As entrevistas concedidas nos últimos dois dias pelos candidatos ao governo do estado que certamente polarizarão a disputa – governador João Alves Filho (PFL) e prefeito Marcelo Deda (PT) – mostraram que o clima de campanha não será de “céu de brigadeiro”. Haverá turbulências, principalmente porque se trata de uma eleição difícil e com críticas fortes das partes. É verdade que a sociedade não parece motivada para ir às urnas, diante do que está assistindo a nível nacional. Até a “dança da pizza” foi criada para comemorar a vitória da corrupção na Câmara Federal… Por isso, mesmo que esse mar de lama que atinge o Planalto não tenha chegado a Sergipe, o eleitorado vai medir muito para a escolha de seus representantes, seja no executivo ou no legislativo. Principalmente neste último, que não dá exemplo de trabalho, dignidade e seriedade com os objetivos que lhe são inerentes. Os parlamentares, em sua maioria, são vulneráveis aos galanteios dos palácios e se deixam levar fáceis por vantagens oferecidas. Esse clima que se vislumbra hostil, o que não é saudável para a democracia, não pode ser levado adiante. Não é isso que o eleitor deseja e, com certeza, nem mesmo os candidatos. O homem é o momento e se comporta de acordo com suas emoções, frustrações e contrariedades. É natural que haja um desabafo quando qualquer cidadão se sente vítima de atos que bloqueiam seus projetos e sonhos. Nessa hora de tensão muita coisa é dita pela irritação, mas pela formação dos dois políticos, tudo indica que na hora do confronto, deve valer a idéia, o melhor programa e o que há para se fazer por Sergipe. A população anda tão decepcionada com o que está assistindo em Brasília, que não deverá aceitar insinuações de caráter ideológico, porque o que se esperança de mudança na história política do país, foi uma frustração nacional. Agora, o que se tem de cuidar é da formação de alianças, porque terá mais chance de ganhar quem fizer uma composição mais forte. O prefeito Marcelo Déda (PT) está trabalhando exatamente em cima disso. A partir de quinta-feira da próxima semana terá todo o tempo para se dedicar a contatos e puxar novos nomes para o seu bloco, que ainda é formado pelos partidos que se uniram em 2002. Marcelo Déda hoje também procurar o PMDB e já tem conversa agendada para discutir composição, oferecendo o lugar de vice, que é o sonho do deputado federal Jorge Alberto. Também não desistiu do PSDB e vai aproveitar a boa vontade de pessoas do tucanato que hoje preferem uma composição com o PT, que sempre estendeu o tapete vermelho para o grupo, como é o caso do empresário Ricardo Franco, da prefeita Maria Mendonça, do deputado Ulices Andrade e de outros integrantes do PSDB. Mas pode haver sérios obstáculos em nível nacional, porque ontem o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, que era o candidato do PFL a presidente da República, declarou apoio a Geraldo Alckmin (PSDB), batendo o martelo pela coligação dos dois partidos. O ex-governador Albano Franco, entretanto, dá sinais que deseja seguir as coligações nacionais e demonstra disposição para uma conversa com o governador João Alves Filho, com o objetivo de fechar uma aliança. O tucanato é obediente e não trilhará caminho contrário ao que for decidido pelo ex-governador. Esta faltando apenas um encontro para definições e o próprio Albano acha que chegou a hora, porque há uma cobrança do pessoal que vai disputar mandato proporcional. No máximo até a Páscoa alguma conversa deve acontecer, porque o PSDB tem que se preparar para o pleito. O governador João Alves Filho ainda não deu sinais para esse encontro, mas o PFL já não lança críticas aos tucanos, o que também é demonstração de boa vontade para um entendimento. Uma coisa fica bem clara: o PSDB quer o Senado e essa é a questão que precisa de muito cuidado para discutir, porque a posição da senadora Maria do Carmo Alves para reeleição é muito boa. De qualquer forma, as próximas eleições estão começando a esquentar mais no campo das composições, que serão fundamentais para a vitória. ALIANÇAS Segundo Alckmin, ainda há algumas questões regionais a serem resolvidas, mas que, nos 27 estados brasileiros, a aliança entre os dois partidos está bem encaminhada. Alckmin não se referiu a Sergipe. Ele bem sabe que no estado uma aliança entre PSDB e PFL ainda requer muita quebra de arestas de ambos os lados. JUSCELINO O vice-prefeito do Rio, Otávio Leite, abriu o seu apartamento, quinta-feira, para oferecer um jantar a Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB a presidente da República. A filha de Juscelino, Maristela Kubitschek, e o ex-governador Albano Franco também estavam lá. Juntos assistiram ao penúltimo capitulo da mini-série “JK”. INTERMEDIÁRIO Em conversa com Jerônimo Reis (PFL), há 15 dias, o ex-governador Albano Franco disse que não aceita mais intermediários para conversar com João Alves Filho (PFL). A partir de agora, segundo revelou Albano Franco para Jerônimo, só aceita conversar diretamente com o governador. Seria um encontro decisivo. REAÇÃO O deputado federal Jackson Barreto impetrou ação cautela para sustar a inserção do PDT na TV, como parte da propaganda eleitoral gratuita. Na inserção é mostrado o painel eletrônico da Câmara, em que mostra Jackson Barreto votando contra o aumento de R% 15,00 no salário mínimo. SURPRESA O deputado João Fontes (PDT) diz que reagiu com surpresa à ação cautela. João mostra como se comportou em relação à votação e, casualmente, mostra a posição de Jackson. “Na verdade, Jackson quer cercear a liberdade de expressão. O voto dele é algo público. Foi veiculado no painel, consta em ata e está disponível no site da Câmara”, disse Fontes. PORTUGAL A situação de Palocci é tão insegura que a bancada petista passou a falar mal de Murilo Portugal, o secretário-geral da Fazenda e favorito do mercado para ser o novo ministro. Murilo Portugal é o mesmo que está impedindo os empréstimos para Sergipe, alegando problemas na Lei de Segurança Fiscal desde o ano 2000. AMORIM O presidente regional do PSC, José Amorim, diz que o seu partido está livre para qualquer composição, porque não tem candidato a presidente da República. O PSC integra o bloco de alianças do governador João Alves Filho, mas Amorim deixa um porém: “vamos ver as coligações”. EXIBIÇÃO A dança da pizza exibida deputada Ângela Guataguinin (PT-SP) no Jornal Nacional, para comemorar a absolvição de deputados, tirou a atenção para um fato interessante. Bem ao lado, o deputado Jackson Barreto (PTB) abraçava alegremente os deputados pastor Wandeval e João Magno, acusados de receber o mensalão, mas que foram absolvidos. RICARDO O empresário Ricardo Franco (PSDB) disse ontem que o seu partido pode caminhar ao lado do prefeito Marcelo Déda (PT), apesar da verticalização. Ricardo acha Marcelo Déda uma boa opção e a aprova. Acha que desde cedo o seu grupo vem sendo bem tratado pela oposição e isso deve ser analisado. ALBANO O ex-governador Albano Franco, ao retornar ontem do Rio de Janeiro, disse que respeita a posição do filho Ricardo e lembrou que outros membros do partido “pensam assim”. Albano seguirá a posição do partido e defende uma conversa logo. Os encontros com amigos e membros do PFL acontecem, mas só decide quando conversar com João Alves. CONVERSA O deputado federal João Fontes (PDT) teve um encontro com o deputado Roberto Freire (PPS), sobre a sucessão presidencial. Freire pode desistir da candidatura a presidente. O senador Cristóvam Buarque (PDT) também não será candidato. Com isso os dois partidos se unem para uma nova coligação que apóie outro nome para presidente. MACHADO A revista IstoÉ desta semana publicou matéria da denuncia que o deputado federal José Carlos Machado (PFL) fez do ministro Ciro Gomes. A nota diz o seguinte: O deputado José Carlos Machado denuncia: o ministro Ciro Gomes estaria incluindo na fatura da transposição do São Francisco obras que não fazem parte do projeto. TERMINAL O terminal usado na Caixa Econômica Federal para quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa foi retirado da agência de Brasília. A direção da Caixa se comprometeu a entregar o terminal ontem mesmo à polícia – ou as informações que ele contém. É bom ficar atento a isso… Notas BALANÇO-1 O Banco do Estado de Sergipe (Banese) obteve um lucro líquido de R$ 32 milhões em 2005, segundo balanço publicado ontem. Houve um aumento de R$ 20,2 milhões em comparação com 2004, registrando um incremento de R$ 11,8 milhões, o que equivale a 58,4% a mais no resultado de um ano para o outro. O ativo total do banco subiu para R$ 1.203.600,00 em 2005, representando aumento de R$ 153,5 milhões, isto é, 14,6%, contra 5,1% de inflação no período sob análise medida pelo INPC/IBGE, com crescimento real de 9,5%. BALANÇO-2 Os recursos captados e administrados evoluíram R$ 1.091,0 milhões em 2005, equivalente a um crescimento de 17,3%, o que dá R$ 160,8 milhões. Destaque-se os depósitos do governo, que aumentaram para R$ 120,0 milhões, o que dá um incremento de R$ 61,5 milhões, o que chega a 84,9%. Segundo o balanço publicado ontem pelo Banco do Estado de Sergipe, os depósitos a prazo evoluíram de R$ 282,9 para R$ 375,7 milhões (32,8%) e de pessoa jurídica de R$ 48,4 para R$ 79,3 milhões (63,8%). BALANÇO-3 As aplicações financeira aumentaram para R$ 811,1 milhões em 2005, proporcionando um incremento de R$ 161,2 milhões (24,8%) o que demonstra uma excelente liquidez do banco no ano passado. O balanço mostra que a rentabilidade da Carteira de Investimento alcançou um patamar de 112,3% do CDI. O volume de Operações de Crédito atingiu um montante de R$ 268,8 milhões em 2005, o que gera um aumento de R$ 43,2 milhões (19,1%), que foram destinados aos segmentos pessoas físicas e jurídicas. É fogo Governo apontará bode expiatório para tentar afastar Palocci do centro da crise. Mas anunciará quem quebrou o sigilo bancário de Francenildo Costa. Os funcionários que quebraram o sigilo serão demitidos e terão problemas na justiça. Seria bom que eles denunciassem quem determinou a ação. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) está confiante em uma vitória contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda no primeiro turno da eleição de outubro. O PMDB deve antecipar a decisão de lançar ou não candidato próprio para abril, em convenção partidária realizada exclusivamente com esse fim. Na próxima quarta-feira, a Executiva Nacional do PMDB se reúne para decidir se o partido realiza o encontro já no próximo mês. O PMDB marcha dividido quanto à questão, sobretudo após o pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal Federal (STF) mantendo a verticalização para 2006. A Anatel autorizou reajuste de 7,99% das ligações interurbanas realizadas de telefones fixos para celular. Em alguns dias o aumento será publicado no Diário Oficial da União. Paulo de Deus e Rosa Maria devem fazer dobradinha na sucessão de Canindé do São Francisco e começam a trabalhar contra Orlando Porto de Andrade (PSDB). A enfermeira Goretti Reis (PFL) se despediu da Assembléia porque o titular do mandato, Walker Carvalho (PFL) está retornando. Sergipe tem 14,8% da população com deficiência física e mental. A revelação e de dom José Palmeira Lessa, em palestra na Assembléia Legislativa. A programação no Circo Cultural de Aracaju começou nesta sexta-feira e prossegue até a próxima segunda-feira. A taxa média de juros bancários subiu 0,1 ponto, para 46,2% em fevereiro. Em janeiro a taxa média era de 46,1 ao ano. brayner@infonet.com.br
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