É possível que a Câmara Federal vote ainda esta semana a PEC que põe um ponto final na verticalização. Esse artifício eleitoral foi utilizado nas eleições de 2002, obrigando municípios e estados a acompanharem a coligação partidária que fosse feita para candidatos a presidente da República. Criou graves problemas para uns e imensas vantagens para outros. Em Sergipe, a verticalização fez uma vítima: deputado federal Pedrinho Valadares (PSB), que obteve expressiva votação, suficiente para reeleger-se, mas não conseguiu quorum suficiente em razão do partido ter lançado candidato a presidente – Antony Garotinho – não oferecendo condições para formar uma boa composição com outras legendas. Atualmente a verticalização é um calo dolorido no calcanhar da maioria dos parlamentares que tenta continuar com o mandato e na de candidatos que confia em uma boa coligação para atingir seus projetos políticos. A informação é que a queda da verticalização será inevitável, porque ela é combatida pela quase unanimidade de quem tem mandato. Há informações, entretanto, que partidos que têm candidatos a presidente da república, como é o caso do PSDB, PT e PMDB, preferem manter as regras que estão em vigor. Garantem que não haverá desvio de participação e apoio das bases, mesmo que alguém saia prejudicado na disputa pela Assembléia Legislativa e Câmara Federal. Em Sergipe, entretanto, membros do PSDB e o núcleo majoritário do Partido dos Trabalhadores não desejam a verticalização. O mesmo acontece com deputados de partidos menores, cuja direção nacional faça alguma coligação a nível nacional. Mantida as regras do jogo, por exemplo, candidatos a deputado federal terão maiores dificuldades de elegerem-se ou reelegerem-se, na hipótese dos seus partidos fecharem composições para presidente da república, que não sejam com legendas que tenham estrutura para fazer uma boa bancada através de um chapão. Os tucanos sergipanos estão esperando ansiosamente pela queda da verticalização. A maioria deles acha que o partido poderá ter vôo próprio, abandonando legendas importantes como o PT e PFL, brigando para pegá-lo. É uma legenda cobiçada porque tem um considerável volume de votos na capital e interior, em razão da liderança do ex-governador Albano Franco. O partido, entretanto, só vai se definir depois da convenção que a Direção Nacional fará em Aracaju dia 3 de dezembro, com a presença de tucanos da mais fina plumagem. Há uma disputa para composições com o PSDB por parte do PT e segmentos do PFL. Os tucanos também estão divididos entre as duas companhias e resta uma dúvida: o que realmente é melhor para o partido. Segunda-feira o governador João Alves Filho disse que vai seguir a orientação do partido a nível nacional. Deixou claro que não colocaria obstáculo para composições. E foi sincero: “inclusive com o PSDB”. O ex-governador Albano Franco disse absolutamente a mesma coisa, usando outras palavras. Admitiu que uma coligação com o PFL não seria fácil: “mas também não será impossível”. Uma ala do PFL sequer imagina se vincular com o PSDB e os tucanos se dividem entre sair com o PT ou com o PFL. Um influente membro do PT deixou bem claro: “em Albano eu não voto”. Outro do PSDB fala abertamente: “o prefeito Marcelo Déda nos quer apenas para votar nele. Não serve”. Uma ala tucana também torce para ficar no bloco de oposição a João Alves. Uma liderança conhecida por todos os partidos divulga que no interior só se vota em João e Albano. Essa declaração é contestada por um pefelista histórico: “quem viu a afinidade de Déda, Albano, Valadares e Jackson em Riachão dos Dantas, domingo passado, fica difícil acreditar que eles não estejam juntos. Entretanto, na editoração do programa do PSDB, que foi ao ar na semana passada, houve uma disputa interna entre tucanos que queriam bicorar fortemente a administração João Alves Filho e os que consideravam importante fazer um programa leve, pontual e sem críticas. Ganhou o segundo bloco, sinalizando para a possibilidade de diálogo. Circula informação que a reunião de 3 de dezembro será fatal, porque a cúpula do PSDB fará uma visita ao governador, já que estarão presentes membros importantes da Direção Nacional do PFL. Albano Franco disse que o encontro de dezembro será decisivo para a definição estadual… NADA CONTRA O prefeito Marcelo Déda disse, ontem, que não tem nada contra o projeto Pró-Mulher: “sou até a favor; o que tenho medo é que seja usado de forma política, para uma possível reeleição”. Acha que o problema do projeto é com o Ministério da Saúde, “mas me proponho a encontrar soluções, junto com o Governo, para que melhorias para a população sejam realizadas”. NOVO PLANO Em uma audiência, no Gumercindo Bessa, ontem, para resolver o pagamento de uma colisão de veículos, a juíza perguntou: “O senhor está disposto a um acordo para pagar R$ 60 por mês?” O cidadão achou alto e disse que não. “Por que”? Insistiu a juíza. “Doutora, hoje existe um novo plano: o frutos do mar”. E explicou: “é Lula comendo tudo”. Risos… nem a juíza se conteve. BRASÍLIA O governador João Alves Filho (PFL) conversou, ontem, em Brasília, com lideranças do seu partido, como Antônio Carlos Magalhães e José Agripino, e com o senador Sarney (PMDB). Teria tratado de assunto político com os parlamentares sobre as questões políticas nacionais e a extensão nos estados. CAPELA Amanhã Capela encerra a campanha eleitoral para as eleições do dia 27, com comícios que vão movimentar as duas candidaturas. Os aliados de Sukita em peso estão se preparando para participar do comício de encerramento. Até o senador Valadares vai deixar a sessão no Senado para ajudar seu aliado. JERÔNIMO O ex-prefeito de Lagarto, Jerônimo Reis (PFL), torce que o ex-governador Albano Franco (PSDB) faça uma composição com o governador João Alves Filho (PFL). Jerônimo argumenta que a militância mais radical do PT não vota em Albano, “enquanto o grupo de João também vota nele”. GUALBERTO O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) disse claramente: “eu voto em quem mais se aproximar da classe trabalhadora. Não posso combater uma oligarquia ao lado de outra”. Gualberto defende a seguinte coligação: PT, PSB, PTB, PL e PCdoB. Lembrou que na eleição anterior não votou em Gama: “não faço o jogo da direita”, disse. CÚPULA Já o pensamento da cúpula de oposição no estado admite que todos votam em Albano Franco e que alguns casos isolados serão tratados dentro do PT. O prefeito Marcelo Déda (PT) não esconde que deseja Albano ao seu lado e tem o acompanhado sempre, como aconteceu em Riachão dos Dantas domingo, na festa da Padroeira. DOIS LADOS Um secretário de estado, que pediu reservas do nome, lembra que setores do PFL também rejeitam o ex-governador Albano Franco. Da mesma forma, segmentos importantes do PSDB se recusam a votar em João Alves Filho (PFL). Para alguma coisa acontecer de todos os lado, alguém sempre sairá contrariado. PEDRINHO Circulou em um jornal de Tobias Barreto, que o secretário de Turismo, Pedrinho Valadares, avisou ao senador suplente Carlos Alberto de Oliveira, que ele assumiria em novembro. Segundo o jornal, “nos bastidores políticos, o nome de Alberto cresce e é o único capaz de unir forças adversárias. Para prefeito é o nome perfeito”. CONFIRMA A senadora Maria do Carmo Alves (PFL) confirmou que deve se ausentar do Senado Federal em novembro, para permanecer em Sergipe. D. Maria vai ocupar uma pasta no Governo e em razão disso ficará alguns meses fora do Congresso. A senadora acrescenta que a sua candidatura à reeleição está firme. DIGNIDADE O deputado federal João Fontes (PDT) sugeriu ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que tivesse “dignidade e deixasse o governo Lula”. João Fontes considerou que o ministro Palocci “não tem condições éticas e morais de continuar à frente do Ministério da Fazenda”. CIDADÃO O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Antônio Passos (PFL) será o mais novo Cidadão Sergipano. O título lhe será concedido pela deputada Angélica Guimarães. Antônio Passos, que já concedeu tanto titulo de cidadão sergipano a ilustres cidadãos, nasceu em São Paulo, foi registrado na Bahia e logo cedo veio morar em Sergipe. CARTÃO Num almoço entre lojista e diretores do Banese, na sede da CDL, foi lançado o “Banese-Card do Lojista”, que chega forte na capital e interior. Durante o encontro foi feita uma parceria com o Banese para levar o cartão de crédito a todo o interior. O objetivo é tornar habitual o uso desse tipo de pagamento em todo o estado. Notas PLENÁRIO O governador João Alves Filho (PFL) esteve, ontem, no plenário do Senado para uma conversa rápida com os senadores Antônio Carlos Magalhães e José Agripino – seus correligionários. Sua presença foi anunciada pelo presidente da mesa, senador Mão Santa (PMDB), “como o homem que mais conhece de Nordeste”. Emocionado, o governador João Alves cumprimentou Mão Santa, que na hora lembrou: “quando fui governador do Piauí lhe condecorei com a medalha mais importante do meu estado”. À época, João estava sem mandato. CABECEIRA Quando João Alves Filho foi receber a condecoração no Palácio do Karnak, em Teresina, o então governador do Piauí, Mão Santa, lhe fez uma confidência: “o meu livro de cabeceira é Nordeste – Estratégias para o Sucesso”. O livro é de autoria de João Alves e Mão Santa sempre cobrou dele uma atualização dos dados expostos. Ontem, João Alves deu uma notícia ao senador Mão Santa: “estou concluindo a ampliação do livro, com novos exemplos de sucesso. Como o senhor foi o grande estimulador, quero que faça a apresentação”. Foi aceito na hora. ANTEPROJETO Os líderes partidários definiram ontem que o anteprojeto do Tribunal Superior Eleitoral para a revisão dos crimes eleitorais ainda será analisado pelas bancadas dos partidos antes de ser transformado em projeto de lei. A maioria dos líderes considera difícil, no entanto, que a proposta seja transformada em um único projeto. O líder do PDT, deputado Severiano Alves (BA) afirmou que a proposta não foi bem recebida e que há uma disposição de não acatar o anteprojeto integralmente. “Somos capazes, nós mesmos, de propor alterações na lei”, disse. É fogo O ministro Rider Nogueira de Brito, corregedor-geral do Tribunal Superior do Trabalho (TST), está em Aracaju. Até sexta-feira realiza correição periódica na Justiça do Trabalho de Sergipe. O ministro Nogueira Brito desembarcou ontem em Aracaju e foi recebido pelo presidente do TRT, juiz Augusto César Leite de Carvalho, além de outros representantes do Poder Judiciário. A Justiça do Trabalho de Sergipe já está colocando peças processuais na internet, para consultas de juizes, advogados e partes. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 548/02, que acaba com a verticalização das coligações partidárias, pode ser votado ainda esta semana. Alguns parlamentares de Sergipe só compareceram à CPI da pistolagem para derrotar requerimentos que convocavam autoridades. É o que diz o relator. Chico de Ari, candidato a prefeito de Capela pelo PFL, está confiante que ganhará as eleições naquele município, dia 27. Deputados de partidos do governo e da oposição defendem melhores salários para os defensores públicos estaduais. O deputado Antônio Santos (PSC) acha que sai mais caro para o Estado um juiz nomear um advogado, para defender uma pessoa carente, do que o estado ter defensores públicos com salários decentes. Os shows de abertura do Projeto Assaim de Música acontecem sexta-feira, às 20 horas, na orla de Pirambu. Décio e Amorosa farão apresentações. O comércio está animado com as vendas para o final do ano. Os dois shoppings e o centro da cidade começa a receber maior número de consumidores. A Varig fechou sua agência de passagens e mercadorias no centro de Aracaju. Agora o atendimento é no aeroporto, apenas nas horas de vôos. As críticas feitas recentemente pela ministra Dilma Rousseff contra a política econômica do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, não gera maiores conseqüências à economia.
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários