Blog Cláudio Nunes: a serviço da verdade e da justiça
“O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.
A classe política de Sergipe – de todos os lados – e os marqueteiros e assessores dos principais políticos sabem que a disputa de 2026 não será um passeio como alguns aliados do governador insistem em passar nos bastidores. Fábio precisa consolidar até o final do ano alguns projetos e, até o início do ano ter consolidadas algumas obras de infraestrutura importante.
No lado político partidário Fábio Mitidieri se destaca, principalmente em Brasília, pela forte articulação. Um exemplo foi o anúncio antecipado à reeleição de Lula e a batida no martelo para os nomes de Jeferson Andrade e André Moura na chapa majoritária.
Fala-se muito hoje que o senador Alessandro Vieira será segundo nome na chapa liderada por Fábio. Não só este jornalista tem dúvidas, mas lideranças ligadas ao próprio governador. É certo que o ex-prefeito Edvaldo se recolheu e deve disputar uma vaga na Câmara Federal que é o tamanho ideal para ele.
Alessandro agrega densidade eleitoral para Mitidieri? Hoje Alessandro precisa mais de Mitidieri do que o contrário.
A resposta é simples: Não! Em 2022, ao disputar o governo, Alessandro teve insignificantes 10,88% dos votos que nem de longe lembrou o candidato vitorioso de 2018, na onda das mudanças e da ojeriza aos políticos que levou Bolsonaro e uma penca de membros da segurança pública em todo país a galgarem mandados federais. Já em 2024, em Aracaju, a candidata de Alessandro, Danielle Garcia ficou em quinto lugar no 1ª turno com míseros 5,22% dos votos.
Ou seja, com todo respeito ao senador Alessandro Vieira, a performance eleitoral pífia dele nas últimas duas eleições deram um recado claro: disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados para tentar não ficar sem mandato.
Por outro lado, o caminho para que o PT apoie à reeleição de Fábio está sedimentado, não só por Márcio Macedo, mas principalmente por Lula que já disse por várias vezes – a última foi na semana passada na posse da direção petista nacional – que é preciso reeleger os senadores do PT principalmente porque se a extrema direita eleger mais 17 senadores fará maioria no Senado.
Então, ninguém se surpreenda se o senador Rogério Carvalho for candidato à reeleição no palanque de Fábio Mitidieri. Um ás na manga de Fábio que pode ser decisivo para o projeto de reeleição dele trazendo de volta para o eleitorado do governador a centro esquerda numa eleição que promete ser polarizada e ideológica novamente.
Nota DER/SE – Terminal Rodoviário Gov. José Rollember Leite O Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER/SE) lamenta as constantes reclamações dos usuários do Terminal Rodoviário Governador José Rollemberg Leite e informa que, baseado nessas queixas e na fiscalização realizada pelo órgão estadual, já notificou a empresa Socicam, responsável pela administração do espaço, com uma advertência para que as devidas providências sejam tomadas quanto à manutenção do espaço, com previsto no contrato de concessão. A notificação exige que a Socicam tome as medidas imediatas de limpeza, conservação e segurança, reestabelecendo de imediato a qualidade do serviço prestado à população. O DER/SE, por meio da Diretoria de Transportes, seguirá com a fiscalização para o pleno atendimento das medidas e, caso não seja cumprido o determinado, poderá aplicar sanções contratuais à empresa.
Os bolsonaristas radicais são uma ameaça à democracia Por Adiberto de Souza: A obstrução das sessões da Câmara Federal e do Senado deixou claro, mais uma vez, que os parlamentares bolsonaristas radicais apostam no quanto pior melhor. Os mesmos que impediram, ontem, a reabertura dos trabalhos legislativos pregam anistia para os criminosos que tentaram golpear a democracia brasileira, no dia 8 de janeiro de 2022. Para tais políticos, o atual regime só serve se atender interesses escusos de quem não respeita o contraditório. Estes deputados extremistas só aceitam o resultado das urnas se o eleito for o candidato deles. Também não respeitam decisões do Judiciário e, para modifica-las, defendem o absurdo tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil, mesmo sabendo que essa ingerência americana pode arruinar a nossa economia. Felizmente, a grande maioria do Congresso é composta por democratas que não se deixarão se curvar por pressões de quem, para salvar o pescoço do ex-presidente e hoje presidiário Jair Bolsonaro (PL), defendem o quanto pior melhor, mesmo que isso leve o Brasil à bancarrota. Só Jesus na causa!
CMais Feirante O programa CMais Feirante será lançado oficialmente neste sábado, 9 de agosto, às 8h, na feira livre de Itabaiana. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), prevê auxílio financeiro mensal de R$ 200,00 por até 12 meses para feirantes e ambulantes em situação de vulnerabilidade. O governador Fábio Mitidieri e a secretária Érica Mitidieri estarão presentes no lançamento dessa política pública inédita.
Sem interferência política Assim como a região agreste, o município de Itabaiana tem recebido expressivos investimentos do Governo do Estado. Só para a saúde, no final de junho foi entregue o Centro de Especialidades, ambulâncias novas do Samu, além da assinatura da ordem de serviço pelo governador Fábio Mitidieri para reforma e ampliação do pronto-socorro do Hospital Regional de Itabaiana, que passará a contar com tomografia computadorizada e ressonância magnética. Some-se a isso os investimentos na educação, com 23 escolas, das 31 que compõem a rede no agreste, já climatizadas, e outras oito já em processo de aumento de carga; entrega de reforma e ampliação, como a do Centro de Excelência Pedro Diniz Gonçalves, em Areia Branca, onde foram investidos mais de R$ 2 milhões; obras de infraestrutura, com pavimentação asfáltica e granítica e em diversos municípios pelo programa Acelera Sergipe. Uma região que tem tido investimentos, independentemente de posições políticas de seus gestores.
Jeferson destaca importância do Projeto “Sergipe Participativo” para ampliar a eficiência das Politicas Públicas do Governo de Sergipe O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jeferson Andrade (PSD), destacou a importância do Sergipe Participativo para a democratização das políticas públicas desenvolvidas pelo governo do Estado. “O projeto ouve a população, as pessoas dizem o que desejam para seus municípios e depois o governo inclui as sugestões em seus planos de desenvolvimento regional e nas prioridades do Orçamento do Estado para 2026. É um projeto interessante, participativo, que leva em conta os interesses coletivos na hora de planejar o presente e o futuro de Sergipe”, disse Jeferson.
Ouvindo a população O Sergipe Participativo, que é coordenado pela Secretaria Especial de Planejamento, Orçamento e Inovação (Seplan), está ouvindo a população de todas as regiões sergipanas. Em julho, foram realizadas audiências públicas em seis municípios: Tobias Barreto, Estância, Propriá, Itabaiana, Nossa Senhora da Glória e Poço Redondo. Em agosto, as audiências chegaram a Lagarto, Capela e Grande Aracaju, que abrange Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Laranjeiras, além da capital.
Audiências A audiência da Grande Aracaju foi realizada ontem, 6, no Centro de Excelência Atheneu Sergipense. Após as audiências territoriais, acontecerá a audiência temática virtual, no dia 14 de agosto, com o objetivo de receber propostas da população de todo o Estado sobre temas como primeira infância, mulheres, direitos humanos, juventude, meio ambiente, sustentabilidade e proteção animal. O que for recolhido auxiliará o governo na construção dos Planos de Desenvolvimento Regional (PDR) e do Projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA).
Eficiência e sintonia com a população “Com esse projeto, o governador Fábio Mitidieri dá mais um passo na construção de políticas públicas mais eficientes e sintonizadas com as necessidades da população dos territórios sergipanos. Ações como esta fortalecem a transparência da gestão pública e a aplicação responsável do dinheiro público. O Sergipe Participativo é a voz do povo no modelo de desenvolvimento do nosso Estado”, afirmou Jeferson Andrade.
Investimentos fortalecem o sertão A região do alto sertão sergipano tem recebido importantes investimentos do Governo do Estado. Além da entrega de obras de melhorias na educação, como a reformada e ampliada Escola Estadual Teotônio Alves China, em Poço Redondo, que recebeu recursos de mais de R$ 760 mil do Estado e federal, na área da infraestrutura, ações importantes também têm sido realizadas no município. Uma delas é a Adutora do Curralinho, executada pela Iguá Sergipe, que, quando concluída, vai garantir abastecimento de água para a população do sertão.
Investimentos fortalecem o sertão II Outra importante reivindicação dos produtores da região que está sendo tocada pela gestão estadual é a Adutora do Leite. Importante obra de infraestrutura, ela terá mais de 100km de extensão e levará água bruta do Rio São Francisco até Nossa Senhora da Glória, passando por Canindé de São Francisco, Poço Redondo e Monte Alegre de Sergipe, garantindo água para dessedentação animal nestes e outras cidades do alto sertão.
‘Sergipe é aqui’ em Poço Redondo E nesta sexta-feira, 8, Poço Redondo será a capital do estado por um dia. Nesta data, o município receberá a 54ª edição do ‘Sergipe é aqui’, programa do Governo do Estado que leva atendimentos essenciais a todas as regiões sergipanas. Com essa edição, todos os municípios do alto sertão estarão contemplados pelo programa de governo itinerante. A ação ocorrerá a partir das 8h, próximo ao Colégio Municipal Nossa Senhora da Conceição, e oferecerá serviços como emissão de RG, CPF, renovação de CNH, exames médicos e orientações jurídicas.
‘Que Vem das Ruas’ é finalista nacional no Prêmio AMAERJ de Direitos Humanos O projeto Que Vem das Ruas é o único representante do estado de Sergipe entre os cinco finalistas. Do Nordeste tem mais um na disputa (Pernambuco). Foram 62 trabalhos inscritos na categoria ‘Práticas Humanitárias’ do Prêmio de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro. Parabéns a todos que fazem o projeto em Sergipe na pessoa do jornalista e amigo Anderson Barbosa.
Classificação O resultado saiu na tarde da terça-feira (5) com a classificação por ordem alfabética: “Incentivo à leitura e letramento racial para crianças, adolescentes em vulnerabilidade social e no socioeducativo” – Autores: Beatriz Batistela Silva Rodrigues e Marcus Vinicius Silva/RIO DE JANEIRO; “Núcleo de Apoio ao Migrante da Universidade do Vale do Itajaí” – Autores: Rafael Padilha dos Santos e equipe/SANTA CATARINA; “PROID – Programa de Iniciação à Democracia” – Autor: Felipe Briguente Coelho Alves/MINAS GERAIS e SÃO PAULO; “Projeto ‘Que Vem das Ruas’” – Autor: Anderson Barbosa Morais/SERGIPE; e “Projeto Interpretar” – Autores: Geandisson Ramos Andrade e equipe/PERNAMBUCO. Mais aqui.
Ministra em Sergipe Após dez anos, Sergipe volta a realizar a Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres. Organizado pelo Governo do Estado, através da por meio da Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres (SPM) e do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM), o evento acontece nesta sexta-feira, 8, das 8h às 17h, no Clube do Banese, em Aracaju. A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, estará presente para acompanhar os debates sobre igualdade de gênero, enfrentamento à violência, saúde e orçamento público voltado às mulheres. A conferência definirá os representantes de Sergipe na etapa nacional, prevista para setembro.
UTI pediátrica O Governo de Sergipe entregou nesta terça-feira, 5, dez novos leitos de UTI pediátrica no Hospital Amparo de Maria, em Estância. Com a nova contratualização, a rede estadual passa a contar com 40 leitos de UTI pediátrica — quadruplicando a oferta em relação a 2023, quando existiam apenas 10 leitos. A ação fortalece a regionalização da assistência e amplia a capacidade de atendimento intensivo infantil no estado, especialmente durante o período de aumento das síndromes respiratórias. Foto: Mario Sousa
ACDS realiza III Fórum da Crônica Esportiva Sergipana A Associação dos Cronistas Desportivos de Sergipe (ACDS), realizará no próximo dia 9 de agosto do ano em curso, o III Fórum da Crônica Desportiva Sergipana, que será realizado no auditório da Universidade Tiradentes, localizada no bairro Farolândia, evento em Curso de Extensão. O encontro tem seu início a partir das 8 horas e seu término programado para acontecer às 16 horas.
Programação Na programação elaborada pela comissão organizadora do evento comemorativo aos 76 anos da ACDS, contará com oito palestras, envolvendo temas em evidência, ministrados: Presidente Arthur Eugênio Mathias, da Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace); professor Alexandre Santos, de literatura e narrador esportivo da época áurea do rádio; Milton Dantas, presidente da FSF e vereador pela capital; dr. Fausto Leite, advogado e escritor; dr. Charles Albert, advogado e membro da comissão; Leonardo Lotti, assessor de comunicação e marketing; Alexandre Guimarães, professor e gestor educacional do estado; dr. Genisson Silva, advogado e autor do livro SA do Futebol.
Programação II As palestras estão programadas para começar a partir das 9 horas, haverá um intervalo às 12h, retornando às 13h30, com o último painel composto por mais duas palestras. Em seguida serão entregues as comendas “José Eugênio de Jesus”, a nove homenageados e mais certificados para trinta cronistas esportivos que estão na ativa. “Importante nesse momento é realizar as inscrições, que tem como público-alvo os profissionais da crônica esportiva e acadêmicos da UNIT. Qualquer dúvida na realização da inscrição, importante procurar um integrante da comissão organizadora. O evento terá uma soma no tocante a qualificação, conhecimento, interação e confraternização da categoria e universitários”, destacou Adel Ribeiro, Presidente da ACDS. As inscrições para o III Fórum da Crônica Esportiva de Sergipe estão disponíveis no site da Universidade Tiradentes (UNIT). Serão 250 vagas (público em geral).*Para se inscrever: https://wwws.unit.br/Portal/OutrosServicos.jsp
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OPINIÃO
PUBLICIDADE INSTITUCIONAL COM VIÉS DE PROMOÇÃO PESSOAL
Por Carlos Augusto Meneses Marçal*
A Publicidade institucional ou oficial prevista no Art. 37, § 1º, da CF, reza que a mesma deva ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Neste sentido, Lei da Transparência foi mais além: tal divulgação não pode conter nomes, símbolos, imagens, ou logomarcas que caracterizem a promoção pessoal de autoridades ou servidores. O caráter educativo da publicidade institucional tem o objetivo de gerar um arcabouço cultural, indispensável à concreção da própria cidadania. Já o caráter informativo, busca ampliar o universo de autonomia individual do cidadão na formação de preferências e opiniões. Por fim, o caráter de orientação social, que é uma forma de transmitir a informação com o objetivo de direcionar comportamentos. Os atos, programas, obra, serviços e campanhas dos órgãos públicos podem perfeitamente ser divulgados, porém, observando os freios e contrapesos (limites) apresentados no art. 37, §1º, da CF. A publicidade pessoal proibida pela CF, é o autoelogio, é o auto enaltecimento, é a utilização de enormes quantias de dinheiro público para elaborar peças publicitárias, é a propaganda imoderada do nome, enaltecendo virtudes pessoais da autoridade. Deste modo, a questão da qualidade e da finalidade pública dos recursos públicos aplicados em publicidade não está imune ao controle, pois sabemos que seus custos são bem altos, e devem sempre ser sopesados (avaliado/ponderado) com os demais interesses da sociedade.
Podemos afirmar com um alto grau de certeza, que a maioria da publicidade institucional, seja ela, federal, estadual ou municipal, tem embutido: o autoelogio, o auto enaltecimento de seus gestores (presidentes, governadores, prefeitos, outras autoridades). Além disso, observamos que são desembolsados montantes vultosos de recursos públicos que poderiam ser destinados para áreas mais relevantes, como educação, saúde, segurança pública e meio ambiente. Logo, a chamada publicidade institucional tem ultrapassado na maioria dos casos, os limites previstos na CF, deixando de ser institucional ou oficial para se tornar pessoal, com desembolso inclusive, de vultosas somas de recursos públicos.
Neste contexto, temos observado que o Governo de Sergipe e a Prefeitura Municipal de Aracaju tem gasto vultosos recursos em publicidade, voltada principalmente para divulgação de campanhas de apoio a eventos, como também para divulgação de obras e serviços. Por outro lado, tem desembolsado pequenas quantias de recursos públicos para a publicidade de utilidade pública. Essa sim, tem o caráter de realmente informar, educar e orientar os cidadãos, conforme estabelecido na CF.
Portanto, é absolutamente lesiva aos cofres públicos a destinação de vultosos recursos públicos para elogiar ou enaltecer autoridades responsáveis pelos órgãos públicos, como temos observados no dia a dia. Fazer uma boa gestão pública, é uma obrigação implícita de qualquer gestor público, principalmente por que se trata de gerir recursos públicos. Ofertar políticas públicas de qualidade principalmente nas áreas da saúde, da educação, da segurança pública, e do meio ambiente, é também uma boa prática de gestão pública que deve ser seguida por todo gestor público. Assim, não se justifica gastar enormes somas de recursos públicos em campanhas publicitárias veiculadas inclusive no horário nobre da grande mídia televisiva (Globo/Record), para elogiar ou enaltecer as autoridades responsáveis pelas chamadas grandes realizações administrativas de sua gestão, quando os mesmos têm a obrigação de fazer, com a melhor qualidade e melhor custo possível, sopesando (avaliando/ponderando) inclusive, com as demais políticas públicas de interesse da população. Com certeza, a publicidade institucional é de grande importância como instrumento de transparência. No entanto, é preciso que seja realizada de forma mais sustentável (razoável/econômica/proporcional/interesse público), inclusive sem o viés de promoção pessoal da gestão ou de seu gestor, e sim com o objetivo realmente de educar, informar e orientar, indispensável à concretização da cidadania da sociedade.
*Auditor de Controle Externo/Professor.
OPINIÃO
IRIS CINEMA (ESPETÁCULOS DE TELA E PALCO) Por Francisco Rollemberg
Na poeira dourada das minhas memórias, ergue-se o IRIS CINEMA, um templo de sonhos no coração da minha cidade. Suas portas se abriam não apenas para a magia da tela, mas como um portal onde a alma da sociedade local se encontrava, um raro refúgio onde as classes sociais se despiam de suas diferenças para comungar da mesma emoção.
Havia dias, sagrados como rituais, dedicados aos seriados. Às quartas e sábados, o ar vibrava com a expectativa pelos heróis de chapéu e espora. A propaganda, pintada em quadros-negros e tabuletas, era um chamado irresistível, com promessas que ecoavam pela cidade: “Hoje, um cowboy bom demais, murro pra peste na ‘cacunda’ do bandido”. Em cada fita, a certeza do triunfo do bem e a presença terna do “doidelo”, o bobo da corte de nosso faroeste particular, cuja loucura era um espelho de nossa própria alegria. Era uma beleza de se ver e sentir.
O arauto dessas aventuras era o inesquecível Cobi, o “faz-tudo” da cidade. Um homem de corpo atarracado e alma gigante, descendente de escravos, marcado pela hemiplegia, mas amado por todos como um tesouro. Eu lhe devotava um carinho imenso, e ele, talvez percebendo a pureza desse afeto, retribuía com um apelido que guardo como uma joia: “menino feio”, enquanto apontava para seu irmão, Antônio, e dizia: “esse, sim, se parece com o menino Jesus”. Partiu deste mundo já ancião, quando meus próprios passos me levavam à medicina. Sua ausência deixou um eco de
saudade que ressoa em mim até hoje.
A programação era um mistério, uma dança incerta ditada pelas vontades do Sr. Augusto Luz, o monopolista de Aracaju. O nosso Sr. Zeca Pinto, dono do IRIS, recebia as latas de filme como quem recebe uma carta do destino. Ainda assim, que tesouros desembarcaram ali! “A Deusa de Joba”, “Os Tambores de Fu Manchu”, “Capitão Marvel”… A cada final de capítulo, o coração da meninada se suspendia no ar junto com o herói em perigo. O “pingongo”, aquele suspense delicioso, nos acompanhava pela semana. O avião em queda, a ponte a desabar sob as patas do cavalo, o salto no
precipício para fugir de índios que, na semana seguinte, simplesmente desistiam da perseguição. A frustração era breve, logo afogada nas brigas de saloon, onde os mrevólveres cuspiam mais balas que a lógica permitia, e poucos tombavam, salvos pelas palhaçadas redentoras do “doidelo”.
Contudo, duas obras cravaram-se na alma da cidade como monumentos: “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”, e, nas Sextas-feiras da Paixão, o solene “Vida, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo”, com suas sessões lotadas de fé e silêncio.
Quando a mocidade nos tocou, a tela foi invadida pelo riso brasileiro. Oscarito, Grande Otelo, Zé Trindade e Mazzaropi, cada um com sua graça particular. De Oscarito, guardo a pérola do diagnóstico em pleno Copacabana Palace: “uma superdosagem de hidróxido no esôfago retilíneo… ramificando-se até o osso ilíaco”. A pobre dama, aflita, ouve a tradução: “Não, é que a madame tomou uma canja que não foi sopa”. Eu, um sonhador da medicina, levei a sério a anatomia da piada e até hoje me pergunto sobre aquela estranha ramificação.
E Grande Otelo, imenso, disfarçado de negra com um filho no colo, cantando a plenos pulmões a sua verdade: “Tava jogando sinuca, quando uma negra maluca me apareceu. Toma que o filho é teu, foi Deus que me deu”. E sua “Boneca de Piche”, uma canção que era pura alma. Zé Trindade, a personificação do marido oprimido, cantando sua melancolia carnavalesca trancado no quintal: “Tô, tô de camisolão!… Meu bloco tá passando, eu não aguento, não…” E Mazzaropi, o nosso Jeca, a alma ingênua do campo de Monteiro Lobato, que ainda hoje nos visita pela televisão, eterno em sua simplicidade.
Depois, o mundo chegou em preto e branco e em cores. “O Gordo e o Magro”, o furacão Cantinflas e ele, o eterno Carlitos, a quem ainda hoje volto para encontrar um pedaço de mim. Em sua morte, o destino me presenteou com uma conversa com o jornalista Viriato Gomes, que me confiou seu testemunho do adeus ao gênio, mais tarde publicado no Correio Braziliense.
“As melodias de seus filmes”, Viriato me contou, “eram o som das ruas sujas de Lambeth, onde a miséria o embalou”. A mãe, refugiada na loucura para suportar a dor, dizia ao pequeno Charlie: “Vai, filhinho, para a casa dos outros, quem sabe se lá você encontra alguma coisa para comer”. O pai, uma sombra que se afogava em álcool, negou-lhe a palavra em um bar. A solidão, o desencanto e a miséria teceram a atmosfera de sua alma, e nenhuma outra ele jamais conheceu. Nem os milhões, nem a glória, nem as mulheres a seus pés puderam arrancá-lo do orfanato de sua infância
Carlitos partiu em um dia de Natal, o único dia em que poderia morrer, quando o mundo se obriga a desenterrar lembranças. “No cemitério”, continuou Viriato, “seu filho Michael, com uma indiferença que sangrava, respondia aos jornalistas”. Sobre a irmã, Geraldine, disse apenas: “Na Espanha, She works”. Afastou-se, um retrato da mágoa que tentava disfarçar, ele que um dia escrevera um livro contra o próprio pai.
Chaplin, o eterno perdedor. Perdeu a bailarina a quem devolveu os movimentos, foi desprezado pela florista a quem devolveu a visão, e viu a “Cabana do Amor” que preparou para Geórgia permanecer vazia. Seus personagens eram os fantasmas de sua pobreza. E a tragédia o seguiu até depois do fim. Sua tumba violada, seu corpo roubado por homens que, perdidos, não sabiam onde o haviam escondido. Encontrado em um campo de milho, foi finalmente sepultado em uma fortaleza, onde hoje repousa ao lado de Oona, o único amor que o encontrou.
Essa saga me transporta de volta a uma sala de aula no Colégio Central da Bahia, à pergunta de uma colega ao professor Milton Tavares: “Por que os gênios sofrem tanto?”. E a resposta, que se tornou um farol para mim: “Eles não sofreram por serem gênios; são gênios porque sofreram”.
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Frase do Dia
“A Felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido “. Maxwell Maltz.
Andressa Collet – Vatican News
O Papa Leão XIV surpreendeu os fiéis em língua portuguesa presentes na Praça São Pedro na manhã desta quarta-feira (06/08), mas também de todo o mundo que seguiam a Audiência Geral: ao iniciar a catequese jubilar dedicada a Cristo, que meditou sobre a preparação ao mistério pascal, o Pontífice literalmente saiu do script e da saudação tradicional em italiano, para usar de forma espontânea um bonito português para saudar todos os peregrinos: “Irmãos e irmãs, bom dia!”