Como agradar o usuário

O terror dos profissionais de informática são os usuários. A gente escuta casos que são de arrepiar, outros de morrer de rir, mais alguns de descrédito e outros tantos que sabemos que são lendas urbanas. De qualquer forma o “famoso” usuário sempre é o nosso problema.

Na verdade, olhando apenas pelo lado da etimologia, usuário é aquele que usa alguma coisa. Dessa forma, podemos também nos encarar como usuários. Será que quem fez o YouTube fala mal de nós? Bem, espero que o pessoal do (agora) Google não nos trate mal, afinal de contas o YouTube sem usuários não é nada. Vendo por esse outro prisma, por qual motivo nós não achamos que usuários são importantes e os tratamos com tanto descaso?

Outro dia fiquei prestando atenção na habilidade de uma senhora, da melhor idade, usando um aparelho celular supermoderno. Ela atendia chamadas, mandava mensagem SMS, tirava fotos, procurava números na agenda, os toques eram personalizados, enfim… Ela estava usando grande parte dos recursos disponíveis. Depois disso fiquei me perguntando, será que ela usaria com a mesma desenvoltura um sistema de computador? Aposto (quase) todas as minhas fichas que não.

O que temos no celular é um software muito bem feito, pensando nas necessidades do usuário e, por isso mesmo, ele é intuitivo e fácil de usar. Pronto. Solução perfeita para nos livrarmos das reclamações dos usuários. Sei que fazer um software simples não é fácil. Sei também que não é justo comparar a complexidade de um software para celular com um software comercial. Entretanto, a máxima “o cliente tem sempre razão” deve ser também aplicada para os usuários. Afinal de contas, os softwares são feitos para eles e quanto mais satisfeitos estiverem melhor será o seu relacionamento com os mesmos.

Vocês podem alegar o seguinte: Nós já sabemos disso, mas como podemos fazer softwares que agradem o nosso cliente? Pergunta difícil, até por que a prática usual de software ainda não é SaaS (software as a service), ou seja, cada cliente tem um software quase que sob medida. Como é que podemos agradar 100% dos clientes se cada um deles têm idéias diferentes? Por este motivo é que coloquei que agradar o cliente não é tão simples como parece.

Primeiro de tudo, tenha em mente sempre a qualidade, existem programas como o CMMi e o MPS.BR que são excelentes para quem deseja desenvolver software com selo de qualidade. Só os programas não garantem que seu usuário vai ficar satisfeito, mas já é um bom começo, já que a grande maioria das empresas de software hoje não tem bem definido o seu processo de software. Algumas empresas alegam que os programas são caros (e são mesmo), outras alegam que nunca ouviram falar e outras alegam que não é necessário. Bem, para as primeiras posso dizer que é o preço que se paga pela qualidade, para as segundas digo que é preciso ficar antenado nas tendências e para as terceiras eu desejo boa sorte.

Outro ponto são os prazos. Nada mais desgantante do que prometer e não conseguir entregar. Aquela frase que o prazo é para ser descumprido destoa com os novos tempos. O cliente ficará extremamente satisfeito se o produto for entregue na data prevista, até porque o cumprimento de prazos na área de informática virou motivo de piada. Se a sua empresa entrega dentro do previsto pode ter certeza que o cliente pode até não gostar tanto do produto, mas com certeza terá respeito por você pois sabe que a regra é atrasar.

Entregar com qualidade e dentro do prazo não é fácil. Normalmente são pontos conflitantes, mas com um bom planejamento podem andar juntos. Você quer saber como planejar bem o seu projeto? Gerência de projetos pode ajudar bastante. Atualmente existem vários cursos interessantes de gerência de projetos, ou você se prepara ou você contrata alguém com as habilidades necessárias para exercer a função.

Complicado agradar aos usuários? Eu também acho. Mas, afinal de contas, qual é mesmo o nosso papel aqui na Terra? Eu sempre digo que a nossa tarefa á facilitar a vida das pessoas. Tornar as coisas simples. Simples como fazer uma ligação de um celular!

 

Até a próxima semana!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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