Com o meu voto apenas.

Em texto deste blog do dia 28 de Julho passado, dizia eu: “A húbris esclerosada grasnou na velha arcádia”.

Volto ao tema em reflexos tardios, quando ninguém mais o quer, embora para mim, sempre retenha valor a conferir, só para comprovar a inutilidade de um feito, já consumado, comparando com aquilo que eu em prévias imaginara, em desaprecio explicitado, e em observação distanciada, sem falar do meu próprio desconfiômetro com semelhantes manifestos, sempre norteados num sentimento de falsa hediondez, o que mais me incita desconfiança em real e profunda desvalia.

À parte daquela apreciação minha, desconfiada, eu não confessara um receio que me assomava, em temor e apreensão de uma hecatombe prevista e anunciada para o dia 11 de Agosto, a ser deflagrada nas Arcadas da Vetusta Escola, tão desmemoriada e esclerosada, quanto esquecida e avinagrada.

Esperei a detonação do definitivo petardo contra tudo que ali não diziam, qual seja a violação da  Democracia, nunca tão aviltada e ameaçada pela toga em terra pátria, enrubescida e exaltada contra os incômodos grunhidos no gorgolejo do Presidente Bolsonaro.

Porque a carta só enxergava ameaças vis, advindas do pensar, em seu rugir e troar; bolsonariano!

Digo rugir e troar, porque o seu livre pensar somente, sem o reverbero ou o aplauso das ruas, jamais, naquelas colunas, e vetustas colunatas, alguém perderia tempo e estudo, para levá-lo a sério.

Por acaso um senáculo de doutos adota alguma consideração, um tosco apreço ameno, ou mesmo uma aquiescência gentil, ao livre pensar de um inerudito bronco, um ser cidadão comum, seja este um operário estagiário, como fora um dia Lula, no turno da forja, do atelier ou oficina, e também na mesma sina um Jair Messias qualquer, um Bolsonarosem mister, acusado de ser bronco também, no coturno reforjado, em ação de campo e combate, no marca-passo da caserna?

De modo que o 11 de agosto passado, mais do que o 11 de setembro fatídico do World Trade Center, parecia que faria um estrago tamanho na República, que o Mito seria derrubado em mil pedaços, só com a força vilã, de uma ideia vazia.

Porquanto nessa excessiva vacuidade exaltada, enaltecia-se feitos outros, como o Manifesto Modernista de 1922, os infaustos acontecimentos de 1932, e o decantado MMDC, dos mártires Miragaia e Martins, Dráusio e Camargo, ceifados em tosca idade, quando deveriam melhor, legar filhos e netos, e que se fizeram bandeira inútil de uma revolução separatista, e por assim fracassada, ao sufoco do fogo e da metralha.

E outras inúteis tralhas, como restou a Carta Famosa do Professor Gofredo Teles de 11 de agosto de 1977, agora muito referida e inspirada, mas que foi também inútil.  Não levou a nada, nada!

Não conseguiu tisnar a mínima penugem do Regime Militar, tão bem empoleirado no Palácio do Planalto, que ousou, quase em contrapartida dessa desdita Carta, ou em sua resposta, fechar o Congresso Nacional, manter calado o Supremo Tribunal, extinguir as Eleições Diretas para Governadores e Instituir os Senadores Biônicos, como foram assim chamados, num retrocesso nunca imaginado, tudo à revelia desses luminares, que nunca viam os Presidentes Generais serem aplaudidos pela massa, e continuando assim por quase uma década, quando aí, só por cansaço, fadiga econômica, absoluto desinteresse em continuidade e desambição altaneira, resolveram promover a redemocratização da República, na famosa  “abertura lenta, gradual e segura”.

Ou seja: estas cartas, desde longo tempo, se não geraram tragédias, restaram risonhas por pantomimas, em muitos arroubos e verbosidades.

Mas, eu pensava diferente em prévias de quinta-feira, 11 de agosto, afinal a “velha imprensa” exaltava a enorme adesão de signatários, todos de boa plumagem.

A julgar pelo que ali se escrevia e do seu responsório paroquial por aqui exaltado em cada beco de esquina, parecia que a “Pátria em Chuteiras” estaria em continência febril pelo Brasil.

Não foi isso o que vi e ouvi, nos vídeos ao vivo transmitidos pelos jornalões sulistas, à busca de melhor programação.

O movimento de “suprapartidarismo” era um engano vão.

Ali só se via, e pode ser conferido ainda, um cenário assembléistico onde pontuaram velhas figuras, todas de “esquerda”, em mofo, cheiro e decadência, servindo de ornamento, quiçá vidro sem luz, joia com jaça, ou bijuteria barata, à vasta exibição em “papagaios de pirata”, disputando uma melhor pose no filme, já transmitido velado, por queimado, em prévias de ser revelado.

Como hoje não se revela mais filme, sirvo-me do testemunho da Jornalista Barbara Gancia, para nele me inspirar na mesma decepção.

Disse a Gancia, jornalista: “Volto pessimista do ato no Largo S. Francisco. Pouquíssima gente, média de idade, a minha, pouquíssimos jovens, os mesmos intelectuais de ideias mofadas de sempre e zero vibração. Se uma causa dessa gravidade não empolga a essa altura é pq a democracia sangra e Bozo periga ganhar”.

Pois é: “o Bozo periga ganhar”.

Se o Bolsonaro irá ganhar as próximas eleições, só as urnas o dirão.

Isto é: aquilo que a central eletrônica das eleições o processar, mediante programação cada vez mais a suscitar desconfianças, afinal as pesquisas eleitorais falam uma coisa e as ruas as desmentem em olhos arregalados.

Desconfia-se apenas, pela desesperança externada por alguns formadores de opinião, porque, debalde o seu pensar em Cruzada contra o Bolsonaro, o “Capitão Falastrão” continua firme e forte, galvanizando as massas.

As Cruzadas, acima referidas, foram grandes infaustos medievais, pregados por Frades milagreiros como Pedro, o Eremita, que queria libertar o Túmulo de Cristo dos Infiéis Muçulmanos, e outros como São Bernardo Claraval que professava, como missão libertadora, a indulgência e o perdão dos pecados, em guerra santa contra os infiéis.

Dizia aquele Santo monge entre muitas lições sacrificiais: “Não consideres tanto o que sofres, mas o que Jesus sofreu por ti”.

Por palavras semelhantes ou parecidas, uma humanidade inteira saía do seu conforto para matar outro tanto. Era uma guerra, hoje vista com olhos distantes, de mando apenas e conquista!

Hoje, há também uma Cruzada, todos contra o Bolsonaro, e com o mesmo proveito; ideológico!

Bolsonaro define-se como “Liberal em Economia e Conservador em Costumes.

Seus muitos críticos não o veem tanto assim, contemplando sua história pregressa, e porque ninguém o pode, num contexto quimérico, ou idealizado, ser Liberal e Conservador, sem nódoas, algo semelhante ao que dizia dos Cristãos, o filósofo Friedrich Nietsche: “Enfim só houve um Cristão e esse morreu na Cruz”!

Se não há Liberais e Conservadores em suficiência, há excesso de “Progressistas” doença nova, que reúne no mesmo jereré, os eternos jacobinos sanguinários, sempre tolerantes, libertários e pluralistas, na verve e na inerve do discurso, e na sangueira que promovem no fim.

São os sempiternos “amigos do povo”, como o Médico, Escritor e Jornalista, Jean-Paul Marat, os incorruptíveis e ternos iguais ao Bacharel Maximilien de Robespierre,  e outros que não ousam mandar matar os açambarcadores, os que lucram no peso, na trena e no eventual depaupero dos campos, sem falar que nessa vaga de despautério, sob o cutelo da navalha ou em balaços de fuzil, vale tudo, vale a metralha, vale até o garrote vil para esganar o indulgente e o suspeito, o inocente e o culpado, para refazer a História com a sua expugnação sacrificial.

É, no fundo, quase igual ao que os Astecas mal faziam retirando o coração palpitante de suas vítimas em holocausto, ao seu deus, insaciável!

Porque essa gente, esses “pluralistas”, tem os seus deuses também; insaciáveis! Nada os preenchendo, nem colmatando os seus espaços vazios, em soberba sede,  incontrolável!

Agora, por exemplo, estão todos juntos contra o Bolsonaro, que a duro esforço venceu a guerra do “Genocídio Encomendado” e vem colocando o Brasil  rumo ao desenvolvimento, sufocando a inflação e o desemprego, e realizando uma nunca vista redução de preços dos insumos de energia, em baixa acentuada de cobrança de impostos.

Feito notável e único no mundo, somos um ambiente de progresso em cenário externo de guerra, descalabro, inflação desabrida e miséria. E isso os incomoda!

Ah, miséria! Quanto da tua funéria é galhardia, quanto da tua féria resvala histeria!

E haja histerismo denunciado nos discursos pronunciados na vetusta e patusca escola, por parlapatice explicitada.

A tão tristes reflexões, vale, de Bolsonaro, repetir-lhe em melhor chiste: “Quem é democrata não precisa assinar ‘cartinha’. Quem tem a Constituição não precisa de um pedaço de papel”.

Um papelucho, digo eu.

E mais, ecoando o Presidente: “Hoje, 11 de agosto, aconteceu um ato importante em prol do Brasil: a redução de R$0,22 no preço do litro do óleo diesel nas distribuidoras”

Porque disse o Mito ainda, e que vale repetir, bem bisar e referir: “Acredito que a carta pela democracia, que foi lida na micareta do PT, teve algumas de suas páginas rasgadas, principalmente nas partes em que deveriam repudiar o apoio, inclusive financeiro, a ditaduras como Cuba, Nicarágua e Venezuela, bem como o controle da mídia/internet”.

E ainda, no seu estilo próprio, sem cuspe ou jeito: “O Brasil já tem sua carta pela democracia: Essa é a única carta que importa na garantia do estado democrático de direito, mas foi justamente ela que foi atacada pelos que agora promovem um texto paralelo que, para efeitos legais, vale menos que papel higiênico”.

E, sem dizer se o papel perdera a sua utilidade, continuou o Presidente, no seu melhor, e só dele mesmo, por bala trocada: “Assinar uma carta pela democracia enquanto apoia regimes que a desprezam e atacam os seus pilares tem a mesma relevância que uma carta contra as drogas assinada pelo Zé Pequeno, ou um manifesto em defesa das mulheres assinado pelo Maníaco do Parque”.

E PT, saudações!

Antes, porém referindo, o que eu não sabia.

Quem seria o Zé Pequeno, explicitado?

Alguém teve que me dizer que era um perigoso contraventor de drogas ilícitas, num filme mais real que fictício.

Mas, com tanta droga explicitada a ler a carta, podia ser diferente?

Enfim voltei ao tema, aplaudindo o Presidente, que vai perder em Sergipe, levando o meu voto apenas!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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