A visita do presidente Lula da Silva a Sergipe mostrou claramente o quanto o PT anda fragilizado com os escândalos nacionais. Para quem, como eu, teve a honra de acompanhar em Brasília a comoção popular durante a posse do presidente da República, em 01 de janeiro de 2003, e de acompanhar outras visitas suas a Sergipe no passado, foi muito deprimente vê-lo circular de helicóptero – fugindo de vaias e protestos localizados – numa prova inequívoca de vergonha e medo da reação do povo ao seu governo.
Nos últimos meses, Lula só se dirige a claques organizadas; platéias compostas por aliados. Manifestações populares só do alto, em possante máquina voadora. Afinal, os “inimigos” estão por todos os lados, preparando ciladas para o nosso presidente, não é mesmo? Ele tem que se cuidar.
Até mesmo em Sergipe, onde sempre obteve vitória esmagadora nas urnas, terra do líder carismático e compadre Marcelo Déda, quem diria, até mesmo aqui, Lula teve que andar de helicóptero. Uma cena deprimente para um governo dito popular.
Ora, se Lula não sabia de nada que aconteceu a um palmo de seu nariz, na sala ao lado da sua no Palácio do Planalto, se centenas de marginais “amigos” que estavam no governo já foram extirpados da administração pública, que mal haveria agora em encarar a população?
O problema é de consciência pesada. Não que Lula seja culpado por coisa alguma, mas, com toda a certeza, ele deve se sentir assim. E vai levar consigo um profundo sentimento de culpa que nem o tempo – ou o álcool – será capaz de apagar da memória.
Graças a Deus que em Sergipe é diferente. O prefeito Marcelo Déda, ao contrário do compadre Lula, sempre acompanhou a sua administração de perto, com pulso firme, e sabe de tudo. Tudinho mesmo. Acompanhou de perto a licitação do lixo, a licitação dos ônibus, os parquímetros, a arrecadação das multas pela SMTT e todas as obras da Emurb (talvez por isso, a razão da lentidão dos trabalhos). Tudo dentro da mais perfeita normalidade. Para você ter uma idéia, caro leitor, até mesmo uma simples capinagem nos postos de saúde do município teve o olhar sagaz do prefeito Marcelo Déda.
Ontem, inclusive, ele fez um desabafo sobre a questão “moralidade”, e desafiou o PFL de João Alves: “eu quero ver a turma que rodeia João falar em moralidade, vai ser a mesma coisa que corda em casa de enforcado”.
Ufa! Ainda bem que a administração de Déda é diferente!