônimo dos termos em inglês Environmental (E), Social (S) e Governance (G). De forma geral, é um conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada. A semana será composta por uma série de palestras e workshops ministrados por especialistas no tema.

O principal objetivo da atividade é refletir sobre padrões e boas práticas para promover um ambiente mais socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciável. Além disso, segundo Paulo Sérgio Melo, coordenador do curso de Administração da Estácio Sergipe, “o evento proporcionará uma oportunidade de disseminação do conhecimento, partilha de experiências extensionistas e divulgação das atividades científicas, que promovem melhoria às organizações, colaboradores, meio ambiente e sociedade em geral”. A atividade está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da Agenda 2030 da ONU (ODS) e acontece gratuitamente no campus da Estácio Sergipe, em Aracaju.

 

PELO E-MAIL nunesclaudio@infonet.com.br  E FACEBOOK

OPINIÃO

EM CURSO, O CICLO FESTIVO-JUNINO!

— 1° A 30 DE JUNHO —

12/13 – SANTO ANTÔNIO

24/25 – SÃO JOÃO

28/29 – SÃO PEDRO/SÃO PAULO

FOLIA, FORRÓ E IGUARIA:

UMA “CATARSE POPULAR”  Por Clarkson Moura 

TRADIÇÕES SECULARES QUE — APÓS SE MANTEREM VIVAS DE FORMA REMOTA E RESPEITOSA, NOS ANOS MAIS CRUCIAIS DA PANDEMIA DA COVID-19 (2020/2021), EM TODO O NORDESTE — VOLTARAM, DESDE 2022, A TODO O VAPOR.

As encantadoras e prazerosas Festas Juninas — “rectius”: Antonianas, Joaninas e Petrinas — remontam aos povos antigos, que, à época, costumavam se reunir em volta do fogo, para agradecer aos deuses a farta colheita.

Os brasileiros, seguindo servilmente os colonizadores europeus, mantemos viva, pelos séculos afora, essa tradição, mas lhe demos um aspecto predominantemente bucólico ou campesino.

Em junho, mês consagrado aos anuais foguedos retroaludidos, nós, brasileiros, principalmente nordestinos — ou “paraíbas” — reverenciamos, além de São João, Santo Antônio e São Pedro, santos epônimos do período festivo, que, anualmente, começa com a “Festa de Santo Antônio”, o santo casamenteiro, na véspera — Dia dos Namorados — e no dia 13; passando pela culminante “Festa de São João Batista”, o precursor de Jesus Cristo, na véspera e no dia 24; e encerra-se com a Festa de São Pedro e São Paulo, respectivamente, pedra angular viva do edifício espiritual da Igreja Católica, e ilustre convertido e incansável pregador do Evangelho, na véspera e no dia 29.

O Nordeste é a macrorregião fisiográfica e — por que não dizer? — sociocultural do Brasil, onde ocorre a maior concentração de aglomerados urbanos e urbano-rurais — cidades, vilas e povoados — que se dedicam mais aos deleitantes e seculares festejos juninos, como Caruaru e Petrolina em Pernambuco; João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba; Piritiba e Juazeiro, na Bahia; Fortaleza, no Ceará; Natal, no Rio Grande do Norte; Maceió, em Alagoas; Aracaju, Areia Branca, Capela, Estância Itaporanga d’Ajuda e Muribeca, em Sergipe etc. A cada ano, o público que gosta dessas festas cresce vertiginosa e assustadoramente. Milhões de festeiros e turistas, locais, regionais, nacionais e estrangeiros, convergem para essas cidades mais badaladas e as superlotam, seja para dançar, ensaiar, seja para apreciar uma aprazível e contagiante mistura de ritmos e coreografias típicos do Nordeste e exóticos de outras regiões do País, a qual embala tais megaeventos, não mais exclusivamente, senão predominantemente tradicionais. Os preparativos dessas festanças, se iniciam em meados de abril e se estendem por todo o mês de junho, que os acolhe efetivamente.

Conforme é de domínio público, Campina Grande, a 126 km de João Pessoa, Capital da Paraíba, e Caruaru, a 130 km de Recife, Capital de Pernambuco, disputam, ano a ano, o título de “O Maior São João do Mundo”.

A despeito das periódicas adversidades climáticas que se abatem sobre o famigerado Polígono das Secas, as estiagens impiedosas e cíclicas, os nordestinos do Semiárido, bravos aborígines, temos convivido, de forma harmoniosa e sustentável, com a Natureza, fazendo, pois, por merecer, ao longo dos anos, a notória assertiva de Euclides da Cunha, em sua célebre obra-prima “Os Sertões”: “O Sertanejo é, antes de tudo, um forte.”

Tanto é assim, que, mesmo diante da vergonhosa e estrutural desigualdade social, da fome, do subemprego, da ausência ou insuficiência de políticas e serviços públicos básicos, resultantes do secular descaso do Poder Publico, em seus três níveis de governo — a exemplo do acontecera deliberadamente no quadriênio de 2019-2022, do recém-findo desgoverno federal — o coirmão sertanejo e nordestino, após se superar no exaustivo e infindo trabalho cotidiano, consegue, nesta quadra do ano, trocar, graças ao nosso peculiar espírito lúdico, a tristeza pela alegria, renovar, com inato otimismo, a virtuosa esperança de prosperidade futura e, por isso, chega a celebrar, em família ou em sociedade, a conjuntural colheita da abundante produção agrícola, rindo, cantando e dançando ao redor de uma fogueira, em âmbito doméstico ou em espaço de uso comum. O que não ocorreu nesse espaço, por razões óbvias, no biênio 2020-2021, período mais crítico da pandemia da Covid-19 no Brasil.

Nesses atípicos anos de 2020 e 2021, por motivos plausíveis e inescusáveis, seja pela rigorosa observância às salutares, imprescindíveis e eficazes medidas sanitárias, não farmacológicas, de delimitado distanciamento interpessoal e intergrupal, de definido isolamento e demarcada aglomeração sociais, seja pelo respeito humano-civilizatório à memória de um crescente, doloroso e horrendo quantitativo que, em junho de 2021, se aproximava da elevada marca de 500 mil mortes neste País, causadas pela aterrorizante pandemia da Covid-19, desdenhada e subdimensionada pelo então desgoverno brasileiro — e que, em 13 de junho de 2022, já superava a nefasta estatística de 668 mil vítimas letais — os corriqueiros e sazonais megaeventos foram substituídos por milhões de festas de participação limitada aos âmbitos intrafamiliar, parental ou afim, com a eletrizante e improvisada animação remota, veiculada pelos diversos meios de comunicação de massa, inclusive, pelas onipresentes redes sociais, esparramando os contagiantes ritmos nordestinos por todos os cantos, através das sempre bem-aguardadas e bem-concorridas “lives” dos renomados artistas que as fizeram graciosa ou remuneradamente.

Assim, passado esse tormentoso biênio de providencial suspensão, ou de imperativo recesso, das periódicas, atrativas, recreativas e irresistíveis temporadas de entretenimento lúdico-junino, isto é, mais precisamente, a partir de 30 de maio de 2022, o represado, cumulativo, recarregado e colossal arsenal de megatônica energia psicofísico-emocional dos inveterados, juramentados, compulsivos e insaciáveis festeiros acabaria de explodir, feito um bem-comparado “bing bang”, irradiando, onidirecional e continuamente, ondas de alegria, emoção e calor humano, que transpassam, envolvem, permeiam e extrapolam, em cadeia, todos os seguimentos do complexo e extenso tecido humano brasileiro, assumindo plena, total e irrestrita dimensão nacional. É, pois, o que se poderia chamar, sem exagero de linguagem figurada, de uma espécie de inevitável e incontrolável “CATARSE POPULAR” de euforia, amor, paz, vibração, deleite, afetividade, fraternidade, felicidade e de outros sentimentos reprimidos pela imperiosa, temerosa, inexorável e inusitada tragédia pandêmica da Covid-19, prestes a acontecer. Ainda, em linguajar metafórico, pode se dizer: depois da tempestade, eis que surge sempre a bonança. Ademais, “nenhum ser humano é de ferro”, como afirma o surrado dito popular. Ou mesmo, em fraseado adloquial, “o humano — para viver, sobreviver e viver bem — não só precisa da energia construtiva do trabalho, mas também imprescinde do elemento balsâmico da diversão”.

Em tempos normais, tal qual o corrente ano (2023), esses folguedos juninos são o que se deve denomonar festa democrática propriamente dita. Dela, pois, participam crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos de qualquer crença, classe, cor, sexo, orientação sexual e identidade de gênero, desde que sejam festeiros, sociáveis, respeitosos, ordeiros, cordiais, gostem dos ritmos, das canções, das danças, tenham condições psicofísicas, bem como se predisponham a brincar, a bailar, a arrastar o pé, forrozear, forropiar, rodopiar, xaxar, “pisadinhar” e “piseirar”, a sós ou ao pares, respeitando-se, em todo caso, as boas e salutares regras de trato social e de provisória convivência civilizada. O importante é entrar no clima quente do forrobodó, forró, xaxado, arrasta-pé, da quadrilha improvisada, da ciranda, do rala-bucho etc.

Durante toda a série de festas juninas, as guloseimas típicas: cuzcuz, pipoca, amendoim, pé de moleque, tapioca, canjica, pamonha, milho assado ou cozido etc., juntamente com quentões, vinhos, licores e outras bebidas alcoólicas abundam nas padarias, docerias, mercearias, quitandas, bodegas, barracas e, sobetudo, nas mesas de quase todos os lares do Nordeste, dos mais modestos aos mais abastados.

E mais, recitação de preces, entoação de louvores, realização de simpatias, soltura de balões coloridos, queima de fogos de artifícios permitidos, adereço de bandeirolas, uso de trajes caipiras e dança de quadrilhas mantêm ativas as tradições folclóricas das folganças juninas mais remotas, cujo ponto culminante é e sempre será a Festa de São João Batista, a quem, segundo assentos bíblicos, Jesus assim se dirigiu: “Entre os nascidos de mulher, não existe profeta maior do que João Batista”.

Consoante não poderia ser diferente, antes de emigrar do seu lócus genuíno, o Sertão Nordestino, para os diversos e populosos centros urbanos, quer do Nordeste, quer de além-lindes regionais, o “Forró” foi preconceituosamente considerado “ritmo e dança de gentalha, de ralé. Do limiar da década das simultâneas revoluções sociocultural, poético-musical e científico-tecnológica, os frutuosos e fervecentes anos 60 do século XX, marco divisor da fértil Idade Contemporânea, “Sua Majestade”, o “Forró”, quebrou tabus, rompeu preconceitos, ultrapassou limites, divisas e conquistou, para sempre, uma legião apaixonada — cada vez maior — de confessos e fiéis apreciadores, seguidores e artistas de todos os gostos, credos, estamentos sociais, intelectuais, políticos, artísticos, econômicos e culturais, bem como de todas as raças, “tribos” e idade, deste “Patropi” e de além-fronteiras, tornando-se um gênero musical de amplitude executiva e deleite espiritual e cultural, planetários.

Historiadores, musicistas, musicólogos discógrafos, outros estudiosos e curiosos têm sido divergentes entre si, sobre a origem etimológica da palavra “forró”. Enquanto alguns desses expertos na matéria entendem que, a princípio, o termo “forró” era usado para designar o local onde se realizavam as folias e, só depois, denotaria o popular e atemporal estilo musical, derivado do “baião”. Forró é, consoante muitos estudiosos, a redução da palavra “forrobodó. Em outro falar, este termo teria sido apocopado ou reduzido e, portanto, resultado no vocábulo “forró”. Seja dito de opotuno, essa é a tese sugerida por Luís da Câmara Cascudo, historiador, folclorista etc., De acordo com esse potiguar e nordestino polímata, o termo “forrobodó”, por sua vez, é uma variante galego-portuguesa do antigo vocábulo “forbodó”, advindo da palavra francesa “faux-bourdon”, que pode denotar “desentoação”. Outros asseveram que a palavra “forró” teria se originado da expressão inglesa “for all”, em português, “para todos”, utilizada como um convite para o baile feito pela Companhia britânica Great Western, destinado a todos os operários, para comemoração de um trecho da ferrovia que, então, essa empresa construía no interior nordestino.

Segundo assentos discográficos da correspondente e triunfal saga, só no final do anos 40 do século XX, ou seja, em 1949, Luiz Gonzaga, em parceria com Zé Dantas, viria a gravar o primeiro disco, intitulado “O Forró de Mané Vito”. O que se constituiu no estopim do nascituro e colossal “boom” da música que tinha surgido naturalmente, há muito tempo, no Sertão do Nordeste.

Daí em diante, a recém-reconhecida espécie musical foi sendo difundida pelas poderosas ondas hertzianas dos emissoras de rádio, de tal modo a invadir casas de diversão, salões de festas, programas de auditório e a conquistar corações de ouvintes e entusiastas dos mais variados gostos musicais, espalhados por todos os rincões deste País-continente, cobertos pelas potentes ondas eletromagnéticas das radioemissoras AM em operação no território nacional.

Nas décadas de 50 e 60, do século pretérito (XX), foram criados vários grupos musicais da já bem-sucedida música nordestina, o forró, a exemplo de Trio Nordestino, e talentosos artistas do gênero passaram a se destacar mercê do incentivo irrestrito e da solidariedade fraternal daquele que viria, mais adiante, a ser consagrado e coroado “O Rei do Baião”, Luiz “Lula” Gonzaga, como foi o caso dos compositires e parceiros Zé Dantas, Humberto Teixeira; dos compositores Dominguinhos, Gonzaguinha, Gordorinha, Marinês, Glória Gadelha; Patativa do Assaré, Ary Lobo, Rosil Cavalcanti, Edgar Ferreira, Luiz Vieira, Bráulio Tavares, Ivanildo Vila Nova, Ismar Barreto; dos sanfoneiros Pedro Sertanejo, Dominguinhos, Sivuca, Lindu, Oswaldinho, Targino Gondim, Amazan Silva, Luan Barbosa, Gerson Filho e Dudu Ribeiro; dos cantores Jackson do Pandeiro, Zinho, Clemilda, Marluce, Amorosa, Joésia, Zé Nilton, Alcymar Monteiro, Genival Lacerda, dentre tantos outros ícones do forró, à símile de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Flávio José, Adelmário Coelho, Josa — O Vaqueiro do Sertão, Erivaldo de Carira, Lourinho do Acordeon, Zé Américo, Jailton do Acordeon, Mestrinho, Agenor da Barra, Raimundo Fagner, Gilberto Gil, Raul Seixas, Elba Ramalho, Joelma, Solange Almeida, Lucy Alves, Rita de Cássia, Nando Cordel, Petrúcio Amorim, Jorge de Altinho, Zé Ramalho, Antônio Rogério, Chiko Queiroga, Sérgio Lucas, Antônio Carlos do Aracaju, Dedé Brasil, Rogério etc.

A começar dos anos 80, as chamadas bandas eletrônicas, como Mastruz com Leite, Magníficos, Forró Brasil, Cavalo de Pau, Falamansa, Cavaleiros do Forró, Baby Som, Catuaba com Amendoim, Calcinha Preta, Aviões do Forró etc. despontaram no cenário musical do Nordeste e, em seguida, proliferaram por todo o Brasil, disseminando, a um só tempo, uma nova e eletrizante expressão sonora e coreográfica ao originário forró, notoriamente tipificado e denominado “Forró Pé de Serra”.

Foi no início dessa década, a saber, no ano de 1980, que surgiu, em São Paulo, SP, e ainda perdura o anoso Trio Virgulino, banda paulistana de “Forró Pé de Serra”, a qual se tornaria uma das principais precursoras do denominado “Forró Universitário”. Com apenas dez anos de estrada, a fama do Trio Virgulino havia-se propagado tanto por toda a Grande São Paulo e por além-divisas que, logo, passou a recebeu convites para se apresentar em diversas universidades paulistas. O primeiro show foi realizado na Unicamp e o sucesso foi tão grande que receberam convites para se exibir, também, na Universidade de São Paulo (USP) e na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Em meados dos anos 90, o público universitário — principalmente, da USP — passlu a contratar, com muita frequência, para abrilhantar suas festas, bandas de forró original, ou seja, composta de sanfoneiro, triangueiro (ou triangulista) e zabumbeiro, ou seja, do tradicional “Forró Pé-de-Serra”. Foi assim que nasceu o “Forró Universitário”, tendo, como um dos primeiros protagonistas, a referida banda paulistana, que inspiraria grupos emergentes, como Falamansa, Bicho de Pé e Rastapé, que, por sua vez, se diziam fãs dela.

Mais recentemente, ou melhor, no limiar do século XXI do Terceiro Milênio, eclodiu, na cidade de Monte Santo, BA, o estilo musical batizado de “Piseiro”, oriundo da mistura de Xote, Lambada, “Tecnomelody” e “Forró Eletrônico”, mediante o uso multi-instrumental e simultâneo de bateria, sanfona, contrabaixo (de 4 ou 6 cordas), guitarra, teclado, percussão, sintetizador, caixa de ritmos e saxofone.

Com efeito, o Piseiro, que nada mais e nada menos é do que um subgênero da Pisadinha (vertente do Forró), e cuja origem consiste nesta, acrescida de influências do “Funk” e do “Brega Funk”, qual ingredientes marcantes. Eis aí, pois, o estilo musical Piseiro, que está a conquistar o Brasil ultimamente e que tem tudo para continuar a revelar artistas e novos sucessos por vindouros e imprevisíveis anos afora.

Por conclusão, resta-nos, a nós, nordestinos, inveterados apreciadores do primitivo “Forró”, entendido em seu sentido mais latitudinário, e intransigentes defensores das tradicionais e legítimas manifestações folclóricas de nossa Região, engajarmo-nos nesta ampla e justa cruzada pela sobrevivência do nosso precioso e autêntico “Patrimônio Cultural Imaterial”, cujas Inigualáveis e atemporais “Festas Juninas”, que, por seu azo, se encontram cada vez mais vulneráveis às deliberadas, impiedosas, radicais, mercantilistas e predatórias incursões dos gêneros musicais exóticos, à símile do Sertanejo, contra a venerável e preservável incolumidade dos verazes e nativos gêneros e subgêneros musicais nordestinos, como serve de pedagógico, significativo e intecorrente precedente o recente e conhecido caso envolvendo o consagrado e talentoso Flávio José, lídimo representante da Música Popular Nordestina e o cantor sertanejo Gusttaavo Lima.

Além disso, faz-se imperioso e imprescindível que os precursores, remanescentes e sucessores dos grupos musicais difusores do genuíno “Forró Pé de Serra” e de seus naturais subgêneros, mesmo, ao tocarem ritmos como pop, salsa, baião, toada sertaneja, música caipira, rock, balada, procurem fazê-lo no ritmo atraente e arrebatador do “Forró”.

Forró para todos e para sempre!

“For all forever!”

Parabéns! forrozeiros do Nordeste, do Brasil e, por que não dizer?, do Mundo!

Viva! os lídimos músicos, intérpretes e compositores da “Nação Forrozeira do Nordeste”!

Graças à Ciência e mercê de Deus, tudo voltou ao que era antes!

(Por Clarkson Ramos Moura)

 

PELO TWITTER

 www.twitter.com/minc_rj

 Eles não passam de falsos profetas, de falsos moralistas.

Como ensinou Freud, querem matar instintos que dentro deles pulsam.

Para enfrentar a pedofilia de padres, a Igreja Católica deve abolir o celibato.

E pastores LGBT fobicos devem lembrar ensinamentos bíblicos sobre o amor!

 

 

 

 

 

 

 

 

www.twitter.com/CNJ_oficial

 Atua na Justiça Criminal, ou é um profissional ou especialista em serviços de monitoração eletrônica? Participe da Conferência Internacional sobre Monitoração Eletrônica – Tecnologia, Ética e Garantia de Direitos. Confira a programação e inscreva-se: https://bit.ly/3qyzKTe

 

 

 

 

 

 

Siga Blog Cláudio Nunes:

 

Instragram

Twitter

  

Frase do Dia

“No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as peregrinações, as ações de solidariedade… Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico.” Papa Francisco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ouça e compartilhe: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2023-06/papa-francisco-hospital-gemelli-boletim-domingo.html

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais